Thursday, April 21, 2022

ANGELI E A MUSICA: GRANDE CAPISTA E QUADRINHISTA... E QUASE CANTOR

 

Pena o cartunista e quadrinhista paulistano Angeli ter anunciado o fim de sua carreira por ter contraído afasia (1). Com obra grande em todos os sentidos, Angeli retratou o submundo, a porralouquice e a escrotidão de forma satírica o suficiente para ridicularizar e fazer rir, mas ao mesmo tempo com humanidade e elegância o suficiente – inclusive, a meu ver, ainda melhor do que Robert Crumb, óbvia e grande influência – para ser apreciado até por não fãs de quadrinhos underground. E venho por meio deste homenageá-lo pelo lado musical.

Assunto é o que não falta, e não apenas no rock. Basta lembrar suas sátiras ao rock carioca (“na minha banda tem duas gatinhas que fazem um vocalzinho”), à bossa nova e às pessoas bossaminions (“João é gênio! João é Deus! João é João!”) e à critica musical metida a besta (na pessoa do personagem Rui Resenha). E Angeli tem lugar no livro que estou escrevendo sobre a Disney e a música brasileira graças a desenhos como este:


E Angeli é autor de algumas capas de discos. Talvez sua primeira capa tenha sido uma das ultimas grandes capas de compactos brasileiros (2), do segundo megahit da banda Magazine, “Tic-Tic Nervoso”, lançado em julho de 1984. Certamente, hoje a contracapa levaria Angeli, a banda e a gravadora aos tribunais, ou pelo menos cancelamento, por pedofilia...




Mas antes desta capa Angeli desenhou pelo menos uma contracapa, para o primeiro álbum-solo de Paulinho Boca de Cantor, sem titulo, lançado em outubro de 1979.



Lembremos também três coletâneas de rock com diversos/as artistas. Uma é o LP Neo Rock, de 1984. (Um atrativo especial deste disco é o texto de contracapa escrito por, vejam só, Ruy Castro. Não, não é Rui Resenha, é Ruy Castro mesmo, talvez a última pessoa de quem se esperaria um texto sobre rock brasileiro dos anos 1980, apreciador de bossa nova e de música estadunidense dos anos 1940 e que considera composições de rock como “garranchos”. Neste disco Ruy é até simpático para com o rock brasileiro dos anos 1980: “Um dia, o Brasil inteiro terá 14 anos e seremos todos felizes para sempre.”)

 



Outra coletânea pegou a onda de discos-tributos (é proibido compor, diz o mercado, eu vi) dos anos 1990: Rei, lançado pela Sony em novembro de 1994 e reunindo canções de Roberto Carlos nas interpretações de artistas como o Barão Vermelho, Blitz e Carlinhos Brown.



E a terceira é uma das muitas fitas cassete com belos livretos informativos patrocinadas pela empresa BASF (3): Rock In Brasil – O Balanço Das Gerações, lançada em junho de 1987.

Há pelo menos uma capa de Angeli para disco inspirado na obra dele próprio: um single independente de 12 polegadas do artista performático Lord K, lançado em 1988, cada lado homenageando um personagem, “Rê Bordosa” e “Rhalah Rikota” – esta em duas versões, proibida (“se você tem andado meio brocha [...] Rhalah dá mais de quatro sem sair de cima”) e liberada (“se você tem andado de galocha [...] Rhalah pagou o pato mas não perdeu a rima”).


E Angeli tem muito a ver com a banda Lingua de Trapo. Além de shows e eventos onde o vocalista Laert Sarrumor interpretava Bob Cuspe (e Angeli desenhou a orelha do primeiro livro de Laert Sarrumor, Mil Piadas Do Brasil) e o saudoso guitarrista Lizoel Costa se revelava o “Meiaoito preferido” de Angeli, este foi entrevistado uma vez no programa Radio Matraca; surgiu a ideia de ele cantar uma canção, acompanhado ao violão por este que vos tecla, e o resultado foi esta versão samba-canção-rock de “Ela Disse-Me Assim” deLupicinio Rodrigues – , completo com a opinião sincera e imparcial do filho de Angeli, presente na emissora (na época a FM 97) com o paizão.

