MUDANDO OS MUTANTES?
Todo mundo já sabe que os Mutantes estão se reunindo com quase todo mundo da formação clássica: os irmãos Baptista, Liminha e Dinho, mais uma cantora, se não me engano Zélia Duncan. Tudo muito bem, mas ao menos para este que vos escreve, com todo o respeito, em termos de criatividade e estilo, os Mutantes sem Rita ou algum dos Baptistas não são aqueles Mutantes - do mesmo modo que os Beatles só são Beatles com John, Paul George e Ringo (e "Yesterday" é Paul, "Julia" é John e assim por diante). Em todo caso, aqui vai uma lembrança: "Ando Meio Desligado" ao vivo no festival Internacional da Canção de 1969, com direito a um final misturando Cream, Kinks e marchinhas de carnaval.
Mutantes - Ando Meio Desligado ao vivo
http://rapidshare.de/files/18690666/14_-_Ando_Meio_Desligado__Ao_Vivo_.mp3.html
UM DOUTOR QUE DISTRIBUI MUITA GAITA
Para quem gosta de textos em bloguês: ontem participei de mais uma feira de discos da Galeria Trianon, e uma cliente nova em todos os sentidos veio dizendo: "Você não se lembra de mim, não é? Você tocou com meu pai, o Fernando, gaitista!" Sim, há dez anos fui honrosamente contrabaixista do Dr. Feelgood Blues Combo, liderado por Fernando "The Doctor" (por ser médico de verdade, neurologista), talvez o único gaitista brasileiro de blues que dá para encarar Flávio Guimarães (sem querer desmerecer nenhum outro). Pois bem, espero que ele não fique muito bravo por eu compartilhar com vocês este trecho de um ensaio nosso nos idos de 1995-6, ao lado de Alexandre Alê na guitarra e Wagner Tavares na bateria, interpretando "Mercy, Mercy, Mercy", o famoso tema de Joe Zawinul, tecladista de Cannonball Adderley anos antes do Weather Report. E, para ser bloguístico à minha moda, segue também a gravação original de "Mercy, Mercy, Mercy", de 1966.
Dr. Feelgood Blues Combo - Mercy, Mercy, Mercy
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Cannonball Adderley - Mercy, Mercy, Mercy
http://rapidshare.de/files/18689076/Mercy__Mercy__Mercy.mp3.html
FELICIDADE, LONG-PLAY NO VESTIBULAR... (como não diria Martinho da Vila)
A Maloca Querida, sebo informal pilotado por este que vos escreve, vai participar da primeira Feira de Vinil promovida pelo cursinho Aprove, em sua filial no centro de São Paulo (Rua Xavier de Toledo, 84, no terceiro e quarto andares - sim, o evento promete ser grande), no sabadão 29 de abril, das 10 às 18 horas.
EM ABRIL AINDA TEM FEIRA DO VINIL
Isso mesmo, teremos feira de colecionadores de LPs, compactos, CDs e tudo o mais na Galeria Trianon ao lado do parque homonimo aqui em Sampa no feriado de 21 de abril, das 10 às 16 horas.
Até que demorei para compor uma espécie de jingle em homenagem ao evento, e que canto em alguns programas de rádio enquanto nao chega a hora de grava-lo. Por sinal, embora politica nao seja meu forte, compus duas versoes, semndo a outra dedicada à Feira do Vinil de Santo André - a proxima, por sinal, será em 18 de maio.
FEIRA DO TRIANON
Ayrton Mugnaini Jr.
