NO AR, A MÚSICA DAS MÁQUINAS VOADORAS
Ah, a nostalgia... Há quem goste, e os anos 1950 a 1980 foram a era de ouro da própria. Gravadoras, companhias cinematográficas e editoras descobriram o prazer (e o lucro) de recuperar e reeditar obras velhas, perdão, antigas para dois tipos de público: o mais idoso, nascido nas décadas de 1890 a 1920, que “estava lá” e queria reviver/reavaliar seus “bons tempos”, e o mais jovem, por curiosidade, brincadeira, pesquisa, consciência de que boa arte é boa em qualquer época ou mesmo “nostalgia de um tempo que não vivi”. Os filmes antigos de Charles Chaplin, O Gordo & O Magro, Bogart, Garland e tanta velha gente boa ganharam novo e maior público graças à televisão. Nas paradas de sucesso não faltavam regravações de canções da virada dos séculos 19 para 20. Nem precisamos falar do gênero “filmes de gângster e máfias em geral”, com enredos fictícios ou reais sobre Bonnie & Clyde, Al Capone, Bugsy Malone, Jay Gatsby ou Don Corleone, onde os tiros se harmonizam com música dos anos 1900 a 1920 autêntica ou em boas imitações. A Primeira Guerra Mundial, então já suficientemente distante, revelou-se assunto lamentável porém fascinante, do qual inclusive já falei aqui em meu blogue e voltarei a falar (inclusive num livro ora em preparo sobre a música nesse conflito). E este texto que agora tu estás lendo, e espero que chegues ao final, focará num aspecto: o fascínio da música popular pelas chamadas “máquinas voadoras”. Isso mesmo, os primeiros aviões pequenos, companheiros aéreos das máquinas falante, de escrever, fotográfica e outras maravilhas da tecnologia, modernidade e do “avanço industrial” que, canta Tom Zé, “vem trazer nossa redenção”.
Sim, foi no começo do século 20 – descontando balões, autogiros, o aeróstato do Padre Gusmão, dirigíveis e outros ancestrais, também chamados de “máquinas voadoras”, mas neste artigo usaremos este nome apenas para pequenas aeronaves – que o ser humano realizou o sonho de Ícaro (se tu lembraste do cantor Biafra, aproveita para lembrar também de “Se Eu Pudesse Voar” do Made In Brazil), a famosa “conquista do ar”. Após o impulso inicial de Santos Dumont, os irmãos Wright ou quem mais quer que seja (1 - sim, este artigo tem tanta pesquisa que inclui até notas de pé de página), o ser humano realmente podia voar para onde quisesse sem depender da veneta dos ventos. Aviões de médio e grande porte (sim, chamados em inglês de “aeroplanes”, e mais para o meio do século esta grafia tornou-se a oficial em inglês britânico, com os EUA dizendo “airplanes”) desenvolveram-se paralelamente a aeronaves pequenas, cujo motor simpaticamente barulhento inspirou o apelido bem brasileiro de “teco-tecos”. Nos anos 1910 aviões pequenos estavam tão facilmente disponíveis nos EUA quanto os automóveis “Fords de bigode”, e para algumas pessoas pilotar teco-tecos era até mais fácil que dirigir automóvel, além do relativamente baixo custo: uma máquina voadora custava cerca de cinco mil dólares, contra os mil a dois mil de um automóvel de então. Sim, havia potencial para congestionamentos aéreos, mas com o tempo a aviação individual revelou-se vocação para poucas pessoas, como Bruce Dickinson e Ronnie Von (que, sim, logo voltará à conversa) e ilustres personagens da ficção como o Holandês Voador, Dick Vigarista, o imaginativo Snoopy ao brincar de combater o piloto Barão Vermelho, o “Vovô Passarinho” do filme O Menino Maluquinho (1994), o Edmundo criador e o apaixonado Evangelista piloto no cordel O Romance Do Pavão Misterioso (1923), o piloto da canção “Essa É A Verdade” do Premê (1981) e até um filme inglês inteiro sobre Esses Homens Maravilhosos Com Suas Máquinas Voadoras (1965). E o fascínio pelas ditas continuou forte, mesmo com a concorrência de aviões cada vez maiores e até as viagens à Lua.
