Monday, November 30, 2020

TUDO O QUE È BOM SABER SOBRE O CD "ELEMENTO ÚNICO"

 


Lançado em agosto de 2020, este é meu primeiro e, espero, único CD lançado durante a pandemia de Covid-19 (sim, espero que a pandemia termine logo) - e, por sinal, bem de acordo com minha vocação de jornalista musical, inclui muitas canções inspiradas na própria e em outros acontecimentos recentes. Seguem abaixo as letras do disco (lançado em agosto, mas só agora tive tempo de publicar aqui) e alguns detalhes que, também espero, sejam de interesse sobre as canções e as gravações. Sim, a capa é de Martha Maria Zimbarg, foto dela e eu usando uma das camisetas que ela desenha por encomenda.

O AMOR NOS TEMPOS DO CORONA
Ayrton Mugnaini Jr.

Ah, eu tô ardendo em febre
Pulando feito lebre
Cansado de sofrer
Tô sufocado e não respiro
Não é Coronavírus
É vontade de te ver

Ah, não posso te abraçar
Não posso te beijar
Não posso nem te ver
Só esperar que logo se remove
O Covid-19
Noves fora, só você

Composta logo que a pandemia estourou e uma das primeiras canções sobre a (mal) dita, com inspiração também em duas coisas bem melhores: Gabriel Garcia Marquez e Martha Maria Zimbarg.

Mug: vocal, cavaquinho, guitarra, contrabaixo e bateria 



QUANTO MAIS EU PENSO EM MIM
Ayrton Mugnaini Jr.

Quanto mais eu penso em mim
Mais eu lembro de você
É tão bom pensar assim
A vida é boa pra viver

Quem só ouve pancadão
Sinfonia não compõe
A gente tira da cabeça
O que nela a gente põe
Aprendi a pensar grande,
Positivo e sou-mais-eu
De pensar em coisa boa
Aí você me apareceu

Quanto mais eu penso em mim
Mais eu lembro de você
É tão bom pensar assim
A vida é boa pra viver

Quem só pensa em coisa boa
Vai ter sorte até no amor
Pensamento é um micróbio
Dele eu sou grande vetor
E vou completar a frase
Que muita gente lembrou:
“De pensar morreu um burro”
Coisa boa não pensou...

Quanto mais eu penso em mim
Mais eu lembro de você
É tão bom pensar assim
A vida é boa pra viver

Samba inspirado em minha consorte Martha.

Mug: vocal, cavaquinho, guitarra, gaita, contrabaixo, percussão (exceto pandeiro sampleado)




THE HOUSE OF THE PAINTED HEN
(A CASA DA GALINHA PINTADINHA)
Marcos Luporini
Versão de Ayrton Mugnaini Jr.

There's a place at the far end of the city
Where we feel like it's on the countryside
With a hen, a rooster and their children
And their song can be heard worldwide

Cock, cock, cock-a-cock-cock

With so many chicks around by meal time
Painted Hen has to put them in a line
One, two, three, four, five, six, seven,
Eight, nine, ten, you snooze, you lose!

Cock, cock, cock-a-cock-cock

With so many chicks every day's a party
And their neighbours always sing and play
That's the farmer, a butterfly, a giraffe
And a mad cow that gets madder every day

Cock, cock, cock-a-cock-cock

Muitas de minhas gravações dos anos 2000 têm inspiração em Naruto, Bob Esponja, Padrinhos Mágicos e outros personagens de que meu filho Ivo gostava quando era pequenino. Agora é a vez de minha neta Aurora me inspirar com personagens de que ela gosta, começando pela Galinha Pintadinha - e este meu arranjo segue a linha do funk galináceo de "Chicken Strut" dos Meters, "Funky Chicken" de Rufus Thomas, "Funky Rooster" dos Unemployed e "Thunder Chicken" dos Mighty Imperials. (Só depois de lançar a gravação me lembrei de que "Dotted Hen" seria uma tradução melhor e que a expressão "Painted Hen" existe em inglês mas significa bem outra coisa.) E terei sido a única pessoa a me lembrar de minha "Galinhagem", de 1985?

Mug: vocais, gaita, guitarras, contrabaixo e bateria 




PARANAPIACABA
Jica Y Turcão
Adaptação de Ayrton Mugnaini Jr.