Se você ainda não viu
Vá lá ver que é muito bom
Vai ter feira do vinil
Na Galeria Trianon
(bis)
Quem gosta de disco antigo
Vai à feira e cai no gozo
Seja colecionador,
Pesquisador ou curioso
Quem quiser ir vender disco
Fale logo com quem manja:
José Carlos Tangerino
Que não é nenhum laranja
refrão
Lá tem espaço pra tudo
Não é só para LP
Tem disco de todo jeito
Até CD e DVD
Vai gente do mundo todo
E barganhas são bem-vindas,
Até trocar disco velho
Por disco mais velho ainda
refrão
TODO DIA AINDA PODE SER DIA DE ÍNDIO
O rock tem seu dia oficial, mas ninguém se lembra porque, afinal, quase todo dia é dia de rock (e não no sentido da canção de Zé Rodrix). Já o índio também tem seu dia oficial, mas ninguém se lembra pelo motivo oposto, conforme bem lembrado pela música popular, de forma irônica como, claro, "Todo Dia Era Dia De Ìndio" de Jorge Ben Jor ou "Xingu Disco" do Língua de Trapo ou mais a sério como "Índios" do Legião.
Pelo menos neste momento, náo tenho notícia de artistas da MPB, ou mesmo do rock brasileiro, de ascendência indígena, ao contrário dso EUA, de onde posso lembrar Jimi Hendrix, o mais famoso cafuso (mestiço de negro com índio) do rock, e grupos inteiros como Redbone e Xit. De qualquer forma, seguem abaixo algumas gravações de índios brasileiros (do Xingu) e norte-americanos (do Omaha). As gravações brasileiras foram recolhidas no início dos anos 1970 e até lançadas num LP, Xingu - Cantos E Ritmos (Philips, 1972 - a mesma Universal de hoje, acredite se quiser). E as do Omaha foram coletadas pelos pesquisadores Francis La Flesche e Alice Cunningham Fletcher em - ajuste os ouvidos - fins do seculo 19.
Xingu - Javari Pe (Dança Das Flechas)
http://rapidshare.de/files/18341492/02_-_Xingu_-_Javari_Pe__Dan_a_Das_Flechas_.mp3.html
Xingu -_ uaranap (flauta jacui com maracas)
http://rapidshare.de/files/18341265/04_-_Xingu_-_Luaranap__flauta_jacui_com_maracas_.mp3.html
Black Swan - Song of Approach from the Wawan (1896)
http://rapidshare.de/files/18341130/Omaha_Indian_Music_-_Black_Swan_-_Song_of_Approach_from_the_Wa_wan_-_1896.mp3.html
Big Shoulder - Bice`waa Love Song (1897)
http://rapidshare.de/files/18341080/Omaha_Indian_Music_-_Big_Shoulder_-_Bice_waa__Love_Song__1897.mp3.html
APONTANDO UMA GRANDE APONTADORA
Mais uma baixa: June Pointer, uma das Pointer Sisters, grupo vocal pop norte-americano dos anos 1970 e 1980 dos mais versáteis e que deveria ser mais divulgado no Brasil (o grande público só se lembra de "I'm So Excited"). Aqui vai "Fairytale", composição das próprias, que muitos de vocês devem conhecer na regravação de Elvis Presley.
The Pointer Sisters - Fairytale
http://rapidshare.de/files/17898225/03_-_Fairytale.mp3.html
O GRANDE PEQUENO GENE PITNEY
Ontem, 5 de abril, tivemos também a perda do cantor e compositor norte-americano Gene Pitney, aos 65 anos. Gene teve carreira tão interessante e de tão boa qualidade quanto curiosa. Como cantor, só fez sucesso interpretando composições de outros ("Every Breath I Take", "That Girl Belongs To Yesterday", "I'm Gonna Be Strong", "Something's Gotten Hold Of My Heart", "Nessuno Mi Puoi Giudicare", "The Man Who Shot Liberty Valance", "24 Hours From Tulsa"...), enquanto suas próprias canções ajudaram muito outros intérpretes como Ricky Nelson ("Hello Mary Lou"), as Crystals ("He's A Rebel") e Bobby Vee ("Rubber Ball"). Quem tem boas lembranças de jovem guarda pode acrescentar "Marianne" na interpretação de Jerry Adriani.
