MINI BLOGUE DO BIG MUG
Friday, May 31, 2019
O
quê Zé Tapera e Teodoro, os guitarristas Poly e Celso Blues Boy, o Duo Ciriema,
Kid Vinil & Magazine, Beto Lee e o cearense Falcão têm em comum? Isso mesmo,
todas essas pessoas regravaram a canção breganeja “Fuscão Preto”, composta por Jeca Mineiro e Atílio Versutti, sem dúvida um
dos maiores sucessos da música brasileira em todos os tempos e um dos melhores
exemplos do primeiro mandamento da canção comercial: “Música boa é a que gruda
no ouvido”, as pessoas cantarolam gostando ou não.
O
automóvel foi uma das invenções mais aceitas e bem-sucedidas, e tem inspirado
canções, filmes e outras obras de arte pelo mundo afora, especialmente no
Brasil da segunda metade do século 20, quando se cometeu o erro de valorizar o transporte rodoviário muito acima
do ferroviário e o carro próprio como bem de consumo acima de quase tudo
(inclusive inspirando boas piadas como “no Brasil um trem sai novo de uma
estação e já chega velho na seguinte” e “pessoa paulistana usa carro até para
ir ao banheiro”). O “Fusca”, além de veículo dos mais populares (até no nome de
sua fábrica, a Volkswagen, “carro do povo”, sendo ele mesmo chamado no Brasil até
de “Volks” ou “Vôques”), é dos mais icônicos, mesmo não sendo fabricado desde
1986 (descontando uma ressurreição no governo de Itamar Franco nos anos 1990,
que inspirou a canção “Fusquinha Do Itamar” do Ultraje A Rigor). E a canção “Fuscão
Preto”, além de enorme sucesso, é uma das canções sertanejas/breganejas que a cada
virada de década fazem sucesso para além do público do gênero e se tornam
grande hits e até cult para audiências mais chiques, como ocorreu com “Pense Em
Mim” no começo dos anos 1990, “Morangos Do Nordeste” ao virar o século e “Ai,
Se Eu Te Pego” no início dos anos 2010, a exemplo de canções de outros gêneros
como “Ai Que Saudades Da Amélia”, “Trem Das Onze” e “Quero Que Vá Tudo Pro
Inferno”, de sucesso e influência a ponto de quase se tornarem gêneros em si
mesmas – mais do que apenas inspirar algumas “answer songs”.
Reuni
até agora quase 90 gravações as mais diversas da canção e suas derivadas, desde
a original de 1979 aos anos 2010 – uma saga que completa 40 anos agora em 2019. Confiram a relação das gravações no fim deste tópico; podem também baixar as gravações daqui (oferta especial por tempo limitado!) E seguem mais abaixo algumas notas e
curiosidades.
A
vantagem de se satirizar uma canção sertaneja é seu público ser mais fiel e não
confundir “modas” com “modinhas”, pouco se importando se o que ele gosta de
ouvir é “in” ou não (quem vai dizer que ele está errado?), de modo que a sátira
nunca estará datada. Daí termos nesta compilação não só
regravações, respostas e imitações imediatas (lançadas de 1980 a 1983) de
“Fuscão Preto”, mas também outras feitas muitos anos depois. Ouviremos ainda
inúmeras paródias, como “Égua Preta”, “Feijão Preto”, aludindo tanto ao seu
preço quanto a suas propriedades e impropriedades digestivas, e lembro aqui uma
“homenagem” ao político Paulo Maluf, “Turcão Fresco”, que ouvi em rodinhas de
bares em 1982-3.
Além
de tantas regravações, paródias, derivadas e imitações, “Fuscão Preto” inspirou
um filme – como aconteceu com “O Menino Da Porteira”, “Pára, Pedro”, “Coração
De Luto” e outras canções caipiras de enorme sucesso. (Não lembraremos o nome
da principal atriz do filme Fuscão Preto,
dirigido por Jeremias Moreira Filho e lançado em 1983, para evitar repugnância
em pessoas mais sensíveis.) A canção inspirou também uma gravadora independente,
a capixaba Gravações Fuscão Preto. (Por falar em gravadoras, o selo Festa do
belo LP Choro No Sertão, que inclui
um arranjo em choro de “Fuscão Preto”, nada tem a ver com o famoso selo criado
nos anos 1950 por Irineu Garcia.)
E para quantos discos de rock já serviram
títulos como Face To Face, Real To Reel ou Malice In Wonderland? Pois bem, temos mais de um e até de dois
álbuns sertanejos intitulados Fuscão
Preto. (Lembrei-me de quando conheci o sempre bem-humorado guitarrista
André Chrsitovam por volta de 1980; além de mestre do blues brasileiro ele é músico
de estúdio, e naquele tempo ele me comentou sobre um comentário de um colega: “Ai,
não, hoje eu tive que tocar em mais uma gravação de ‘Fuscão Preto’!”.)
