Sunday, January 31, 2010

BROTOS DO JACARÉ

Antes tarde do que mais tarde: aqui vai uma pequena homenagem curiosa ao compositor Bobby Charles, falecido em 14 de janeiro aos 71 anos. É o tipo do artista famoso até para quem nunca ouviu falar: Robert “Bobby” Charles Guidry foi um dos mais importantes compositores de r&b de Nova Orleans, e seus maiores sucessos incluem "See You Later, Alligator", "The Jealous Kind", “But I Do” (mais conhecida das novas gerações pela trilha do filme Forrest Gump) e “Walking To New Orleans". Emérito antiastro, raramente se apresentou em shows (embora sempre gravando discos) e preferindo os bastidores; uma de suas raras aparições foi no show/filme The Last Waltz/O Último Concerto De Rock com The Band e outros. Graças a esta "invisibilidade", poucos fãs de r&b se davam conta de que ele era branco.

Vamos lembrar um raro momento do cantor Agostinho dos Santos como roqueiro, interpretando uma versão de "See You Later Alligator" feita por Júlio Nagib, lançada com sucesso em 1956.

Agostinho dos Santos - Até Logo, Jacaré

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O êxito desta versão inspirou um samba carnavalesco, "Até Logo, Crocodilo", de J. Piedade, Pedro Silva e Orlando Gazzaneo, sucesso no carnaval de 1959 e interpretado por João Dias; perdoem os estereótipos do "roqueiro abestalhado" e do "sambista machão" na letra.

João Dias - Até Logo, Crocodilo

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ROLANDO O SAMBA

Li na Revista da Folha de hoje uma boa reportagem sobre o grande Rolando Boldrin ter se tornado enredo de escola de samba, no caso a Pérola Negra. De fato, Boldrin merece isso e muito mais, pelo tanto que tem feito pela MPB, e não só a sertaneja, fiel ao mote de Ariowaldo Pires de que "o bom caipira não é intransigente". Já que o assunto é Boldrin e samba, aqui vai um samba composto por Boldrin: "Eu Quero Ver Quem Pode Mais", uma de suas duas parcerias com Adoniran Barbosa (a outra é "Provérbios"), lançada pelo próprio Boldrin em 1972.

Rolando Boldrin - Eu Quero Ver Quem Pode Mais

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Sunday, January 24, 2010

UMA PEQUENA HOMENAGEM MORDE-E-ASSOPRA

Neste aniversário da cidade de São Paulo, aqui vão duas canções minhas que eu gostaria de ver mais divulgadas, e aqui dou o exemplo. Ambas são declarações de amor-pela-cidade-apesar-de-tudo, na linha da famosa "esta cidade é um monstro, mesmo assim gosto daqui" de Marcus Pitter.

Uma delas é "Nós Que Amamos São Paulo", lançada em meu CD Sine Quais-Quais-Quais Non, de 2004 (fato histórico: meu primeiro álbum a não sair em fita cassete, além do LP A Coragem De Ayrton Mugnaini Jr.). E uem canta é Vera Mendes. Seguem abaixo a letra e a gravação.

NÓS QUE AMAMOS SÃO PAULO
Ayrton Mugnaini Jr.

Eu me lembro da infância que passei
Lá no bairro de Santana
Um dia eu cresci, mas antes me casei
Mudei pra Vila Mariana
Hoje moro na Vila Prudente
Cada bairro de São Paulo
É uma cidade diferente
Mas eu sempre dou um jeito
A cidade inteira cabe
No lado esquerdo do meu peito

Dizem que esta cidade é um mundo
De tão imensa e multiforme
Mas eu penso diferente, que o mundo
É uma São Paulo enorme
Esta cidade é um gigante, um Frankenstein
De concreto, ferro e sangue
Nem direi mais o que tem
Pelo que ela tem de mau eu até choro
Mas pelo que tem de bom
É nela mesmo onde eu moro

Eu já morei em mil bairros diferentes
Mas o lugar onde eu mais vivo
Não é em Santana ou Vila Prudente
É nos pontos de coletivo
Ainda tem muito problema, é verdade,
Mas nós que batalhamos
E amamos esta cidade
Podemos dizer sem medo e sem pausa:
Se em São Paulo dá pra viver
É também por nossa causa

Vera Mendes e Ayrton Mugnaini Jr. - Nós Que Amamos São Paulo

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Quero também lembrar "Nonsense Total", da segunda formação do Magazine de Kid Vinil e presente no CD Na Honestidade, letra minha sobre melodia do guitarrista Carlos Nishimiya. Aqui vai uma versão ao vivo, no saudoso programa Musikaos da TV Cultura, em 2001. Seguem a letra e o linque para assistir e baixar direto da página da Cultura.