Algumas informações para este texto são desta pagina. Curiosidade adicional: o cidadão Arnaldo Angeli Filho (4) é primo em terceiro grau (os pais de ambos eram primos-irmãos) de Valdir Angeli, meu parceiro no hit “Rebel Dog Blues” e também capaz de brincar de cantor em ocasiões como esta, em 1986, imitando Johnny Rottencantando “Yesterday”.

Notas:

(1) Cabe explicação sobre essa doença e esperança, se não de cura, de pelo menos administração, e aqui vai uma

(2) Em 1985 as grandes gravadoras brasileiras, que são empresas visando lucros, imagina se não fossem, resolveram parar de lançar compactos de 7 polegadas, dedicando-se apenas a LPs e compactos de 12 polegadas.

(3) Outros belos documentários sonoros patrocinados pela BASF em fita cassete, formato muito popular até os anos 1990, incluem Antologia Da Sátira Brasileira, de 1985, e Canto Livre, O Grito Da Raça, comemorando os cem anos da abolição oficial da escravatura no Brasil.

(4) Nascido em 31 de agosto de 1956, Angeli é citado em meu samba "Virginiano", lançado em 1992.

Tuesday, April 12, 2022

UMA BELA MATÉRIA DE CAPAS: HOMENAGEM A ELIFAS ANDREATO (1946/2022)

 


Ouvistes o que foi dito: "Não se julga livro ou disco pela capa". Certo, mas uma embalagem bonita e funcional não machuca ninguém, pelo contrário, valoriza o produto em todos os sentidos. O desenvolvido capitalismo ianque e europeu aceita e estimula até empresas especializadas em capas de discos, como as saudosas Hipgnosis e Pacific Eye & Ear. Da América do Sul, este que vos escreve não se lembra de empresas ou de artistas individuais especializados (as) em capas de discos, mas sim de pessoas artistas gráficas, ilustradoras e caricaturistas que brilharam nesse serviço, como o argentino Juan Gatti e, no Brasil, Miécio Caffé, Lan, Juarez Machado, Cesar Villela na gravadora Elenco, Joselito na Musidisc e na RCA, Tebaldo, Aldo Luiz, Oscar Paolillo, Cafi e... Elifas Andreato, autor de muitas capas de livros, cartazes, cenários e figurinos de peças e shows, fascículos e, o que nos interessa agora, capas de discos, cerca de trezentas.

PONDO BANCA



Infelizmente falecido agora em 29 de março de infarto aos 76 anos, o ilustre paranaense Elifas Vicente Andreato teve o melhor tipo de fama: muita gente  conhece e admira sua obra sem saber que é dele. Na música brasileira esse momento tem até data, 8 de junho de 1970, quando o Brasil realmente amanheceu mudado para melhor (1): nesse dia estreou nas bancas de revistas a coleção de fascículos & discos História da Música Popular Brasileira da editora Abril, projeto sem precedentes e com poucos iguais em termos de pesquisa, popularização e acabamento gráfico e técnico (2). Elifas está nos créditos, parte das mais importantes e das menos lidas...

 



Ilmar Carvalho elogia Elifas não nominalmente no Correio da Manhã de 11 de junho de 1970


Esta coleção foi um dos grandes marcos da estreia de Elifas como diretor de arte da Abril Cultural, divisão de fascículos da Abril. (3) E ele marca presença no livro que estou escrevendo sobre a Disney e a música brasileira graças a outro seu trabalho na Abril: a coleção Estorinhas De Walt Disney (4), lançada em janeiro do mesmo ano.




