UMA TARDE DE SOL DE 40 ANOS
Como se diz, quem faz o bom bocado não é necessariamente quem o come. Que o digam os ingleses, grandes inventores do futebol-associação mas que só ganharam uma única Copa do Mundo, a de 1966. (Isso mesmo, até hoje o Brasil não se perdoa por não ter emplacado três Copas consecutivas.) Por sinal, a trilha sonora desta vitória foi "Sunny Afternoon", último grande sucesso dos Kinks em sua nativa Inglaterra. Tudo isto ajudou a marcar o auge dos "anos 1960" conforme a grande imprensa mundial os retratou e divulgou, num momento em que a Inglaterra ditava todos os aspectos de moda e cultura jovem. (Já a partir de 1967 os EUA tomariam o comando de volta com grandes festivais de rock, psicodelismo e muito mais, mas isto é outra história da mesma História).
Vamos lembrar "Sunny Afternoon", não a gravação original dos Kinks, fácil de encontrar (além de eu, sendo quem sou, sempre evitar o óbvio), mas um arranjo dixieland com The Bsrbecues (c. 1967) e uma gravação de um dos primeiros shows-solo de Ray Davies, líder dos Kinks, onde ele transforma "Sunny Afternoon", de sua autoria, em um blues acústico.
The Barbecues - Sunny Afternoon
http://rapidshare.de/files/24465131/20_-_The_Barbecues_-_Sunny_Afternoon.mp3.html
Ray Davies - Sunny Afternoon
http://rapidshare.de/files/24466049/32_-_Ray_Davies_-_Sunny_Afternoon__live_in_Japan_.mp3.html
A "CAMISA 12" É DO BEN JOR
Sempre que começa uam Copa do Mundo a primeira música que me vem à cabeça não pe "Pra Frente Brasil" ou "A Taça Do Mundo É Nossa", mas sim a marchinha que diz "hoje tem marmelada? Tem, sim, senhor". Bem, Copa do Mundo é como parada de sucesso e Papai Noel, não é bom bulir com a alegria de quem acredita. Por isso, aqui vai uma pérola pouco lembrada sobre a Copa de 1970: "Camisa 12", de Jorge Ben Jor (ainda simplesmente Jorge Ben; o certo seria George Benson, cuja fama mundial é posterior à de Ben, ter mudado de nome por causa dele e não vice-versa).
Jorge Ben - Camisa 12
http://rapidshare.de/files/24366463/04_-_Jorge_Ben_-_Camisa_12__dele__1970_.mp3.html
DEU BRANCO, 64... JOGO FEITO!
Quando tio Paul McCartney completou 64 anos neste dia 18 de junho (exatamente a mesma idade que completaria Celly Campello...), não foram poucos os que se lembraram de "When I'm Sixty-Four", composição dele no disco Sgt. Pepper's quando tinha seus 25, lá em 1967. Pois bem, Macca ainda está por aí, não perdeu cabelo e sua utilidade vai bem além de remendar um fusível.
Sempre digo que não houve década mais "anos 1930" que os anos 1960. "When I'm Sixty-Four" é boa prova disso, primeiro dos grandes foxtrotes de Macca, que daí em diante incluiria um em cada LP subseqüente dos Beatles exceto Let It Be (e vale lembrar poucos e bons exemplos de sua carreira-solo como "You Gave Me The Answer"). Como não sou de ir pelo óbvio, lembrarei aqui duas versões menos lembradas de "When I"m Sixty-Four", ambas de 1967. Uma é com a cantora francesa Claudine Longet (excelente intermediária entre a "garota iê-iê-iê" Sylvie Vartan e a mais "cabeça" Françoise Hardy); note as mudanças na letra para "greying my hair" (embora mulheres também possam perder cabelo com a idade) e "you could be handy" (imaginem se um homem normal iria deixar uma deusa dessas mexer em caixa de fusível, e Claudine também estava bem ciente disso). A outra é uma versão em português com o cantor Marcio Greyck que, segundo me consta, recusou as versões encomendads pela gravadora a Fred Jorge, não escondendo de ninguém que as achou "horríveis", e encomendou outras, feitas por Carlos Wallace. Ontem como hoje, deveria haver mais Davis dispostos a peitar os Golias das grandes gravadoras.
Claudine Longet - When I'm Sixty-Four
http://rapidshare.de/files/23779184/08._When_I_m_Sixty-Four.mp3.html
Marcio Greyck - Sempre Vou Te Amar
http://rapidshare.de/files/23785739/Marcio_Greyck_-_09_-_Sempre_Vou_Te_Amar.mp3.html