É
sabido que o povo, não só no Brasil, adora sofrência em forma de música, e nos
anos 1980 o cantor mirim Junior especializou-se em, apesar da pouca idade, cantar
conflitos do mundo adulto; um de seus maiores sucessos é “Eu Sou Pequeno Pra
Entender”, de Frederico de Assis e Eliana (“eu sou pequeno pra entender/mas eu
não queria/que meu papai/fosse viver com outra família”); pequeno ou não, ele
deve ter entendido algo sobre “os dois juntos se desmanchando de amor” ao regravar
“Fuscão Preto”... Ainda sobre adaptações de música adulta para o público
infanto-juvenil (que podem ser bem feitas, basta lembrar o palhaço-cantor
Carequinha), temos nada menos que duas gravações de “Fuscão Preto” que usam o método
Chipmunks de dobrar a velocidade da voz para simular esquilos, duendes e até
patinhos; no caso, Os Três Patinhos, com produção de Mister Sam no selo
Copacabana, e Os Patinhos Trapalhões, produzidos por Marcus Pitter na PolyGram.
Os Três Patinhos haviam estreado em disco em 1980, e Marcus Pitter não perdeu
tempo em produzir no ano seguinte (para a gravadora Top Tape) um LP de pataria
sonora cujo título diz tudo (No Forró)
e cuja capa (ainda sem crédito para Patinhos Trapalhões ou artista algum) diz
ainda mais. Apesar de Pitter ter pego carona adicional na trupe de Renato
Aragão, ninguém poderia reclamar, pois os patos de Pitter (parece “pitter
patter”, gostei) eram quatro (embora caindo para três no álbum que tem “Fuscão
Pato”, ops, “Fuscão Preto”, o citado da PolyGram), e todos são decalcados nos patos
da Disney. Pois é, no amor e comércio vale tudo, e no fim o público pega os
patos.
Três
destes discos fuscão-pretenses são notáveis por outros motivos além das capas
suavemente machistas embora inegavelmente belas. O álbum Só Tranqueiras (bem melhor que se meter a chique e chamar de
“trash”, não é?) preocupou-se mais com a embalagem do que com detalhes como
crédito de intérprete(s) – a não ser que Só Tranqueiras seja o nome do artista,
obviamente “ad hoc” (gostaram?). O LP da Banda do Carnaval tem arranjos do
grande maestro e guitarrista José Menezes. E o compacto da saudosa atriz mineira
Lady Francisco tem direção musical de Gabriel O’Meara, que muitos e muitas de
vocês devem conhecer da banda O Peso, da revista Rock, A História E A Glória e outras paragens do rock brasileiro.
O
autor da versão em inglês “Black Mustang”, assinando-se “Peter John Rider”, fez
no outro lado do compacto simples o mesmo bom serviço, e com humor sutil, em
outra versão-paródia pop de clássico caipira, a guarânia “India”. E mamma mia, temos também uma versão em italiano e em ritmo de tarantela, "Fiat Nero".
Por falar em
Mustang e outros modelos de automóveis, outra descoberta curiosa é que um irmão
mais novo do Fusca da Volkswagen, o Passat, inspirou pelo menos/nada menos que
três canções diferentes inspiradas em “Fuscão Preto” intituladas “Passat
Branco” (uma delas interpretada pelo Trio Esperança do Brasil; não confundir
com o Trio Esperança da jovem guarda). Temos também nada menos que duas modas
“Monza Vermelho” com o mesmo título mas diferentes. A firma rival Chevrolet
também foi bem lembrada com canções sobre Opalas de diversas cores. E o
presidente Itamar Franco comandou, como dissemos, uma “volta do Fusca”, mas um
seu xará (cujo sobrenome ainda não descobri) compôs uma canção inspirada em
“Fuscão Preto” citando outro automóvel, o Corcel 2 de outra ilustre
concorrente, a Ford (sim, a lançadora do Mustang – que dez anos antes de
“Fuscão Preto” inspirou uma ancestral elitista, ela mesma, “Mustang Cor De
Sangue” de Marcos e Paulo Sérgio Valle).
E
temos também duas pratas (seriam “Fuscão Prata”?) da casa. “Foguete Prateado” é
uma sátira minha em meu estilo, procurando um diferencial de outras sátiras –
no caso, é um brega em compasso 5/4 (imaginem os Kinks em 1969 tocando algo
assim); compus lá nos idos de 1983, consegui finalizar e gravar agora nos anos
2010, e incluí em meu disco Dó, Ré, Mi,
Fá... Sei Lá!, lançado em 2017. E “Karmann-Ghia Vermelho” é de Sérgio
Balthazar, colega da faculdade de Jornalismo, a Cásper Líbero; costumo cantar
esta em bailes bregas com a banda liderada por Ozi Stafuzza, ilustre colega do Clube Caiubi de Compositores. (E, sim, demonstrei o que
“Fuscão Preto” tem a ver com música vanguardeira e pretensiosa ao samplear a
canção em “Ponta De Stockhausen”, de minha fita Sexo, Leite & Brega, de 1986.)