PALHAÇOS E LÁGRIMAS

Na música popular costumam ser lembradas as categorias de intérprete e, não muito em seguida, a de compositor (a). Nos anos 1980 acenderam-se merecidos holofotes para duas outras importantes categorias da indústria cultural: a pessoa arranjadora e a autora de capas de discos – mas por um lado negativo. Explicarei. Ao lado de grandes como Radamés Gnattali, Rogério Duprat e Miguel Cidras, um nome começou a ser citado como exemplo do que arranjadores não deveriam ser. Sim, ele mesmo, Lincoln Olivetti (1954/2015), sem dúvida competente e talentoso, mas, de tão requisitado, passou a se repetir, tornando-se o artista brasileiro mais formulaico depois do imbatível Roberto Carlos. (5) Pois aconteceu o mesmo com Elifas, embora, felizmente, por muito menos tempo, em menor grau e mantendo boa qualidade.

Homem étudo palhaço”, proclama um blogue carioca de humor feminista. Artista musical também? Elifas Andreato marca ilustre presença em outro livro que estou escrevendo, sobre a música brasileira e o circo, pois muitas de suas capas, cenários e figurinos têm inspiração circense, mas em várias delas ele demonstrou tendência a transformar todo e toda artista em palhaço triste. “Os palhaços sempre me fascinaram, talvez porque eu os veja como a ideia mais bem acabada do artista, agentes da esperança, capazes de expressar a felicidade do homem num instante, no momento”, resumiu Elifas. Esta fase lhe inspirou boas capas – mas com uma repetição aquém da alta média de sua obra. Senão, vejamos.

 


 

Casa De Brinquedos, Toquinho e outros/as (Ariola, agosto de 1983)
Clube Da Criança, incluindo Carequinha, Patricia (futura Marx, mas não contem a ninguém) e uma pessoa apresentadora cujo nome omitimos para evitar repugnância em quem gosta de crianças (RCA, março de 1984)
O Sorriso Ao Pé Da Escada, Jessé (RGE, junho de 1983 - e Elifas aparece também como compositor em parcerias com Jessé)
Aqualouco, Grupo Acaru (Café/Fermata, 1981)
Cenas, Roberto Riberti (Chantecler, junho de 1979 - insatisfeito com a baixissima vendagem, Riberti relançou o disco de forma independente ainda nesse ano)
Elis Vive, Elis Regina (coletânea de gravações de 1965 a 1981; Elenco, janeiro de 1984)

Em 1975 Roberto Moura, jornalista d’O Pasquim, elogiou a capa do álbum desse ano (sem título e que inclui “Amor À Natureza”) de Paulinho da Viola nestes termos: “uma apresentação tão sóbria quanto era possível a Elifas Andreato”. Sete anos depois, Moura esculhambou o show Mel de Maria Bethânia: “A direção de Wally Salomão inexiste. A regência [no jornal saiu “agência”] de Perinho Albuquerque é constrangedora [...] arranjos redundantes e banais. Não escapam sequer os cenários de Elifas Andreato, em seu pior momento.” E em 1980 Moura, com seu belo nome de colírio elogiando o que lhe faz bem ao olhar, resume como “magnífica” a capa do LP de Adoniran desse ano, ressaltando que tal detalhe contribui para este ser o álbum mais elaborado do Poeta do Bixiga e de toda Sampa.

A Folha de S. Paulo chegou a afirmar que o pior disco de música brasileira seria de Fagner interpretando canções de Gonzaguinha – outro artista que tardou a ser valorizado – com arranjos de Lincoln Olivetti e capa de Elifas. Uma gozação mais afetuosa está no único LP do saudoso humorista e músico Serginho Leite (1955/2011) (sem título, lançado pela Som Livre em maio de 1984), na faixa “Salsa Pra Ilha”, onde Serginho encarna o personagem Billy Gomez, cantor ansioso por sucesso mas, não sabendo o que quer, se submete às gravadoras que também não sabem mas pensam saber (ouça essa faixa e, melhor ainda, o disco todo aqui):

Sou artista importante

Tenho gravadora multinacional

Sou de nível internacional

Fui vaiado num festival

Já fiz disco em Los Angeles

Capa do Elifas, Tárik gostou

FM me boicotou

Meu trabalho não emplacou (6) 

Outra sátira às capas de Elifas é Brincando Com Fogo do Língua de Trapo, de 1992; por sinal, esta capa, idealizada por Cassiano Roda e desenhada por Rodval Matias, é grande exemplo de sátira bem-feita a ponto de funcionar como arte, chegando a ser eleita a melhor capa brasileira do ano pela revista Bizz.