AVIÃO QUE SOBE, NAVIO QUE DESCE: “COME, JOSEPHINE...”
Muitos e muitas de vocês conheceram “Come, Josephine, In My Flying Machine” do filme Titanic (1997), cantada à capela por Leonardo di Caprio no começo do filme e por Kate Winslet no final. Esta valsinha também é cantada numa festa de karaokê num episódio de Os Simpsons. Mas eu conheci “Come, Josephine” em outra obra de cinema, o desenho animado Aero-Nutics (1953) da série Kartunes da Paramount em parceria com a Harvey (da turma de Gasparzinho), aqueles com a “Bolinha Saltante”, exibida aqui na TV Record nos anos 1960 e 1970.
MÁQUINAS VOADORAS POR ESTAS BANDAS
Na metade
do século 20 chegamos à era do avião a jato e da nave espacial, mas, como
dissemos, não houve congestionamento de máquinas voadoras. Ou melhor, houve –
nas artes em geral, graças à citada e bendita nostalgia. Não há nada mais anos
1960 que os anos 1910 a 1930. A evocação de aeronaves antigas incluiu bandas de rock com nomes como Jefferson
Airplane e Sopwith Camel (sem falar nas posteriores 14-Bis e as xarás multilíngues
Barão Vermelho no Brasil, Barón Rojo na Espanha e Red Baron na Alemanha). E muitas
bandas de rock têm tentado voar para o sucesso usando o nome Flying Machine;
duas delas se destacaram, e aqui vai um parágrafo para cada uma.
A primeira The
Flying Machine era estadunidense e incluiu o ainda jovem James Taylor (nasc. 1948). Em 1967 começou
a gravar um LP, mas não terminou devido a uma combinação de autocrítica da banda
com desinteresse da gravadora perante o insucesso de um compacto simples,
“Night Owl”, lançado em junho – o mesmo mês de Sgt. Pepper. (3) Logo o Flying Machine acabou e James Taylor seguir
com carreira-solo, fazendo grande sucesso. Mas seu grupo Flying Machine voltou
à cena duas vezes. Uma foi no final da letra de seu primeiro megahit, a
autobiográfica “Fire And Rain”, que inclusive cita o fim da banda: “sweet
dreams and flying machines in pieces on the ground”. (E o guitarrista desta
Flying Machine, Danny Kortchmar, participou de discos de James). A outra foi obra
do empreendedorismo ianque: todas as gravações do Flying Machine foram lançadas
em fevereiro de 1971 num álbum objetivamente intitulado James Taylor And The Original Flying Machine, pegando carona no
sucesso de James Taylor. (O álbum tem menos de dez faixas que mal totalizam 23
minutos, mas nos EUA para ser LP já bastava ter 12 polegadas.) Danny Kortchmar não gostou nada deste
lançamento: “As pessoas envolvidas não queriam soltar dinheiro para um álbum inteiro
de canções de James, daí pareceu terrível quando as mesmas pessoas
lançaram o álbum do Flying Machine daquelas poucas sessões de gravação.” E por
quê o álbum se refere à banda como “The Original
Flying Machine”?
Isso mesmo, foi para não confundir com a outra Flying Machine que fez sucesso – mais sucesso imediato, aliás, que a xará. Esta outra Flying Machine era inglesa e surgiu partir de outra banda, Pinkerton’s Assorted Colours, que teve apenas um hit, “Mirror, Mirror”, reinventou-se como The Flying Machine e emplacou um dos maiores sucessos mundiais (exceto, curiosamente, na própria Inglaterra) de 1969, “Smile A Little Smile For Me” (4). Após mais alguns compactos e um LP de bem menos sucesso o grupo acabou. (5)
O álbum da
Flying Machine de James Taylor e Danny Kootch saiu no Brasil pela Top Tape.