Enfim,
esta quase centena de gravações comprova o sucesso e a durabilidade da canção
“Fuscão Preto”. Só faltou Guilherme Arantes e Fábio Jr. a regravarem naquela
prosódia toda particular: “Fuscão ‘pretuuuuu’/você é ‘feitu di açuuuuu’...”
“FUSCÃO
PRETO” – GRAVAÇÕES
A
maioria é de discos de vinil ou CDs de meu acervo pessoal; algumas gravações
foram conseguidas no Youtube e similares. Desta relação algumas faixas ainda me
faltam; duas só consegui até o momento num exemplar trincado e delas consegui
recuperar trechos.
Gravação original:
Geovante
e Mariel (LP Fuscão Preto,
Sabiá/Copacabana, 1979)
·
Regravações
caipiras e breganejas:
Almir
Rogério (LP Sertão Jovem,
Copacabana, 1982)
Belmiro
e Badalo (LP 12 Sucessos De Duplas
Famosas, RS Discos, 1983)
“Disco
De Ouro” (LP Disco De Ouro 7, CID,
1982)
Duo
Ciriema (LP Os Sucessos Das Paradas,
RCA Camden, 1981)
Cláudio
Marcelo E Seu Conjunto Sentimental (LP De
Coração A Coração, CID, 1982)
Jeca
Mineiro e Luizinho (CD Recordações
Sertanejas, Movieplay, 1998)
Junior
(LP Eu Sou Pequeno Pra Entender, RCA
Camden, 1983)
Miramar
e Miraí (LP Fuscão Preto, Seta,
1981)
Nestor
e Nestorzinho (LP Fuscão Preto,
RS/Fermata, 1981)
Os
Barões (LP O Papa E O Assassino,
Discolino, 1982)
Os
Gladiadores (“balanço”, compacto, Rodeio, 1981)
Robertinho
do Acordeon (LP Arrasta-Pé Fantástico,
Itamaraty, 1983)
Sábado
e Domingo (LP Disco De Ouro Da Música
Sertaneja, CID, 1983)
“Só
Tranqueiras” (LP Só Tranqueiras,
WEA, 1982)
Teodoro
e Sampaio (LP Nos Braços Do Mundo,
RCA, 1981)
Trio
Parada Dura (LP Último Adeus, Copacabana,
1981)
Trio
Repentista (LP, Rancho, 1982)
Vandeirante,
Zé Batista e Darlon (LP Fuscão Preto,
Copacabana, 1981)
Victor
e Léo (medley: “Fuscão Preto”/”O Doutor E A Empregada”/”O Fuscão E A
Empregada”)
Zé Tapera E Teodoro (LP Dona Da Minha Vida, RCA Camden, 1980)
Acompanhamento
instrumental sem crédito de artista (LP Karaokê
Sertanejo, RGE, 1986)
·
Regravações
em outros ritmos:
-
Ritmos brasileiros não sertanejos
Banda
do Carnaval (marcha carnavalesca) (LP Banda
Do Carnaval, Som Livre, 1984)
Banda
Musical Municipal de Presidente Alves (banda militar) (LP Banda Musical Municipal de Presidente Alves, independente, 1983)
Banda
Municipal de Campo Bom (banda militar) (LP Bom
É Campo Bom, Selo do Artista, 1983)
Cláudio
Marcelo (LP De Coração A Coração,
CID, 1982)
Kiko
e Kika (“novelty”) (LP O Sapo Cantador,
Copacabana, 1987)
Os
Patinhos Trapalhões (“novelty”) (LP Os
Patinhos Trapalhões, Lança/PolyGram, 1982)
Os
Três Patinhos (“novelty”) (LP A Festa
Das Crianças, Copacabana, 1982)
Poly
(guitarra havaiana) (LP Baile No
Interior, Rancho, 1982)
Walmir Serpa (forró)
Zé
Festa (choro) (LP Choro No Sertão,
Festa, 1983 conforme a capa e 1984 segundo os selos)
Zé
Pipa (sanfona) (LP O Melhor Da Sanfona
Vol. 2, Copacabana, 1982)
-
Rock e parentes
Augusto Omena (versão dance)
Beto
Lee (rock estilo Stones/Tutti-Frutti) (CD Todo
Mundo É Igual, Abril Music, 2002)
Celso
Blues Boy com Ivo Pessoa (blues)
DJ
Bradok e Almir Rogerio (dance-music)
Magazine
(rock new-wave) (LP Magazine,
Elektra/Warner, 1983)
Os
Originais Da Juventude (brega) (LP Os
Originais Da Juventude Volume 7, Beverly, 1981)
Rádio
Cadáver (punk-rock)
Remix
Sertanejo (discothéque) (LP Remix
Sertanejo, RCA, 1992)
-
Country e parentes
Banda
Paraíso (country instrumental) (LP Banda
Paraíso, Copacabana, 1983 – lançado também com outra capa e crédito, Santa