Eu mesmo cheguei a fazer uma piada com as capas de Elifas – inédita até este momento. Meu segundo lançamento musical, a fita cassete Brega Segundo Brega, lançada em outubro de 1985, é o único a não ter ficha técnica nem créditos de autoria. É que tudo isso iria sair num luxuoso encarte (luxuoso por meus padrões) que acabou não saindo... Uma das faixas, “Os Metaleiros Também Amam”, foi a inspiradora desta sátira não somente a Elifas mas também ao heavy-metal, que também se tornava gênero formulaico graças a tantos imitadores de Iron Maiden e Motorhead. Notem as cerifas nas letras... E percebe-se que antecipei a banda Massacration em quase 20 anos. (7)

 


Mas quase em seguida, em 1986, este galhofeiro elogiou bem humoradamente Elifas na revista Somtrês, ao comentar positivamente o álbum Dezembros de Maria Bethânia: “Elifas Andreato prova aos desavisados que não vive só de boneca morta e palhaço chorando.” Realmente, um artista como Elifas não se mede por uma parte de sua obra, e a música brasileira tem muitas boas capas que “nem parecem de Elifas”; aí vai uma amostra.

 



Nave Maria/Bandança, Tom Zé (RGE, novembro de 1984)
Almanaque, Chico Buarque (Ariola, novembro de 1981)
Trocando "Figura", Jean & Paulo Garfunkel, Celso Viafora e César Brunetti (Copacabana, novembro de 1986)
Perto De Casa, Rolando Boldrin (RGE, abril de 1991)
Pastoril Do Faceta, Faceta (Clack/WEA, novembro de 1980)
Carrancas, João Ba (independente, 1989)
Eu Canto Samba, Paulinho da Viola (RCA, janeiro de 1989)
Um Conto Que Virou Canto, Thelma Chan e corais infantis (independente, novembro de 1991)
Dezembros, Maria Bethânia (RCA, novembro de 1986)
Vânia Bastos, Vânia Bastos (Copacabana, novembro de 1986)


BASTAM DOIS RISCOS NUMA FOLHA QUALQUER


Até meados dos anos 1970 a CBS tinha como grande orgulho ser a mais brega das grandes gravadoras brasileiras, especialmente nas capas, sem encartes e quase sempre simplonas, “tudo pobreza”, como resumiu Ezequiel Neves; impossível imaginar a CBS investindo em artistas gráficos como Elifas, mas com o tempo isso aconteceu, após a transformação da gravadora em Sony Music no fim dos anos 1980, cujos lançamentos incluíram Martinho Da Vida (1990), Moleques De Rua (1992) e uma bela série de CDs, Escolas de Samba/Enredos, de 1994, cujas capas couberam a Elifas.

 

Tarik de Souza no Jornal do Brasil, 13 de abril de 1980.


“Tudo pobreza”? Pois bem, a competência e criatividade de artistas como Elifas Andreato não dependem de verba ou espaço. Basta lembrarmos dois exemplos extremos, por coincidência ambos de cantoras. Um é o álbum Lápis De Cor de Fátima Guedes (EMI, abril de 1980), de produção apurada, sendo inclusive a primeira capa de disco em todo o mundo encadernada com espiral, imitando caderno escolar (8). O outro é a singela mas bonita e eficiente capa do primeiro disco de Vânia Bastos (Copacabana, novembro de 1986), tão-somente uma bela foto na frente – a fotogenia e simpatia de Vânia ajudam muito e até bastam – e as letras e ficha técnica atrás. Sim, a qualidade de uma capa de disco não depende de ela ser dupla ou quíntupla, incluir dez pôsteres e envelopes, luzinhas coloridas ou outros, como se diz, disfarces para encobrir música que não tenha a mesma qualidade.