"That Girl Belongs To Yesterday", lançada por Pitney, foi nada menos que a primeira composição de Mick Jagger/Keith Richards a entrar nas paradas inglesa e norte-americana, no início de 1964. A música foi apresentada a Pitney por Andrew Oldham, empresário dos Stones e que acabara de fechar contrato como assessor de imprensa de Pitney na Inglaterra; inclusive, Pitney participou na faixa "Little By Little" do primeiro LP dos Stones, tocando piano (embora o dono-da-verdade Roy Carr negue, dizendo que foi Ian Stewart, em seu livro The Rolling Stones - An Illustrated Record) e foi homenageado na faixa "Spector And Pitney Came Too", ainda inédita em disco oficial dos Stones.
Elvis Presley já havia provado que não era preciso ser "oriundi" para cantar baladas italianosas, de letras emocionadas e melodias idem, cheias de notas altas; Gene Pitney reforçou esta tese com repertório muito melhor e resultados de acordo. Não foi à toa que, em 1964, Gene Pitney foi o cantor de maior sucesso na Itália. Vamos lembrar sua interpretação de "Nessuno Mi Puoi Giudicare", composição de Daniele Pace, Mario Panzeri, Luciano Beretta e Michele Del Prete (e que lembra um pouco a canção napolitana "Parlami D'Amore Mariu"), também sucesso com Caterina Caselli e concorrente no Festival de San Remo em 1965.
Há outras curiosidades sobre a carreira de Pitney, como a história contada por Peter Bardens (mais tarde do grupo progressivo Camel), que foi seu acompanhante em shows. referindo-se ao cantor como "Pigmy" (alusão à sua baixa estatura), Bardens contou à revista Trouser Press que não havia tido tempo para ensaiar direito antes de um show e simplesmente perdeu o breque final da bombástica "I'm Gonna Be Strong". Pitney não teve dúvida: parou de cantar e disse a Bardens "Está despedido!" em pleno palco.
Por ora, vamos lembrar "Nessuno Mi Puo Giudicare" e "That Gril Belongs To Yesterday" na versão original de sucesso, onde Gene faz dueto consigo mesmo - não a mixagem mais comumente reeditada com apenas uma voz-solo.
Gene Pitney - Nessuno Mi Puo Giudicare
http://rapidshare.de/files/17342567/Gene_Pitney_-_Nessuno_Mi_Puo_Guidicare.mp3.html
Gene Pitney - That Girl Belongs To Yesterday
http://rapidshare.de/files/17304789/Gene_Pitney_-_That_Girl_Belongs_To_Yesterday__single_version_.Mp3.html
...ENTÃO ACEITE OS PARABÉNS DO CAREQUINHA
Ontem o palhaço Carequinha deixou definitivamente de atuar e cantar, aos 90 anos. Muito menos mal que teve vida e carreira longas e sem cair no ostracismo - só não conseguiu realizar seu desejo de morrer como nasceu, em pleno palco ou picadeiro. Naturalmente, não poderia deixar de ser homenageado neste modesto espaço digital, inclusive com sua própria voz no link abaixo.
Interessante é ponderar sobre o interesse de Carequinha pelo rock e seus derivados, com seus sucessos como “Rock Do Ratinho”, “Twist Do Cachorrinho” e, com o estouro da jovem guarda, “Bode No Iê-Iê-Iê” – a gravação que podemos ouvir abaixo, de 1967, composição dele mesmo em parceria com Laurentino de Alencar.
Carequinha - Bode No Iê-Iê-Iê
http://rapidshare.de/files/17303771/19_-_Bode_No_ieieie.mp3.html
COISA AINDA MAIS BONITA
Na trilha sonora da novela Belíssima, eu, pelo menos, achei que teria sido apropriado incluir, adivinhe, “Belíssima”, composição da grande dupla Evaldo Gouveia/Jair Amorim, gravada em 1966 por Moacyr Franco - pena que esta gravação não tenha sido lembrada, especialmente neste momento em que Moacyr anda em evidência, e por seus meritos de artista.
Moacyr Franco - Belíssima
http://rapidshare.de/files/17304427/05_-_Bel_ssima.mp3.html