“Smile A Little Smile For Me”, o maior e quase único sucesso da Flying Machine
inglesa, foi lançado aqui pela Chantecler e logo em seguida pela Musidisc;
desde então tem aparecido em diversas coletâneas de sucessos antigos em LP e
CD. (6)
UMA PLAYLIST SÓ DE “FLYING MACHINE”
De 1967 a 1972 as lojas de discos do mundo anglófono funcionavam também como hangares, de tantas bandas chamadas Flying Machine e tantos discos com canções com esse título. (7) Pode até parecer que usar essa frase ao menos uma vez garantia dedução ou isenção no imposto de renda. Talvez a canção “Flying Machine” de maior sucesso tenha sido a composição de Georg Hultgreen lançada em 1971 por Cliff Richard e regravada por Teddy Magnus e Byron Lee & The Dragonaires (ambas estas gravações sendo dois dos primeiros reggaes).
(Sobre Stephen Monahan, terá ele se inspirado na Flying Machine de James Taylor, com quem até havia dividido um anúncio em publicação sobre o mercado musical?)
Temos também “Mr. White’s White Flying Machine”, também lançada em 1970, com a vocalista Ayshea (composição de Andrew Jackman e Steve Nardelli, e o acompanhamento instrumental inclui Chris Squire e Peter Banks, recém-saídos da banda The Syn e já começando a fazer sucesso com o Yes) e a banda canadense Winston Hewitt & The Dynamics com “In My Flying Machine” – sem crédito de autoria porém mais uma versão reggae do sucesso de Cliff Richard.
Lembremos ainda as mais recentes “Flying Machine” com Johnny Fogwell na Austrália (de Peter Moscos e Pat Garvey, 1981), a banda revivalista inglesa The Stairs e sua “Flying Machine” (1991, uma das melhores canções dos Byrds que eles não fizeram), a inglesa Emma Ballantine (2012), a banda sueca Echodeck (2013) e a estadunidense Ashley Bird McCarthy (2019; não confundir com a Ayshea de que falámos mais acima).
A frase também serviu de título para álbuns e EPs de artistas como The Atomic Numbers (EUA, 1997), Sylvia Bullett (EUA, 2017), Setaoc Mass (2018; isso mesmo, o líder deste projeto inglês se chama Sam Coates e inverteu o sobrenome), Letters From A Flying Machine de Peter Mulvey (EUA, 2009), os projetos de inspiração semita Levine And His Flying Machine da banda estadunidense Kapelye (1985 – e, para quem não fala iídiche, “kapelye” significa “banda”) e Uncle Roland's Flying Machine da banda inglesa Moishe's Bagel (2010 – outra surpresa: o contrabaixista desta banda é o brasileiro Mário Caribe, que tocou com artistas como Caetano, Milt0n e Zizi), The Pilot And The Flying Machine de Ben Bedford (EUA, 2016), Hindi Flying Machine da banda Mean Motor Scooter (EUA, 2017) e até um tema musical de um projeto disneyano, “Gyro's Flying Machine” (“a máquina voadora do Professor Pardal”), para o videogame Duck Tales, lançado em 1989 e com trilha composta por Hiroshige Tonomura (que até ganhou um LP pirata em 2020!).
E sou famoso por gostar de dar aulas e aulinhas, mas lembrarei de um sermão: “Devil In A Flying Machine”, de 1927, onde o reverendo estadunidense J. M. Gates (1884/1945), campeão das pregações em discos, condena veementemente (e com uma bela voz quase cantada) aviões como coisa pecaminosa. Que Deus e o Reverendo Gates nos perdoem, mas daqui a pouco teremos mais diabos às voltas com máquinas voadoras...