NONSENSE TOTAL
Carlos Nishimiya
Ayrton Mugnaini Jr.

Bela tarde, o Sol está brilhando
Cores e luzes vão se espalhando
O mundo renasce, o clima está à pampa
Tudo tão bonito, nem parece Sampa
De repente, quase náo acredito
Nuvens negras vêm do infinito
Nem preciso dizer pra vocês
Em quinze minutos cai a chuva de um mês
Se você quiser pirar
Nem precisa se preparar
A vida em São Paulo, afinal,
Já é um nonsense total

Magazine - Nonsense Total (ao vivo no Musikaos)

http://www2.tvcultura.com.br/musikaos/93/musica-magazine2.htm

Thursday, January 21, 2010

SEM MATO, MAS COM UM (OUTRO) GOSTO DE FRAMBOESA

Há algum tempo falei sobre a influência da banda inglesa Badfinger ao redor do mundo. Pois hoje resolvi que agora é a vez dos estadunidensees Raspberries, outra banda que veio ao mundo para consolar os órfãos dos Beatles. Infelizmente, os Raspberries surgiram após o Badfinger e terminaram antes (embora, felizmente, toods os integrantes da formação clássica tenham sobrevivido e se reunido neste novo milênio), mas conseguiram emplacar um punhado de canções obras-primas do chamado "power-pop".

Uma delas é a balada "Let's Pretend", de 1972. O produtor dos discos do Raz, Jimmy Ienner, cuidou também de algumas gravações da banda escocesa de glam-bubblegum ("bubbleglam"? Bem, se esse rótulo não existia, inventei agora) Bay City Rollers, e sugeriu a eles que regravassem esta canção de seus outros clientes. E assim foi feito, na faixa de abertura do álbum Dedication, de 1976.

Bay City Rollers - Let's Pretend

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Numa de suas edições especiais de fim de ano a revista CD Review incluiu entre as piores regravações a de "I Wanna Be With You" pela banda californiana dos anos 1980-90 The Sneetches. Achei excesso de maldade por parte da revista - e me lembrei de ter dito num jornalzinho (o quase famoso e lendário Notrya) lá em 1973 que a canção "ficará para sempre marcada na história do rock". Julguem vocês se algum de nós exagerou.

The Sneetches - I Wanna Be With You

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O grande sucesso dos Raspberries no Brasil foi a baladaça "Don't Want To Say Goodbye", obrigatória em programações de emissoras e bailinhos desde o lançamento em 1972. Houve até uma regravação da banda estadunidense Sha Na Na, que desde os anos 1960 se dedicava a reviver os anos 1950 e que em seu disco Sha Na Now, de 1975, gravou repertório contemporâneo em estilo antigo, ideia que o Big Daddy realizaria bem melhor nos anos 1990. Bem, esta canção deve ter sido regravada pelo Sha Na Na por gentil insistência do produtor executivo do álbum, ninguém menos que o zeloso Jimmy Ienner.

Sha Na Na - Don't Want To Say Goodbye

http://www.4shared.com/audio/bBdFplaM/sha_na_na_-_dont_want_to_say_g.html

E "Don't Want To Say Goodbye" teve pelo menos duas versões brasileiras, "Não Diga Adeus" com os Fevers (nos anos 1990) e a ainda mais curiosa "Vou Mudar De Vida", escrita por Rossini Pinto e lançada por Franc Landi em 1973 num LP só de versões, A Voz Do Sucesso.

Franc Landi - Vou Mudar De Vida (Don't Want To Say Goodbye)

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Outra versão brasílica do cânone do Raz é de uma que nem foi lançada no Brasil, "Nobody Knows", do segundo LP, Fresh (que nos anos 1990 recomendei na revista Dynamite como um dos grandes álbuns de rock inéditos no Brasil e como, provavelmente, o melhor álbum dos Raspberries, ao menos como um álbum agradável, fluido e coeso, em que todas as faixas parecem ter nascido para viverem sempre juntas e serem sempre ouvidas de uma vez só). Pois bem, quem gravou esta foram os grandes Carbonos, como "Não Vão Saber", versão de Ricardo F. Moraes - e também numa versão instrumental, ambas lançadas em 1973 (respectivamente nos LPs Volume 13 e Instrumental Volume 13).

