Monday, August 09, 2010

MATANDO A VIOLÊNCIA SEM SER A PAU

Li estes dias na Folha de S. Paulo uma frase de Ruy Castro que eu também assinaria: "O cinema tornou-se uma extensão da indústria de explosivos." De fato, o que não tem faltado é a glamourização e exaltação da violência, especialmente no cinema, seja a violência tosca dos Schwarzeneggers e Stallones ou a refinada de um Tarantino ou uma Jolie. ("Uau, isso é que é cineasta, você viu como a perna da bonitona saiu voando?") No século passado eu já falava e até cantava sobre isso, numa faixa de minha fita cassete BREGA.COM.BR.MAIUSCULO:

NO AR MAIS UM CAMPEÃO DE VIOLÊNCIA
Ayrton Mugnaini Jr.

Você está tão diferente
Você mudou tão de repente
Ficou nervosa e totalmente irada
É sorte minha que você não anda armada
O teu olhar duro me inibe
Parece a Lilian Witte Fibe
Já sei o que está acontecendo
São esses filmes que você anda vendo
Eles fazem muito mais mal
Que o Pernalonga e o Pica-Pau
E me dão até cefaleia
Tanta violência afligiu-me
Se você diz que é só um filme
Você pensa que é só plateia
Filme com tanta paulada e tiro
Me deixa aflito
Parece o ar que eu respiro
Sujo e gratuito

O mundo hoje só tem vício
Se puser cerca vira hospício
Se cobrir vira circo e não do bom
Se tirar foto vira anúncio da Benetton
Baixaria e violência
Dão cada vez mais audiência
Não tem problema se muita gente morrer
Gente pra tomar café no bule sempre vai ter
Hoje eu também estou mudado
E pra ninguém ficar chocado
Eu me previno bastante
Hoje só visto roupa rubra
Pois caso eu morra e alguém descubra
O sangue fica menos chocante
Filme com tanta paulada e tiro
Me deixa aflito
Parece o ar que eu respiro
Sujo e gratuito

E pode-se ouvir ou baixar daqui:

Ayrton Mugnaini Jr. - No Ar Mais Um Campeão De Violência

http://www.4shared.com/audio/0QawenXl/21_-_No_Ar_Mais_Um_Campeo_De_V.html

NÓIS FUMO E INCONTRÊMO TODO MUNDO - AO VIVO

Sim, blogs servem para isso, registrar bons momentos. Um destes foi a edição do projeto O Autor Na Praça deste sábado, 7 de agosto, dedicado ao centenário de nascimento de Adoniran Barbosa. Além de autografar meu livro Adoniran: Dá Licença De Contar, compareci com meu cavaco tão fiel quanto Peteleco e acabei tocando e cantando com Elza Aguiar (uma das primeiras atrizes da televisão brasileira - esta, por sua vez, completa 60 anos agora em setembro!), Teo Azavedo, Djalma Dias e Edria Barbieri, com acompanhamento do grupo de choro da Praça Benedito Calixto. E ainda participei de um debate (que logo estará disponível na internet) com Celso de Campos (autor de Adoniran, Uma Biografia) e Sérgio Rubinato, sobrinho de Adoniran e que trabalhou com ele nos últimos 15 anos.

Aproveitando, voltei a integrar a equipe do Rádio Matraca, programa de música, humor e informaçãom pela USP FM (93,7 MHz); produzimos um especial com raridades e esquetes do vate de Valinhos, além de amostras do disco Adoniran 100 Anos que mencionei abaixo. O programa foi ao ar no mesmo 7 de agosto, mas pode ser ouvido em qualquer hora e lugar aqui: http://www.radio.usp.br/programa.php?id=20&edicao=100807 Não tem problema se não pegar fora de Sampa, chora, negão, na rampa...