Mas onde vais, rapaz?
Eu vou pra Paranapiacaba

Eu mal posso esperar
Pra conhecer esse torrão
Fugir um pouco de São Paulo
E toda aquela poluição
Diz que Deus fez tal cidade
Bem no alto de uma serra
Pra paulista conseguir
Ver a neblina da Inglaterra

Mas onde vais, rapaz?
Eu vou pra Paranapiacaba

Eu quero chegar logo
Diz que lá é bom demais
Já passei Embu das Artes,
Ibiúna e Cocais
Ô, rapaz, tu me desculpa
O que eu vou dizer agora
Tu tá no caminho errado
Dá meia volta e vai-te embora

Mas onde vais, rapaz?
Eu vou pra Paranapiacaba

Modificação que fiz de uma faixa do altamente recomendável disco Música De Relaxo da dupla de humor musical Jica Y Turcão - e até a dupla gostou.

Mug: vocais e violão



LOBO QUASE MAU
Ayrton Mugnaini Jr.

Tem um personagem
Antigo e velho
Um pistoleiro que vai atirando a esmo
Na casa dele
Não tem espelho
Porque ele quebra, briga até com ele mesmo
Adora briga
Forte de gênio
Quer ser famoso como grande polemista
Faz muito tempo
No outro milênio
Alguém se lembra? Ele foi um grande artista
Dizem que ele está doido
E não tem jeito, não
Tem sempre alguém assim em tudo que é cidade
Ele passa metade do tempo
Pedindo perdão
Pra quem ele xingou na outra metade
Ele é um lobo quase mau, quase mau, quase mau
A cabeça dele
Já virou mingau

Talvez eu nem precise dizer para quem eu fiz esta agora em 2020...

Mug: vocal, violões, contrabaixo e percussão 



ALVO NEGRO
Ayrton Mugnaini Jr.

Se você já brincou de tiro ao alvo
Usando dardo ou até mesmo espingarda
Você percebeu que o centro não é alvo
Pelo contrário, é mais preto que uma sarda
Vai ver que é por isso
Que existe tanto guarda
Que só acerta tiro
Em gente negra ou parda
Mas um ser negro
Se torna branco
Não é com corante,
É com bastante
Grana em banco
Periferia
Hoje em dia
É a senzala
Você não pode respirar que lá vem bala
E se você quiser brincar de tiro ao alvo
Vê se olha bem
Pra quem é do bem
Ficar a salvo

Inspirada no assassinato do cidadão negro estadunidense George Floyd por policiais em mega-abuso de poder neste ano de 2020, como se a pandemia de Corona já não bastasse.

Mug: vocal, violões, contrabaixo e percussão



NADA VAI ME IMPEDIR
Ayrton Mugnaini Jr.

A noite está tão fria
E mais escura do que breu
Não vejo nem a rua
Porque até a Lua
De tanto frio se escondeu
Mas vejo o teu olhar
E você vai me aquecer
Porque nada vai me impedir
De estar com você

Tem gente que tanto fala
“Por você posso até me matar”
Mas se cai uma garoa
Já liga: “Me perdoa,
Pra te ver hoje não vai dar”
Mas eu não sou assim
Eu vou nadar se chover
Porque nada vai me impedir
De estar com você

Antigamente não existia transporte
Tudo demorava como quê
Quem inventou transporte
Não foi por sorte
Precisava ir ver alguém como você
Agora tem muito transporte
Muita demora também, pode crer
Mas nada vai me impedir
De estar com você

Rock garageiro bem "Pebbles/Senhor F" que comecei há muitos anos e terminei agora.

Mug: vocal, guitarra, violão, contrabaixo e bateria eletrônica 




FINA ESTAMPA (LOOKS AND ESSENCE)
Victor Pozas
Roberto Pollo
Alexandre Castilho

Instrumental

Uma das consequências da pandemia foi eu e Martha assistirmos a um pouco mais de televisão, inclusive a reprise da novela Fina Estampa, que cumpriu bem sua função de folhetim moderno. E de tanto ouvir o tema da novela, acabei gravando uma versão instrumental à moda dos Jordans, usando o nome Sujordans.