EU SEI QUE TEM TANTA MÁQUINA VOADORA
POR AÍ: MAIS BANDAS, GRAVADORAS ETC. CHAMADAS FLYING MACHINE
Neste imenso aeroporto internacional que é o mercado da música, há praticamente uma Flying Machine para cada rota musical que escolheres, e sem limitações impostas por pandemia ou desgoverno. Na soul music, a banda estadunidense The Wright Brothers Flying Machine participou da trilha do filme Thank God It’s Friday/Até Que Enfim É Sexta-Feira (1978). Outras bandas ianques, porém mais recentes, são a Synthetic Flying Machine, que em 1993 lançou um álbum intitulado Heaven Is For Kids, e a Devil’s Flying Machine, de country-blues e projeto paralelo de Christian McShane e Charlie Parr, integrantes da banda if thousands (sim, o nome da banda se escreve desse jeito). Temos também bandas Flying Machines, no plural, como uma estadunidense que lançou um disco em 2009 e uma inglesa de jazz-rock formada em 2014.
Sendo “Flying Machine” nome de tamanho agrado, ele não pára de voar cada vez mais longe. Não poderiam faltar gravadoras com esse nome; tenho notícia de pelo menos duas Flying Machine Records, uma em Nashville (cuja artista mais famosa é a guitarrista e produtora de origem australiana Anne McCue desde os anos 2000, e que em alguns discos acrescenta ao nome um ponto de exclamação, Flying Machine!) e outra lembrada hoje pelo único disco (o rock de garagem “Wondering Why”, lançado em agosto de 1968) de uma banda do Massachusetts, Royal Aircoach (segundo a página Discogs, estas duas gravadoras Flying Machine são a mesma, mas estas duas outras páginas, uma sobre rock de garagem / – in Italian, no less – e a outra sobre pop-rock dos anos 1960 - sugerem que este selo Flying Machine era de Massachusetts mesmo e só existiu para este único disco do Royal Aircoach).
O que mais poderíamos querer? Isso mesmo, casas noturnas chamadas Flying Machine, e houve pelo menos uma, em Fort Lauderdale, na Flórida, onde a banda New York Dolls fez em 1974 um show que anos depois rendeu um álbum pirata ao vivo.
Por falar em disco pirata ao vivo, conhecem este LP triplo do Pink Floyd, gravado nos anos 1990 e lançado em 2020?
...E NO BRASIL
Dez entre nove pessoas devem ter se lembrado do álbum A Máquina Voadora, que o cantor e compositor Ronnie Von (nasc, 1944) lançou em 1970 e que hoje é objeto de culto entre o público fã de discos de vinil (não confundir com público fã de música; tem a ver mas não é sinônimo). O disco abre com a faixa-título, parceria de Ronnie com San Martin (“al secolo” Antonio Pedro Costa, parceiro de Ronnie também em outros sucessos como “Seu Olhar No Meu”, “Viva O Chopp Escuro” e “Minha Gente Amiga”, mas que, curiosamente, não aparece, pelo nome ou pseudônimo, na simpática biografia Ronnie Von: O Príncipe Que Podia Ser Rei):
Quero todo o Universo sem fim
Às alturas vou subir
Vejo o espaço acima de mim
E por ele vou sumir
Vou vagar em pleno ar
[...]
Combustível, metal e poema
Minha máquina voadora
Vejo os homens de cima em cena
Entre a música de um motor
Vou vagar em pleno ar
Vou voar
E a clientela pode escolher: esta canção
consta com título “A Máquina Voadora” na capa do LP, “Minha Máquina Voadora” no
selo do LP e “Máquina Voadora” no selo do compacto. A primeira edição oficial em
CD unificou tudo para A Máquina Voadora
(embora não inclua faixas bônus nem relação de quem tocou no disco). Registremos
também a boa interpretação de Ronnie, bem acompanhado pela banda paulistana Haxixins,
para esta canção em Quando Éramos Príncipes,
belo documentário dedicado a ele no canal Bis da Multishow em 2013.
Falámos sobre o cordel O Romance do Pavão Misterioso, que fala de uma máquina voadora, embora não usando este nome. Pois bem, o escritor paraibano Bráulio Tavares (nasc. 1950) usou no seu cordel Cabeça Elétrica, Coração Acústico, lançado em 1981 (além de lançar em 1994 um romance de título mais que objetivo, Máquina Voadora); este cordel foi musicado pelo compositor pernambucano Silvério Pessoa (nasc. 1962) e lançado num álbum também chamado Cabeça Elétrica, Coração Acústico, mas a faixa tem título também dos mais objetivos, “Eu Vi A Máquina Voadora”, com participação de Alceu Valença e Zé Vicente da Paraíba.