Os Carbonos - Não Vão Saber (Nobody Knows)

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Monday, January 11, 2010

...E ROSE E ROSE

Já esquentando o ambiente para lembrar o primeiro centenário do nascimento de Adoniran Barbosa a se completar em agosto, segue aqui uma curiosidade. Até onde sei, Carlos Galhardo foi o único dos chamados Quatro Grandes da Velha Guarda da MPB a gravar uma composição de Adoniran - aliás, ele gravou duas, "Vem Morena" e "Minha Roseira". Esta última, um sambinha brejeiro em parceria com um certo Dedé, saiu num compacto simples de 1966.

Curioso é que este samba parece ter inspirado, até no título, parte de "La Rosa", sucesso na Itália em 1968, típico "samba italiano" composto por Claudio Mattone e gravado por José Altafini - sim, o jogador "brasiliano" que competiu na Copa do Mundo de 1958 jogando pelo Brasil e na Copa seguinte pela Itália. Não custa lembrar que Adoniran sempre fez sucesso na Itália como compositor, não só com o estouro de "Trem Das Onze" na versão de Riccardo del Turco ("Figlio Unico") mas também as regravações de Don Marino Barreto Jr. ("Samba do Arnesto" e "As 'Mariposa'"), além do "Samba Italiano" regravado também em 1968 pelo grupo I Romans ("Che Tempo Fa, Gigi"). Confiram e opinem sobre as belas rosas de Adoniran e Altafini (e, sendo Adoniran e Galhardo também "oriundi", natti Rubinato e Gagliardi, fica tudo em casa):

Carlos Galhardo - Minha Roseira

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José Altafini - La Rosa

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(Mais um parêntese bem mugnaínico: será José Altafini parente de Celso Altafini, que gravou na mesma época um compacto independente de pop bem garageiro? Comentei sobre este disco no blog estadunidense Garage Hangover, pode ir lá ver que eu espero: http://www.garagehangover.com/?q=taxonomy/term/936/9 )

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Wednesday, January 06, 2010

...Y SIEMPRE RENACERÁ

Ninguém nasce sabendo, mas vive para aprender. Foi só recentemente que fiquei sabendo que o compositor e baterista espanhol Fernando Arbex já passou desta para a melhor, em 2003. Desde os anos 1970 eu e amigos lá em Sorocaba comentávamos sobre ele ser compositor de sucesso daqueles onipresentes: "Sticky", "Soley Soley", "Hijack", "Louisiana"... Hoje, quase 40 anos depois, mantenho a opinião e digo mais: Fernando Arbex foi mestre da canção pop tipo ovo-de-colombo, daquelas fáceis e imediatas que, depois de compostas, soam como se qualquer um pudesse tê-las composto. (Mas ele, tal como Paul McCartney, compôs também música erudita, o que é outra história.) Aqui vai uma microcoletânea de suas composições pop de sucesso, a maioria em versões raras e curiosas.

Para quem não sabe, Arbex foi um caso raro no rock de baterista líder de banda, no caso Los Brincos, a melhor e mais importante banda de rock espanhola. Uma de suas canções, "Mejor" (parceria com Marini Callejo, produtor dos discos dos Brincos), foi regravada em vários países, inclusive na Inglaterra, pelo grupo The Bystanders, que nos anos 1970 se metamorfosearia no grupo progressivo Man.

The Bystanders - Make Up Your Mind (Mejor)

http://sharebee.com/10b2805a

Interessante é que Los Brincos, pelo menos até onde sei, nunca tiveram discos lançados no Brasil, mas o grupo teve um bom cabo eleitoral em seu conterrâneo Manito, saxofonista e tecladista dos Clevers/Incríveis, grupo que regravou várias composições de Fernando Arbex lançadas pelos Brincos, entre elas esta, "Renacerá" (duas vezes!), que na versão em português ganhou um "s", "Renascerá".

Os Incríveis - Renascerá

http://sharebee.com/0eee1efc

Alacran, o trio que Fernando Arbex formou após Los Brincos, teve um LP editado aqui, cujo maior sucesso foi "Sticky", regravado inclusive pelo Music Machine, grupo brasileiro-argentino formado por Willy Verdaguer, Tony Osanah e outros. (A gravação deles foi intitulada "Sticky Sticky" e saiu no primeiro LP do grupo, lançado em mono, mas descobri uma versão estéreo - esta aqui mesmo - numa coletânea de vários artistas.)

The Music Machine - Sticky

http://sharebee.com/10d3d4fe

Hoje em dia muita gente boa, mesmo fora do Brasil, confunde Los Brincos com Los Bravos, outro grupo espanhol dos anos 1960 de sucesso - e, a curto prazo, de mais sucesso que Los Brincos. Pois bem, tudo ficou em casa quando Mike Kennedy, vocalista de Los Bravos, emplacou carreira-solo com justamente uma composição de Fernando Arbex, "Louisiana". (Atenção para a influência de Pachelbel - ainda voltaremos ao assunto!)