Fé Country Band, embora no selo continue como Banda Paraíso! E a edição do
Santa Fé inclui foto e nomes dos integrantes da banda)
Barra
da Saia (zydeco eletrônico)
João
Alves (country-rock-brega) (com autoria creditada somente a Jeca Mineiro;
compacto duplo, Danúbio/Fermata, 1981)
-
Outros ritmos e estilos estrangeiros
Miltinho
Rodrigues (merengue) (compacto duplo O
Trovador Do Brasil, Chantecler, 1982)
Odilson
Caiado (piano easy-listening) (LP Piano
Sertanejo, CID, 1988)
·
Versões
em outros idiomas e paródias
-
Outros idiomas
Bourbon
Blues Band – “Black Mustang” (em inglês, versão de Peter John Rider) (compacto simples,
Young, 1983)
Falcão
– Black People Car (em inglês macarrônico) (LP e CD Dinheiro Não É Tudo Mas É 100%, RCA, 1994)
Grupo
Só Alegria – “Schwartza Fuka” (em alemão macarrônico)
Marco
Antonio – “Fiat Nero” (vs. Di Paolo) (em italiano e em ritmo de tarantela) (LP Italia D’Oggi E Di Sempre, Alvorada/Chantecler,
1982) (lançado também em compacto promocional sem crédito de intérprete e em
compacto simples)
-
Paródias
Nhá
Barbina – “Mané Do Fuscão Preto” (paródia de Tião do Carro/Nhá Barbina,
compacto duplo, Chororó, 1986)
Compadre
Moreira e Adelaide – “Égua Preta” (paródia de Compadre Moreira) (compacto
simples Tocantins, 1982; depois LP Égua
Preta, Tocantins, 1990)
Intérprete
Não Creditado – “Trote De Letras”
·
Respostas,
continuações e imitações
Almir
Rogério – “Chevette Azul” (Almir Rogério/Carlos Santorelli/J. Oliveira) (LP Almir Rogério, Copacabana, 1984)
Almir
Rogério – “O Motoqueiro” (Almir Rogério) (compacto simples, Copacabana, 1983)
Ayrton
Mugnaini Jr. – “Foguete Prateado” (Ayrton Mugnaini Jr.) (CD Dó, Ré, Mi, Fá... Sei Lá!, Mugayr, 2017)
Ayrton
Mugnaini Jr. – “Karmann-Ghia Vermelho” (Sergio Balthazar) (composta por volta
de 1983; esta gravação foi feita em 2015 e está sendo lançada nesta coletânea
virtual)
Carlos
Augusto – “Opala Vermelho” (Carlos Augusto) (LP, Danúbio, 1982 segundo a capa e
1983 conforme os selos)
Duo
Londrina – “Fuscão E Opala De Fossa” (Aparecido/Lécio, compacto duplo, J.
Monteiro, 1982)
Durvan
Rodrigo – “Opala Verde” (Durvan Rodrigo/Paulo Rolin) (LP Sonho Real, Tocantins, 1993)
Estevão
e Serafim – “Fiat Branco” (Gumercindo) (LP
Fiat Branco, Girassol Discos, 1985)
Estranho
e Desconhecido – “O Famoso Fuscão Preto” (Paranhos/J. dos Santos) (LP Estranho E Desconhecido, R.A. 1982)
Evaldo Freire – “Monza Branco” (Maurílio Costa) (LP Outro Amor, Jangada/EMI, 1984) *
Frankito
Lopes – “Opala Vermelho” (Cláudio Sullis/Frankito Lopes) (LP Parabéns Pra Minha Dor, Gravason, 1986)
Getulio
Salvador - Feijão Preto (Fuscão Preto)
Gil
& Guaxupé – “No Banco De Trás (Santana Preto)” (Luciano/Adelino/Morete) (LP
Gil & Guaxupé, independente,
lançado com duas capas diferentes)
Ismael
Carlos – “Bicicleta Envenenada” (Valmir Pinto/Isabel Cristino/Junior Sobrinho)
(compacto simples, Araponga, 1983)
João
Mineiro e Marciano - “O Meu Opala Preto”
João
Pedro e Damião – “Passat Branco” (Damião/Paulo Andrade) (LP Amor Desfeito, )
Jucelino
e José Nário – “Dodjão Preto” (Jucelino/José Nário) LP Passat Branco 83, Chapadão/J. Monteiro, 198.) *
Jucelino
e José Nário – “Passat Branco 83” (Jucelino/José Nário) (LP Passat Branco 83, Chapadão/J. Monteiro,
198.) *
Júlia
(A Beija-Flor Das Alterosas) – “Se O Meu Fusca Falasse”
(Bambuzinho/Rivail/Rivael) (compacto duplo, MCC, sem data)
Lady
Francisco – “A Moça Do Fuscão” (Chico Xavier/João Paraíso) (compacto simples, CID,
1983)
Lindomar,
