NÁSSARA TAMBÈM NÃO PASSARÁ
Muito justo que o Brasil tenha comemorado o centenário de nascimento de Noel Rosa e Adoniran Barbosa. agora em 2010. Mas a música brasileira é tão rica que esses dois não foram os únicos grandes compositores da MPB dessa safra; podemos lembrar também Custódio Mesquita e Nássara.
Antônio Gabriel Nássara, carioca falecido em 1996, foi não "somente" co-autor de clássicos da MPB com MPB maiúsculos como "Alá-Lá-Ô" (com Haroldo Lobo), "Mundo De Zinco" (com Wilson Baptista) e "Formosa" (com J. Ruy); Nássara é também um dos melhores caricaturistas do mundo, e seu estilo sintético e minimalista (foi dito que ele desenhava "logotipo de gente") abrilhantou diversas publicações e capas de discos dos anos de 1930 a 1990. E sua obra como ilustrador está bem lembrada na exposição Nássara - 100 Anos, no Centro Cultural Justiça Federal (Avenida Rio Branco, 241, Centro, Rio de Janeiro), fones 55 21 3261-2563, de terça a domingo até 6 de fevereiro, das 12h às 19h, com entrada franca. Mais detalhes em www.ccjf.trf2.gov.br
ENTENDI, MAS (OU POR ISSO MESMO) QUERO QUE ELA DESENHE PARA MIM
Tive o privilégio de conhecer Luciana Vannucchi de Farias cantando e tocando música caipira em alguns dos primeiros sessões do Clube Caiubi de Compositores, e gostei mais ainda quando soube, pouco tempo depois, que ela é também desenhista, e das boas. Inclusive, já a elegi para ser a capista de meu próximo disco, Os Microsambas, a sair em fevereiro. Sim, é a vez dela, após eu ter dado a mesma distinção a outros grandes amigos e artistas como Drago (autor da capa de minha Enciclopédia das Músicas Sertanejas) e Cassiano Roda (que realizou a capa do LP A Coragem De Ayrton Mugnaini Jr.). Pois bem, dirijam-se ao blog dela, Luciana Desenhista, e nem precisarei mandar concordarem comigo.
http://lucianadesenhista.blogspot.com/search/label/ILUSTRA%C3%87%C3%95ES%2FARTES
Agora só falta ela voltar a aparecer cantando e tocando, no Caiubi e pelaí afora, né?
VITROLA, MINHA VITROLA: ALESSANDRO ZAMAH
Realmente, até "árvores" como eu se beneficiam com viagens, e neste mês de novembro fiquei "viajandão" pelo interior de São Paulo com uma excursão do Arquivo do Rock Brasileiro. Uma boa surpresa foi saber que um dos membros da Secreatria da Cultura de São José dos Campos é também letrista: trata-se de Nilson Ares, que já pode falar que tem composições gravadas, graças a Deus e ao cantor e compositor local Alessandro Zamah, que gravou agora em 2009 um CD independente, Caçador De Cachoeira, que bem merece ser descoberto pelas emissoras que tocam aquele pop suave que desde os anos de 1970 atende por MPB.
Fiz um medleyzinho de quatro parcerias de Ares e Zamah neste disco: o roquezinho erasmocarleano "Que Tal?" e as baladas "Coração De Plástico", "Sublime" e "Musicando". Sim, minha intenção é motivar vocês a irem atrás do disco; podem até falar com o próprio Zamah: alessandrozamah@gmail.com , além de visitar sua página no My Space, www.myspace.com/alessandrozamah
http://www.4shared.com/get/iSL_T_10/alessandro_zamah_-_cacador_de_.html
BARBIERAGENS - PARTE 1
(Não, nada a ver com Barbie, seja a Girl ou não, embora a personalidade em questão seja também bastante charmosa.)
Na quinta-feira passada, 2 de dezembro, tive o prazer de assistir a um show em que a paulistana Edria Barbieri homenageou Elis Regina. Não foi um "cover" fiel - isso nem Maria Rita faz (e ainda bem; inclusive estou feliz por Maria Rita estar encontrando seu próprio caminho e com qualidade); embora tenha seguido os tons originais da "Pimentinha", Edria acrescentou muito de si mesma, inclusive imitando percussão com a boca - e o acompanhamento instrumental, de apenas teclado com som de piano, contrabaixo elétrico e bateria, colaborou para diminuir grandes semelhanças (apesar de eu ter me lembrado de uma de minhas fases preferidas de Elis, quando ela trabalhou com o Zimbo Trio).
Ah, sim: enquanto Elis era artista "vertical", trabalhando apenas numa especialidade, no caso a de cantora (e só não a chamo de "maior cantora brasileira de todos os tempos" por ela ter ao menos uma grande "concorrente", Elizeth Cardoso), Edria é "horizontal", ou seja, expande-se em uma variedade de vocações: além de cantora - interpretando música popular e erudita! - , é também violonista, contrabaixista, percussionista, compositora e atriz de teatro e cinema. E, já que este é meu blog, digo de boca cheia que me honro em ter participado com ela de alguns shows e gravações e de ser vizinho dela no Clube Caiubi de Compositores.
Uma pequena amostra da versatilidade da guria está aqui, interpretando "Illusion" da canadense Julie Brezden; note que todos os sons são produzidos por ela - e que só a qualidade da filmagem é caseira.
http://www.youtube.com/watch?v=30QWg8nvMe0