Mike Kennedy - Louisiana

http://sharebee.com/facd8570

A gravação que ajudou a marcar a transição de Sérgio Reis do pop-rock para a música caipira junto a "O Menino Da Porteira" foi outro menino de sucesso, "O Menino Da Gaita", versão de "El Chico De La Armónica" de Fernando Arbex. Vamos ouvir a versão original, com Micky, outro ex-integrante de banda espanhola dos anos 1960, Micky Y Los Tonys.

Micky - El Chico De La Armónica

http://sharebee.com/f3b493b5

Outro sucesso mundial composto por Fernando Arbex é "Soley Soley", lançado em 1971 pelo grupo escocês Middle Of The Road. Tratando-se de gravação fácil de encontrar, apresento aqui em seu lugar uma opção mais rara - e ainda outra prova do alcance mundial das composições de Arbex, com o cantor estoniano Tõnis Mägi.

Tõnis Mägi - Soley, Soley

http://sharebee.com/b5212d44

Nos anos 1970, muito antes de se falar em "globalização", já se falava muito em "aldeia global". Mike Kennedy, vocalista de Los Bravos, era alemão e o maior sucesso do grupo, "Black Is Black", foi gravado na Inglaterra. O também citado Middle Of The Road, a exemplo dos Rokes, não fez sucesso na Grã-Bretanha e se mudou para a Itália, de onde estourou para o mundo todo. Enquanto isso, o grupo italiano Cardinal Point radicou-se na Holanda, e seu maior sucesso mundial foi "Mama, Papa (Nana, Nana)", composição de Fernando Arbex. (Esta canção foi gravada também pelo grupo italiano Cyan, mais lembrado no Brasil - ao menos por quem estava lá no começo dos anos 1970 - pelo sucesso "Misaluba".)

Cardinal Point - Mama, Papa (Nana, Nana)

http://sharebee.com/8e559433

Após Los Brincos, o grande Beatles à espanhola, e o Alacran, com muita influência de Santana, Fernando Arbex atacou com o mais pesado (embora sempre com muito balanço latino) Barrabas, seu mais bem sucedido grupo em nível mundial (inclusive nos EUA), emplacando sucessos como "Woman" (que teve até versão forró brega), "Checkmate", "Wild Safari" e "Hijack". Esta última teve êxito nos EUA na interpretação do flautista Herbie Mann, muito competente mas assumidamente comercial (como resumiu o crítico estadunidense Robert Christgau lá em 1975, "se as hordas chinesas dominassem nossa nação, em um mês Herbie estaria nas lojas com um LP chamado Livrinho Vermelho, e desse Chou En-Lai até poderia gostar").

Herbie Mann - Hijack

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Antes da onda de "boy bands" dos anos 1990/2000 (Backstreet Boys, West Life etc.), tivemos as que chamo de "little boy bands" latino-americanas e brasileiras dos anos 1980: Menudo, Dominó, Tremendo. Um dos sucessos do Dominó é "Dançando Com Ela", versão de "Lola", outra parceria de Arbex/Callejo lançada pelos Brincos. Esta "Lola" foi gravada em 1967 na Inglaterra com produção de Larry Page, em espanhol e inglês. A canção foi regravada também pelo cantor e compositor argentino Billy Bond em um de seus LPs antes de radicar-se no Brasil. (E note mais influência de Pachelbel aos 1'18".)

Los Brincos - Lola (versão em inglês)

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Em 2000 Los Brincos se reuniram e gravaram um disco, Eterna Juventud, só de canções novas. Estou para ouvi-lo, e espero que seja um daqueles (infelizmente raros) discos de reunião que realmente valem a pena, como Before We Were So Rudely Interrupted dos Animals e Perfect Strangers do Deep Purple. E, para terminar esta rápida amostra, lembrei-me de uma canção em que o próprio Arbex fala em ir desta para a melhor: "Minha alma cruzará o céu/minha alma nunca morrerá". Confira: "My Soul", de 1971, parceria com Ignacio Egaña, contrabaixista do Alacran e também do Barrabas. (Curiosidade adicional: após sair do Barrabas em 1973, Egaña formou um grupo chamado Karma, gravando pela RCA - mesmo nome, gravadora e época do grupo que nosso Jorge Amiden formou após sair d'O Terço.)

Alacran - My Soul (Suddenly)

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