Lizael e Ligeirinho – “Fusquinha Vermelho” (J. Garcia/Vanderyl) (LP Fusquinha Vermelho, RDG, 1983)
Maran-
“Opalão” (Gazel/Luciano) (compacto simples, Studio, 1987)
Marcio
e Marcel – “A Volta Do Fuscão Preto” (sem crédito de autoria!) (LP A Volta Do Fuscão Preto, LP Chororó,
1981)
Os
Gladiadores – “Chevette Branco” (Atilio Versutti-Mariel) (LP, Rodeio, 1983)
Os
Gladiadores – “O Motorista Do Fuscão Preto” (Taubaté) Rodeio, 1982
Paulo
Motoca – “A Mulher Do Fuscão Preto” (Paulo Motoca/Alcimar Monteiro, compacto simples,
Mar & Sol, 1982)
Príncipe
e Regente – “Monza Vermelho Da Mulher Que Amo” (Itu Jesus dos Santos) (LP Príncipe E Regente, Tri-Som, 1993)
Reguinier
– “Tala Larga” (Reguinier) (compacto simples, Chantecler, 1983)
Rony
Cardoso – “Corcel 2” (Itamar) (compacto duplo, Continental, 1983)
Sagitário
e Capricórnio –“Resto De Carro” (Sagitário/Germino) (LP Resto De Carro, Fermata, 1983)
Toni
Cris e Cassiano – “Jipe Tala Larga” (Raphael e Elias) (compacto simples, Fermata,
1983)
Trio
Brasil Central – “Motoca Maldita” (Benedito Seviero/Tomaz) (LP Ponto De Partida, Tocantins, 1988)
Trio
Esperança do Brasil – “Monza Vermelho” (José Marques/Ramo Verde) (compacto
duplo, Gravações Fuscão Preto, sem data) *
Trio
Esperança do Brasil – “Passat Branco” (José Marques/Nivaldo Costa) (compacto
duplo, Gravações Fuscão Preto, sem data) *
Trio
Parada Dura – “Arapuca” (Solevante/Itamaracá/Mangabinha) (LP Último Adeus, Copacabana, 1981)
Wanderley
Trindade – “Fuscão Branco” (Toninho) (LP Segunda
Canção, Sonart, 1986)
*ausentes nesta coletânea
Friday, May 03, 2019
LIGANDO OS TÍTULOS ÀS PESSOAS: ARTISTAS MUSICAIS QUE ADOTARAM NOMES DE SUAS OBRAS – BRASIL
Ah, apelidos, prática de socialização lúdica (gostaram?)
que nem todo mundo acha divertida... Apelidos, sejam modificações de nomes ou
inspirados em características da vítima, são inevitáveis, e normalmente só
pegam quando não se gosta deles – mas muita gente gosta do apelido a ponto de
adotá-lo até como nome profissional ou artístico e relegar o verdadeiro nome a
assunto para pesquisa. Basta perguntarmos a Pelé, Zico, Aleijadinho (um dos
mais antigos apelidos punks brasileiros de que tenho notícia), Canarinho, Regina
Boni, Lênin, Lula, Fatty Arbuckle (ou Chico Boia – um dos primeiros apelidos
com tecla SAP) e, na música, Chuck Berry, Ringo Starr, Cat Stevens, Fats
Domino, Duke Ellington, Ozzy Osbourne, Lady Gaga, Lemmy, Míriam Batucada, Pitty,
Lobão (presença obrigatória em minha pesquisa sobre a Disney e a música
brasileira), Peninha (idem), Sonekka (não, ele não ganhou este apelido por
causa do anão disneyano), Toquinho, Pepeu, Cazuza, Chorão, o guitarrista gaúcho
Alemão, Supla, Fiuk... (Não confundir apelido dado espontaneamente por família,
turma ou público com nome de guerra cuidadosamente escolhido pelo(a) artista ou
pessoal chefe, empresário ou publicitário, como sejam Elton John, David Bowie,
Reg Presley, Tonico & Tinoco, Chitãozinho & Xororó, Anitta e até mesmo o
pesquisador Tinhorão.)
Este que vos escreve tem atendido também por
Ayrtinho/Tinho/Teco na família, Abacaxi no cursinho e faculdade quando morou no
interior e, ao se enturmar na futura Galeria do Rock em 1978, tornou-se bem mais
conhecido como Richards – sim, por causa do guitarrista dos Rolling Stones,
minha banda inglesa preferida lá em 1978, logo antes de eu descobrir os Kinks, os
Zombies e os Yardbirds – e Tião, por eu ter me criado no “interiorrr” paulista.
