DE KENTUCKY E DA INGLATERRA PARA O MUNDO
Numa conversa sobre o instrumento dulcimer, cujo uso mais conhecido na música pop talvez tenha sido na primeira gravação de "Lady Jane" dos Rolling Stones, lembrei de um LP de meu acervo que foi poupado nas recentes mudanças e expurgos: Songs From Kentucky da cantora e pesquisadora de folclore Jean Ritchie, espécie de Inezita Barroso estadunidense.
O disco é de 1953 (ele mesmo não tem data impressa e no Google encontrei três datas diferentes, chegando à certa por uma resenha na revista inglesa Gramophone). Após várias procuras, não achei na Internet edição em CD nem o LP digitalizado, de modo que resolvi dar minha contribuição digitalizando meu exemplar.
Neste álbum June Ritchie toca dulcimer e também violão; curiosamente, quase todas as faixas foram lançadas na Inglaterra (país onde Ritchie foi pesquisar origens de canções folclóricas estadunidenses) em dois LPs de 10 polegadas, e as faltantes (num total de quatro) foram substituídas por outras ("John Riley", "The Gipsie Laddie", "The Cuckoo" e "Locks And Keys")! Em todo caso, neste LP temos:
1. Old Joe Clark
2. Oh Soldier, Soldier
3. Gentle Fair Jenny
4. The Turkish Lady
5. Froggie Went A'Courting
6. Bachelor Hall
7. Single Girl
8. Barbera Ellen
9. Hush Little Baby
10. There Was An Old Woman
11. One Morning In May
12. Jackero
13. Little Devils
14. Pretty Polly
15. Jubillee
16. Sourwood Mountain
17. Christ Was Born In Bethlehem
(composições de domínio público)
http://www.4shared.com/audio/3QekxrGi/jean_ritchie_-_songs_from_kent.html
Só três detalhes: 1) Perdoem eu não ter separado as faixas, mas estão todas aí (vai ser como ouvir uma fita cassete, rerre); 2) Perdoem também uma interferência de rádio que só percebi depois e removi até onde pude, mas que não chega a atrapalhar a audição de um disco destes - e pretendo fazer nova digitalização); 3) Este não é culpa minha: o disco está totalmente fora de catálogo e jamais foi reeditado nestes quase 60 anos.
Labels: dulcimer, Jean Ritchie, Songs From Kentucky, USA folk music
FELIZ MEIO ANO NOVO - 3
Posso me orgulhar de mais um parceiro de composição no Clube Caiubi: Eloy Nunes, cantor, ator, poeta e jornalista paraense radicado em Sampa.
Já posso dizer que "estou com onze" só este ano e até agora em outubro, tendo completado novas canções em parceria com uma "seleção" de pessoas companheiras de Caiubi, a saber: Akane Keiko, Alvaro Cueva, Eloy Nunes, Léo Nogueira, Lúcia Helena Corrêa, Márcio Policastro, Marisa Ricco, Sérgio Veleiro, Socorro Lira, Sonya Prazeres e Tereza Miguel. Isso para não falar de parceiros caiubistas com quem componho há mais tempo, como Tato Fischer, Rafael Iasi e o pessoal do grupo TONQ: Wilson Rocha e Silva, Ricardo Moreira, Ricardo Soares e Sonekka.
E algumas destas novas parcerias estarão em meu novo disco, a sair até o fim do ano; por sua vez, algumas destas e outras podem ser ouvidas em www.clubecaiubi.ning.com/profile/AyrtonMugnainiJr
Labels: Akane Keiko, Alvaro Cueva, Clube Caiubi, Eloy Nunes, Léo Nogueira, Lúcia Helena Corrêa, Márcio Policastro, Marisa Ricco, Sérgio Veleiro, Socorro Lira, Sonya Prazeres, Tereza Miguel
TOMA GÁ, DÁ CÁ
A discussão sobre o sobrenome do ditador líbio Muammar Gaddafi - que, segundo ele mesmo, pronuncia-se "Kadafi", com som de "k" e não de "gh" - me fez lembrar de outras similares, inclusive na questão de romanização, representação em nosso ABC de palavras criadas em outros sistemas de escrita. Vejamos os líderes russos Kruschov e Gorbachov; se a pronúncia é claramente "o", por quê escrever "e", "Kruschev", "Gorbachev"? Como resumiu Mário de Andrade, se é para ser fiel à grafia russa, usemos o alfabeto russo de uma vez. (Já bastam o escritor Tchekhov, onde na verdade o "k" é quase mudo e a pronúncia está mais para "tcherrov", e o compositor tcheco Dvorak, cujo nome, todo mundo sabe, se lê "Dvorjék".)
Nem vou entrar por ora na questão de certos sons serem impronunciáveis para certos povos, como o "xibolete"/"sibolete" bíblico, os japoneses e as letras "l" e "v" e regiões do Norte-Nordeste brasileiro onde não se usa "s", "coisa" soando como "corra" etc. Mas vou lembrar como o som "gh" pode ser entendido como simplesmente "k", não só no caso do idioma árabe de Kadafi, mas entre idiomas ocidentais mesmo. Como se sabe, o nome Caetano vem de Gaetano, originalmente "da cidade de Gaeta". E este K voltou a ser G pelo menos uma vez, no ingresso deste show a que assisti, em 1989, quando estive em Nîmes, na França.
Outro detalhe: a ordem de apresentação foi João Gilberto, Caetano Veloso e por fim João Bosco. Nelson Motta comentou em seu livro Noites Tropicais que ninguém canta depois de João Gilberto; imagino o que ele teria achado deste show.