Em 2017 a banda paulistana neopsicodélica Bike
lançou o clipe “A Divina Máquina Voadora”. E temos também uma gravadora chamada Máquina Voadora, formada nos anos 2010 em Maceió e cujo elenco inclui uma banda Milkshakes
xará da banda inglesa contemporânea dos Stairs.
Para terminar (antes das notas de pé de página mais abaixo), podemos lembrar a banda cearense Monomotor (surgida em 2008 com o nome Concreto & Asfalto e que chegou a acompanhar artistas como Edy Star) e sua quase-xará pernambucana Monomotores (formada em 2006). E tenho certeza de que, enquanto finalizo e publico este artigo, devem ter surgido algumas tantas bandas e canções chamadas Flying Machine, em inglês ou outro idioma, pelo mundo afora.
(1) Sobre
a famosa e até hoje válida e forte controvérsia quanto ao avião ter sido
inventado por Santos Dumont no Brasil ou pelos irmãos Wright nos EUA, descobri um
texto brasileiro favorecendo estes últimos, embora sem nomeá-los, na edição
da Revista Maritima Brazileira de
janeiro de 1914.
(2) Achaste
estranho a mesma gravadora lançar uma mesma canção com artistas diferentes ao mesmo
tempo? A indústria cultural sempre gostou de maximizar investimentos. Outro
exemplo, este mais recente, é a canção-soul “Got To Get You Into My Life”,
lançada no mesmo dia pela mesma gravadora com dois artistas diferentes, os
Beatles – em LP – e Cliff Bennett & The Rebel Rousers – em compacto simples.
(3)
James
Taylor tem mais a ver com os Beatles, pois gravou seu primeiro álbum na Apple,
emplacando um pequeno hit, “Carolina On My Mind”, regravado com mais sucesso
pela banda escocesa The Marmalade. E Paul McCartney participou de pelo menos
dois álbuns de James Taylor, o primeiro (sem título) e The Walking Man.
(4)
Composição
de Tony Macaulay (nasc. 1944), mestre do soul-bubblegum inglês. Apenas alguns
de seus outros hits, lançados por diversos artistas, são “Baby, Now That I’ve
Found You”, “Here Comes That Rainy Day Feeling Again”, “Blame It On The Pony
Express”, “In The Bad, Bad Old Days (Before You Loved Me)”, “Build Me Up,
Buttercup”. “Love Grows (Where My Rosemary Goes)” e “(Last Night I Didn’t Get
To Sleep At All)”. Realmente, a receita para o sucesso de canções parece
incluir títulos longos – mas só para chatear ele compôs também “Sorry,
Suzanne”.
(5)
E
temos mais um verbete para a seção “RG Serve Pra isso”: o Steve Jones
guitarrista do Flying Machine, nascido John Stephen Jones em Coventry no ano de
1946, não é o mesmo Steve Jones (Stephen Philip Jones, londrino de 1955)
guitarrista dos Sex Pistols.
(6)
Por
sinal, a banda Flying Machine inglesa voou muito de gravadora em
gravadora. Na terra natal ela ficou firme gravando pela Pye, e seus poucos
discos brasileiros saíram pela Musidisc, que tinha acordo de representação
local da Pye.
(7)
Metade
de cada loja era hangar e a outra metade base espacial: as viagens ao espaço
exterior, culminando com os primeiros passos na Lua, inspiraram filmes como 2001: Uma Odisseia No Espaço e canções
como “Space Oddity” de David Bowie, “Supersonic Rocket Ship” dos Kinks, “Rocket
Man” de Elton John e, no Brasil, “2001” dos Mutantes, “O Astronauta” cantada
por Roberto Carlos, “Doroteia” dos Lobos... Sim, as pessoas queriam escapar da
Terra, por pouco que fosse.