(E, ao começar a tocar com Kid Vinil – sim, outro belo nome de guerra – em
1981, fui também chamado de Costello por ser nerd de óculos e levar minha
guitarra não num estojo e sim num saco e portanto inspirar analogia com o
segundo Elvis, que por sinal nasceu com o nome Declan mas adotou o nome do
primeiro Elvis.) Nas mesmas Grandes Galerias, elas mesmas apelidadas “Galeria
do Rock” por abrigarem muitas lojas de discos, camisetas e instrumentos
musicais desde os anos 1970, proliferaram também os apelidos a pessoas frequentadoras
conforme os artistas ou gêneros de que mais gostassem: além deste Richards que
vos tecla tivemos Claudio Zappa (“al secolo” Claudio Finzi Foá), Valdir Moon
(“né” Angeli), Zé Progressivo, Pedro Aoxomoxoa, Allman Brothers, Moody Blue,
Adolfo Budokan (nipodescendente que adorava discos ao vivo) e até Zappa Usado
(que só pedia discos de segunda mão, e portanto mais baratos,do cavanhaquista
de Cucamonga). E boa parte de minha
turma musicista dos anos 1980 para 1990 parecia time de futebol: Bonitão, Banha,
Praia, Peste, Imbecil, Pazzo, Horrível... Não poderiam faltar apelidos
inspirados em canções específicas, como um rapaz frequentador do Espaço Persona
que eu chamava de “Smoke” porque nas jams sessions ele sempre cantava “Smoke On
The Water” e um colega da Cásper que nas rodinhas de violão sempre pedia “Tempo
Perdido” do Legião Urbana e acabou ganhando este título como alcunha.
Chegamos então ao tema deste artigo: artistas
brasileiros que emplacaram uma canção de sucesso enorme a ponto de se tornarem
conhecidos por ela e incorporarem seu título ao nome artístico.
Começaremos pelo ilustre cidadão macauense
Gilson Vieira da Silva, nascido em 1952. Conheces? Sim, ele atende, inclusive
no Facebook, por Gilson Casinha Branca, dado o êxito e a popularidade da canção
“Casinha Branca”, composta em parceria com Joran e Marcelo, lançada por Gilson
em 1979 e que estourou na trilha da telenovela Marrom Glacê, chegando a ser
regravada por Fábio Jr., Maria Bethânia e até o inglês Jim Capaldi, ex-Traffic
(numa versão em inglês, “Old Photographs”), e a cantora espanhola (mais exactamente, inglesa de origem hispano-catalã; vale, vale, vale) Jeanette, aquela de "Soy Rebelde" e "Porque Te Vás" ("Casita Blanca"). E sim, este Marcelo é o mesmo dos
sucessos “De Fogo, Luz E Paixão”, “Com Você Eu Vou” e “Abre, Coração” (estas
duas em parceria com Jim Capaldi). Gilson tem outras canções de grande sucesso,
como “Verdade Chinesa” e “Não Diga Nada”, mas “Casinha Branca” é sua “Be-Bop-A-Lula”.
(Muita gente boa até faz confusão urbana, suburbana e rural ao citar “Casinha
Branca” misturada com “Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda (Casinha De Sapé)” – mais
um empreendimento da Imobiliária Casa No Campo – de Hyldon (que, por sinal,
também é Silva mas não tem parentesco com Gilson).
Outro grande “cantautore” que adotou o nome de
uma sua balada de grande sucesso é o paraguaio radicado no Brasil Juan Senon
Rolon, que no fim dos anos 1960 passou a usar o cognome Fábio e um de seus
primeiros hits foi justamente o maior: “Stella”, de 1969 (“com Heraldo do Monte
na guitarra”, lembrou Fábio a este que vos escreve na ocasião de seu programa
especial para a Rádio Matraca). É sempre bom lembrar que Fábio é autor ou
co-autor de outros grandes sucessos, como “Socorro, Nosso Amor Está Morrendo”
(gravada por Wanderley Cardoso), “Risos” (Tim Maia), “Velho Camarada” e “Até
Parece Que Foi Sonho”. Nos anos 2000 ele averbou o nome artístico para Fábio Stella, gravando discos como o CD abaixo, Meu Jovem Amigo, de 2007. Lembremos também que o eco usado em “Stella” motivou a
Rádio Globo a convidar Fábio para gravar várias vinhetas com esse efeito para a
emissora (“Rádio Globo-bo-bo-bo!”).