Mug: violão, orgão, contrabaixo e bateria eletrônica 




MODINHA DO RONCO (COMUNHÃO TOTAL DE DECIBÉIS)
Ayrton Mugnaini Jr.

As ondas do mar murmurando
Me lembram meu amor roncando

Também por isso eu digo então
Que nosso amor é um mar de paixão
Ela comenta que eu também ronco
Também sou rosa com espinho no meu tronco

As ondas do mar murmurando
Me lembram meu amor roncando

Acordo cedo pra ir trabalhar
Levanto tarde pra ouvi-la ressonar
Linda melodia que muito me encanta
Não é cantora que se mostra e diz que canta

As ondas do mar murmurando
Me lembram meu amor roncando

A canção de amor mais sincera e confessional que já compus - e talvez a canção de amor mais sincera e confessional jamais composta. Muita gente que já ouviu saiu do travesseiro e admitiu que também ronca...

Mug: vocal e violão




CHEGA DE HOMEM
Ayrton Mugnaini Jr.

Chega de homem
Chega de homem
Pra dizer toda a humanidade
Seja mais consciente
Só pra te informar,
Mulher também é gente

A língua portuguesa é um escracho
Dá mais pronome e mais valor pra macho
Vamos mudar
Com igualdade a língua é bela
Metade pra ele,
Metade pra ela

Mug: vocais, guitarra, violão, contrabaixo e bateria 

Marchinha feminista composta para o Movimento Chega de Homem, criado por Tereza Miguel em 2015 e combatendo o machismo na gramática, aquela coisa de N mulheres e 1 homem numa sala não serem "eles" nem"elas" e sim N+1 pessoas, nem havendo necessidade de inventar pronomes neutros.




TOADA PARA INEZITA
Ayrton Mugnaini Jr.

Quem melhor canta a serra,
A roça e o sertão
Enfim, a nossa terra
Com a melhor canção
Mantendo acesa a chama
Da trova popular
É essa grande dama
Que vem da “Capitar”
Não tem que ser da roça
Pra interpretá-la bem
Esta cantora nossa
Inda foi muito além
Dobrado, chimarrita,
O samba e o baião
Brasil é Inezita
Sempre co’a melhor canção

Forte mulher, guerreira,
Ela mudou as leis
Rainha violeira
Se igualou aos reis
Cabral com sua equipe
Chegou e explorou
E a dama com seu jipe
Cuidou e resgatou
No rádio, na vitrola,
Na tela e na TV
Com voz e com viola,
Encanta como quê
Até quem não “querdita”
Num Deus na imensidão
Faz prece pra Inezita,
Padroeira da canção

Sim, homenagem à grande cantora e pesquisadora Inezita Barroso (1925/2015) e uma das duas canções quase sérias do disco. Lancei esta toada numa demo no Soundcloud e num sarau do Clube Caiubi pouco antes da morte desta artista entre as artistas.

Mug: vocal, violão de 6 cordas e violão de 12 cordas 




AJUDA E PROTEÇÃO
Música de Edmyl de Souza
Letra de Ayrton Mugnaini Jr.

Amiga, eu confesso que estou mal
Cansei de morar em um cartão postal
Riscado, amassado e já sem cor
Mas com preço alto e sem valor

Quem tanto fala pouco faz
Pra ajuda e proteção
E Deus abriu os braços, mas
Não mexe um dedo, não

Penando na chuva, frio ou sol
Riqueza e pobreza tão vizinhas são
Alguém vende bala no farol
E alguém leva bala no portão

Quem tanto fala pouco faz
Pra ajuda e proteção
E Deus abriu os braços mas
Não mexe um dedo, não

Esta é a outra canção quase séria deste disco. No começo deste ano Edmyl de Souza, amigo que conheci no sarau Toca do Autor, honrou-me pedindo para colocar letra numa sua melodia, e o resultado foi este samba de protesto.

Edmyl de Souza: vocal e violão
Mug: violão-solo, contrabaixo e percussão 




O MESTRE DO MONÓLOGO
Música de Iso Fischer
Letra de Ayrton Mugnaini jr.