UM RECADO NA PORTA: EU E ELIFAS


Falei da presença de Elifas em livros que estou escrevendo. Pois bem, o mestre marca ilustre presença num livro que já escrevi: Adoniran – Dá Licença De Contar, lançado pela Editora 34 em 2002; entrevistei-o rapidamente sobre sua capa para o álbum Adoniran E Convidados. (9) E posso dizer que estou num disco que tem capa de Elifas: Um Conto Que Virou Canto, de corais infanto-juvenis com regência de Thelma Chan, lançado de forma independente em 1991 e onde me revelei para o público infanto-juvenil, participando como músico e compositor e lançando meus quase-sucessos “Isto É Samba” e “Nanico”. (10)


ALGUNS DETALHES FINAIS


Há pelo menos dois livros sobre Elifas, belas flores que ele recebeu em vida. Uma, aliás, ele mesmo plantou, o autobiográfico Impressões (Bamerindus, 1993); o outro é Vai, DJ! O Intrigante Caso Dos Discos Perdidos, de João Rocha Rodrigues (Palavrinhas, 2021), que inclusive pode ser lido aqui  .




Notemos que Elifas era tão criativo que suas capas nada ou quase perdiam na transição para formatos de tamanhos menores que LPs, como fita cassete e CD; algumas até já nasceram pequenas e notáveis neste formato, como a supramencionada (gostaram?) série dedicada a sambas-enredos.

E notem que, para ressaltar neste artigo a produtividade e criatividade de Elifas, mostrei apenas uma capa de cada artista...

 Notas:

(1)   Houve quem louvasse como uma data dessas o lançamento da caixa Ensaio Geral de Gilberto Gil (8 de março de 1999), projeto bem-vindo e grandioso, mas ainda refém de vícios da gravadora brasileira, omitindo algumas faixas devido ao limite draconiano brasileiro de 14 faixas por CD.

(2)  Os fascículos tinham páginas coloridas e os LPs, de dez polegadas, traziam oito a dez faixas, a preço de lançamento de sete cruzeiros, preço mais que excelente; um compacto duplo sem encarte algum custava cerca de seis...

(3)  Elifas participa também da segunda edição do projeto, Nova História da Música Popular Brasileira, lançada em 14 de setembro de 1976.

(4)  Esta coleção voltou às bancas em dezembro de 1974 com nome gramaticalmente mais correto, Historinhas de Walt Disney (não “Estorinhas”).

(5)  Lincoln Olivetti tem sido louvado por revisionistas como “papa do sacolejo” e “mago do pop”... Pois é, depois de 20 anos tudo fica bom e após três décadas tudo se perdoa.

(6)  Sim, a letra no encarte do LP cita o grande jornalista Tárik de Souza (embora na gravação Serginho cite outro emérito batalhador pela música brasileira na imprensa, Mauricio Kubrusly), e a faixa começa com uma das muitas vinhetas do disco que satirizam João Gilberto.

(7)  Foi nesta fita que, além de “Os Metaleiros Também Amam”, lancei meus quase-sucessos “Marcinha Ligou”, “Abdômen De Presidente”, “Galinhagem” e “Noites Sob O Luar”.

(8) Elifas, tão esperto quanto criativo, patenteou a ideia de capa de discos com espiral, e tenho em mãos o outro único exemplo que conheço: o álbum triplo Cartas Celestes do pianista Fernando Lopes, lançado pela Eldorado em 1982 e cujos créditos incluem “Fechamento espiral: Elifas Andreato”. Realmente, uma criação muito mais prática que o "Discobjeto" do álbum Transa de Caetano Veloso – que, por sinal, recebeu de Elifas uma de suas melhores capas, a do LP Bicho.

(9)  O álbum foi lançado sem título, mas algumas reedições o chamam de Adoniran E Convidados.

(10)                     O disco inclui ainda outra canção minha, o menos lembrado mas por mim também querido “Samba Da Paquera”. E cabe aqui um grande alerta: este disco teve reedições em CD com faixas a menos e até sem a capa de Elifas...