Depois de procurar estrela, espantemos a
tristeza na pessoa do sambista carioca Nilton de Souza (1936/2018), também
conhecido por Niltinho – e por Niltinho Tristeza desde o grande estouro de seu
samba “Tristeza” (“tristeza, por favor, vá embora”), composto em 1963 em parceria
com o grande carnavalesco Haroldo Lobo e lançado dois anos depois pelo cantor
Ary Cordovil; não demorou para Elis Regina (em dupla com Jair Rodrigues) e
Elizeth Cardoso regravarem este samba e consagrá-lo de vez como clássico da MPB
– sem falar na versão em italiano, “Tristezza, Per Favore Va Via”, sucesso
imediato com a Gal Costa italiana, Ornella Vannoni, em 1967. E na década seguinte
Niltinho acrescentou ao nome artístico a palavra “Tristeza”, a princípio com e
depois sem aspas.
Outro ilustre sambista carioca que ganhou nome de uma sua propria composição foi João de Souza Barros (1933/1986), bem mais conhecido como Joãozinho da Pecadora devido ao sucesso de seu samba "Pecadora", gravado por grandes artistas Elizeth Cardoso e Nara Leão. Temos também um artista que ganhou nome de obra alheia: o gaucho Mateus Nunes (1920/1971), famoso por sua composição "Mãe Preta (Barco Negro)", porém ele mesmo bem mais conhecido como Caco Velho, de tanto interpretar o samba deste nome composto por Ary Barroso, lançado por Elisa Coelho em 1934.
Há pelo menos dois apelidos-canções cuja maternidade foi o estúdio. Um é o de outro “hermano”, o grande multiinstrumentista Sergio Jorge Dizner, nascido na Argentina, hoje residente na Alemanha e que se revelou no Brasil em shows e gravações com artistas como Caetano Veloso, Elis Regina, Raul Seixas, Ronnie Von, Tim Maia, Rosa Maria (e ainda integrante de bandas como The Beat Boys e Raíces de América), além de ser autor de sucessos como “Cavaleiro De Aruanda” e “Pra Ser Só Minha Mulher” e compositor de trilhas de filmes como Bonga, O Vagabundo, talvez o melhor filme, certamente o mais chapliniano, estrelado por Renato Aragão. Até 1971 este músico atendia por Sergio Dizner ou pelo apelido Tony, conforme a contracapa de seu único LP como integrante da banda The Beat Boys (sim, a mesma que acompanhou Caetano e Gil em shows, gravações e festivais nos anos 1960). Mas nesse ano Elis Regina resolveu gravar uma composição sua, “Osanah”, e gostou tanto que ali mesmo, em pleno estúdio carioca da Philips na Avenida Rio Branco, ela sugeriu a Tony que complementasse seu nome artístico adotando o título desta canção como sobrenome. E assim nasceu Tony Osanah, outro dos muitos grandes artistas (ao lado de Tim Maia, Gil, Milton, João Bosco e Belchior) a merecer e ganhar forte impulso de Elis, a ponto de conseguir contrato na mesma gravadora (o conglomerado PolyGram), onde gravou solo e como integrante da banda Music Machine (ao lado de Willy Verdaguer, outro grande músico argentino e parceiro musical de Osanah desde os Beat Boys até hoje).
O segundo apelido-canção nascido em estúdio de
que falaremos, além de também ter “nascido” no Rio de Janeiro, veio de um
detalhe agregado a um samba de grande sucesso. Na gravação de “Foi Um Rio Que
Passou Em Minha Vida” de Paulinho da Viola, em 1970, o vocalista Jorge Moraes, integrante
da escola de samba da Portela e participante do coro, teve uma bela ideia: improvisou
e mandou aquele entusiasmado contracanto “aaaaaaah, poréééém!” Paulinho,
surpreendido e maravilhado, aprovou, e esta contribuição ajudou ainda mais a
aumentar o sucesso do samba. E basta dizer que Jorge Moraes foi crismado “Jorge
Porém” até em verbete de enciclopédia, justamente onde fiquei sabendo dele: O
Bê-A-Bá Das Escolas De Samba de C. Bernard, publicada em 2001 e um dos melhores
achados de minha até agora única ida a Florianópolis poucos anos depois...
E um exemplo bem bossa nova é o do compositor e
músico carioca Chico Feitosa (1935/2004), cuja “Fim De Noite” (parceria com Ronaldo
Bôscoli) fez tanto sucesso (desde seu lançamento pela grande Alaíde Costa, em
1960) que o primeiro de seus dois álbuns como intérprete evidente, lançado em
1966, tem o título objetivo de Chico Fim De Noite Apresenta Chico Feitosa, e o supracitado
Tinhorão, ao falar sobre Feitosa, teve de explicar que ele adotou o cognome
Chico Fim De Noite devido ao grande êxito da composição e “não por dormir
tarde”. (Falei sobre discos de Chico Feitosa onde ele é “intérprete evidente”;
pois bem, ele tem pelo menos um álbum como intérprete não evidente, Jovem Brasa
Apresenta Samba Jovem, de 1966, onde aparece discretamente como guitarrista do
Conjunto Jovem Brasa e produtor do disco, por sinal interessante pioneiro do
samba-rock moderno.)