Lá vem o mestre do monólogo
Quando ele fala ninguém fala mais
Ele sempre tem todas as respostas
Para as perguntas que ele mesmo faz

Haja paciência para abrir uma brecha
Pra gente poder falar
A gente fala e pergunta se ele ouviu
Ele diz que sim e volta a prosear

Ficar com ele ao telefone é uma beleza
Ele começa a falar e a gente vai
Varrer quintal, tomar banho, pôr a mesa
E ele fala sem notar que a gente sai

Lá vem o mestre do monólogo
Quando ele fala ninguém fala mais
Ele sempre tem todas as respostas
Para as perguntas que ele mesmo faz

Ele é o tipo do indivíduo bem centrado
Desse detalhe ninguém pode reclamar
Pois não importa qual o tema abordado
É sempre de si mesmo que ele vai falar

Lá vem o mestre do monólogo
Quando ele fala ninguém fala mais
Ele sempre tem todas as respostas
Para as perguntas que ele mesmo faz

Esse é o Mestre do Monólogo
Fala agora e só escuta bem depois
Quando ele vai a um psicólogo
A sua consulta sempre tem bandeira dois

Lá vem o mestre do monólogo
Quando ele fala ninguém fala mais
Ele sempre tem todas as respostas
Para as perguntas que ele mesmo faz

Primeira parceria com o grande tecladista e compositor Iso Fischer, que me encomendou uma letra sobre este tema, pessoas que só sabem falar sem ouvir.

Iso Fischer: vocal-solo e piano
Mug: vocais, violão, contrabaixo e bateria 




IT’S SO HARD
John Lennon

Ouçam antes que Yoko Ono cisme com esta transformação num blues de John Lennon em Captain Beefheart com direito a citação paródica de Camila Cabello.

Mug: vocal, guitarra, contrabaixo e bateria 




PEQUEÑO TEMA PARA LA GRANDE MARTHA
Ayrton Mugnaini Jr.

Instrumental

Um de meus passatempos-razões de viver é praticar violão instrumental, especialmente com os incentivos de tocar com Bráu Mendonça  compartilhar com Martha o gosto pelos estudos de Villa-Lobos, a ponto de eu compor agora em 2020 este tema dedicado a ela, sendo inclusive o título em espanhol uma homenagem a mais por este ser seu segundo idioma.

Mug: violão, contrabaixo e bateria 




NA MINHA CASA MANDO EU
Ayrton Mugnaini Jr.

O presidente falou pra eu trabalhar
Governador falou que loja é pra fechar
A Prefeitura flexibilizou
E tem gente que nem viu que a pandemia começou
Olha a confusão que deu
Mas uma coisa eu sei
Na minha casa mando eu

Eu vou pra rua
Só se eu precisar
Vou mascarado
Vou e volto já
Eu tô sabendo
Que o problema é meu e teu
Mas é sempre bom lembrar
Na minha casa mando eu

O presidente falou pra eu trabalhar
Governador falou que loja é pra fechar
A Prefeitura flexibilizou
E tem gente que nem viu que a pandemia começou
Olha a confusão que deu
Mas uma coisa eu sei
Na minha casa mando eu

Eu sempre digo
Que eu faço o que eu quiser
Mas também digo
Que eu faço o que eu puder
Esse governo nunca se entendeu
Mas deixa ele brigar
Na minha casa mando eu

O presidente falou pra eu trabalhar
Governador falou que loja é pra fechar
A Prefeitura flexibilizou
E tem gente que nem viu que a pandemia começou
Olha a confusão que deu
Mas uma coisa eu sei
Na minha casa mando eu

Mais um protesto sobre a pandemia, e a mensagem é a de que devemos fazer o que achamos certo independente de ser lei ou não.

Mug: vocal, violão, contrabaixo e percussão 




ESCÂNDALO
(SHAME AND SCANDAL IN THE FAMILY)
Sir Lancelot
“Adaptação” de Huon Donaldson e Slim Henry Brown
Versão de Ayrton Mugnaini Jr.

Oh! Que azar!
Essa família faz envergonhar

Lá em Sorocaba tinha um rapaz
E uma garota que ele amava demais
Ele disse à família que queria casar
O pai o chamou num canto pra conversar
Lhe disse: “Meu filho, casar é bonito
Mas com essa garota eu não te permito
Não fique triste, te explico a razão
Ela é tua irmã mas tua mãe não sabe, não”

Oh! Que azar!
Essa família faz envergonhar

O pobre garoto começou a chorar
Sua mãe perguntou “meu filho, o que é que há?”
Ele disse pra ela “meu pai me falou
Que ela é minha irmã, o casamento gorou”
Então a mãe sorriu, afagou-lhe a cabeça
E disse: “Meu filho, o que é bom, que aconteça!
Pode casar, segue o teu coração
Teu pai não é teu pai mas teu pai não sabe, não”

Oh! Que azar!
Essa família faz envergonhar

Comecei há anos e concluí para este disco minha versão deste tema conhecido no Brasil pela adaptação de Renato e Seus Blue Caps e bem menos conhecido pela versão um pouco anterior dos Cords (Ronnie e seu mano Norman), e esta minha versão procura ser bem mais fiel ao original que elas, em ritmo e letra.

Mug: vocais, cavaquinho, guitarra, contrabaixo, bateria e percussão 




STAY
Maurice Williams
Paródia de Ayrton Mugnaini Jr.

Stay
Just a few more months longer
No, no, no, no, no
There’s no place to go to
Your parents don’t mind
And your children don’t mind
You want to see each other well
It’s just a matter of time

You better stay
Home a few more months longer
Please don’t come here
And say that you won’t

You can glue your fair butt
To your sofa
Or tidy up your closets
Now you have time

You better stay
Just a few more months longer
This way
You won't get corona
Your parents don’t mind
And your children don’t mind
You want to see each other well
It’s just a matter of time

Go on and stay
Go on and stay

A outra das duas versões de canções estrangeiras neste disco é também a última das três referentes à pandemia de coronavírus. Esta canção é bem mais conhecida pela excelente regravação dos Hollies, mas segui o ritmo da gravação original de Maurice Williams & The Zodiacs.

Mug: vocais, guitarras, contrabaixo e bateria 




EU TE DAREI O CPF
Ayrton Mugnaini Jr.

Vou ligar agora pra dizer que tudo bem
Aceito a proposta pra sexta-feira que vem
Faltam poucos dias, eu mal posso esperar
Vão faltar só mais dois cheques para eu resgatar
É uma brasa, uô uô
Eu vou tirar meu nome do Serasa

Se o caixa for mulher bonita eu vou sorrir
Darei o CPF e o que mais ela pedir
Quem sabe a gente marca um jantar pra outro mês
Quando eu puder soltar mais cheques outra vez
É uma brasa, uô uô
Vale a pena o nome no Serasa

Pra quem pode guardar o que tem de bom tá tudo bem
Pois os simples mortais vivem gastando o que não têm
As folhas quando caem nascem outras no lugar
Mas folhas de cheque a gente tem que ir buscar
É uma brasa, uô uô
Os nomes se encontram no Serasa

Esta foi lançada como iê-iê-iê em 2007 na internet por uma de minhas bandas, TONQ, e chegou ao disco graças ao Língua de Trapo, n'O Último CD Da Terra, em 2016. Martha teve a ideia não só de cantar este tema mas também interpretá-lo em ritmo de bossa nova. Sim, mais uma prova de que a jovem guarda e a bossa nova são irmãs nada inimigas. E neste CD segui o exemplo de Frank Zappa, que incluiu em muitos de seus discos gravações ao vivo com mais instrumentos e vozes sobrepostos em estúdio; no caso, uma apresentação num sarau Toca do Autor em que Martha e eu interpretamos essa música (com aplausos autênticos - sim, "eu sei que eu vou estar lá..."), e completei o Ayrton Banana Trio acrescentando contrabaixo e bateria.

Martha Maria Zimbarg: vocal
Mug: violão, contrabaixo e bateria 




CONCEIÇÃO
Dunga
Jair Amorim

Meu flerte com a modernidade - e idem o de meu enteado Celso Zimbarg com outros tempos. Versado em trap, lo-fi e similares, Celso pediu que eu sugerisse uma canção antiga para ele dar tal tratamento; sugeri "Conceição" e ele mandou ver, com o padrasto mostrando que transforma qualquer instrumento em guitarra grunge.

Celso Zimbarg: teclados e samples
Mug: violão imitando guitarra