No extremo oposto da sofisticação musical temos
a dupla Ponto & Vírgula, cujo primeiro e maior sucesso, lançado em 1974,
foi ”Chacrilongo”, levando a gravadora a complementar o nome do duo com “Os
Chacrilongos” na capa de um dos hits seguintes, “Laika Nóis Laika”. (Sim, neste
disco a dupla é formada pelo "cantautore" Tukley e pelo em´perito contrabaixista Lu Stopa, mas não contem a ninguém. E, por
sinal, Tukley, além de grande seguidor de Raul Seixas, é também mestre de
canções sobre pessoas inconvenientes; além de “Chacrilongo”, ele ajudou a
popularizar a gíria “mala” em seu hit intitulado justamente “O Mala”, como
integrante da banda Spray.)
Lembremos também artistas que adotaram
nomes/apelidos de canções de sucessos alheios. Um bom exemplo é o primeiro
roqueiro de sucesso vindo da cidade de Santos: José Rodrigues da Silva.
Reconheceste? Sim, ele mesmo: o Deny, da dupla vocal Deny & Dino. Ele
gostava tanto da canção “Danny”, cantada por Elvis Presley no filme King Creole
(para nós Balada Sangrenta - bom mote para meu estudo sobre violência na música), que adotou o título como nome artístico, abrasileirando
a grafia para “Deny”. (A gravação de Elvis desta canção não foi incluída no LP
da trilha sonora do filme e só saiu em disco décadas mais tarde – mais uma de
tantas “façanhas” do empresário e da gravadora de Elvis – , mas fãs da canção
em si não precisaram esperar tanto: ela foi regravada pelo “Elvis inglês”,
Cliff Richard, no LP Cliff, de 1959, lançado aqui no mesmo ano mas com título
dublado para Rock Turbulento – mais um pouco de tecla SAP para vocês), e por
Conway Twitty, com título “Lonely Blue Boy”, também em 1959.) Mais exatamente,
Deny lançou-se com o nome completo de Deny Rod (sim, Rod é abreviação de
Rodrigues, seu sobrenome). Não, ele não resolveu seguir à risca o primeiro
verso da canção, “my name should be Trouble...” Temos ainda outro sucesso do
rock and roll que serviu de apelido não para um, mas dois artistas brasílicos ligados
ao rock. Sim, trata-se de “Bop-A-Lena”, composição de Mel Tillis e grande hit
com o cantor Ronnie Self. Muitos e muitas de vocês já sabem o que vou dizer: o
jovem Jorge Ben Jor gostava tanto deste rock que ganhou o apelido de Babulina.
Enquanto isso, outro jovem carioca, Sebastião Maia, também chegou a ser chamado
de Babulina pelo mesmo motivo, mas por pouco tempo, e logo o apelido/nome artístico
Tim Maia prevaleceu. E Jorge assinou-se Babulina profissionalmente pelo menos
uma vez, numa parceria bem gaiata (e bem obscura) com Tom Zé: “C. C. D. T. F.”(queres
saber o quê significa esta sigla? Ouve a canção aqui , gravada por Marcos Samm em 1969.
(Sendo este meu espaço, aqui posso contar o que
se segue. Conheci pessoalmente Jorge Ben Jor quando ele lançou “W/Brasil”, e
ele, que já nos anos 1970 lamentava ter perdido seu exemplar do disco “Bop-A-Lena”,
me disse que, mesmo passadas duas décadas, não conseguia encontrar a gravação
nem em lojas europeias; eu tinha o disco e fiz então a boa ação de lhe gravar
uma fita cassete com a canção, incluindo como bônus “C. C. D. T. F.”. Sou também
amigo de Tom Zé desde que pesquisei sua primeira grande discografia nos anos
1980, e ele me contou que s encontrou com Ben Jor no Rio, este lhe disse: “Um
cara de São Paulo me fez uma fita com nossa parceria e Tom Zé lhe respondeu: “Um
cara de São Paulo? Acho que sei quem é...”)
Podemos mencionar ainda o nunca demais
mencionado grupo Rumo, que surgiu sem nome mas com show intitulado Rumo da
Música Popular, e logo, como admitiu ao jornal O Matraca, “roubou o nome às
próprias apresentações. Temos ainda Dave Davies, guitarrista dos Kinks, que em
1967 iniciou carreira-solo paralela ao grupo e teve como primeiro e maior sucesso
a canção folk-rock “Death Of A Clown” (sim, está em minha pesquisa sobre música
e circo); Dave vive às turras com seu irmão Ray Davies, líder dos Kinks, que em
alguns shows dos anos 1970 chegou a apresentar o mano como “Dave ‘Death of A Clown’
Davies”. E acabo de me lembrar que, além de Richards, cheguei a ser chamado
também de Ponta, apelido criado pelo formidável pianista Marco Antonio Bernardo,
graças a meu arranjo em rock irreverente para “Ponta De Areia” de Milton Nascimento...