Saturday, January 18, 2014
Em maio de 2013 produzi para o programa Rádio Matraca um mini-especial em homenagem aos 40 anos da gravação (em maio e junho) e lançamento (em agosto) do álbum de estreia da banda Secos & Molhados, primeiro megafenômeno pós-jovem guarda do rock
brasileiro. Os dois discos da banda gravados com sua formação clássica, João
Ricardo, Ney Matogrosso e Gerson Conrad, não só venderam bem, mas se tornaram
clássicos do rock nacional. Basta lembrarmos regravações de sucesso feitas bem
depois do estouro da banda, como “Flores Astrais” com o RPM e “Fala” com
Ritchie.(1) E neste mini-especial lembramos algumas das muitas regravações de
canções dos Secos & Molhados, incluindo uma ou outra bastante inusitada,
“bem Rádio Matraca”, e algumas gravações instrumentais que desmentem a
noção de que a música dos Secos & Molhados não se sustenta sem as letras e
poemas que eles musicavam.
Sim, neste programa incluímos regravações as mais diversas, da época ou mais recentes, de ambos os álbuns da banda, inclusive desmentindo pessoas menos atentas, opiniões à parte, que foram logo dizendo que o segundo álbum "não tinha nada legal". Certamente, não foi tão impactante ou marcante quanto o primeiro, mas bons momentos não lhe faltam, como prova esta nossa seleção de regravações - por sinal, agora em 2014 é a vez do segundão comemorar 40 anos.
Embora, salvo engano, a primeira canção do segundo álbum do Secos a virar vídeo-clipe tenha sido "Tercer Mundo" (ao qual me lembro de ter assistido no Fantástico), foi "Flores Astrais" a escolhida para repetir o sucesso de "Sangue Latino" ou "O Vira". Lançada em compacto promocional para as rádios (com "Voo" do outro lado), a canção não se tornou megahit, mas agradou a ponto de ganhar arranjo em samba, como podemos ver em cima e ouvir abaixo.
Nesta seleção de covers incluímos outras gravações em roupagens bem diferentes das originais, como o muzak latino de Los Tropicanos, o forró da Banda Catarino, o reggae da Cidade Negra e a canção camerística do violonista Sérgio Zurawaki e seu Zurawski Ensemble. Temos ainda curiosidades como Os Motokas, grupo de estúdio com Lilian Knapp e o futuro Roupa Nova.
Los Tropicanos – “Sangue Latino”
(João Ricardo/João Apolinário), gravação de 1973
Banda
Catarino - “O Vira” (João Ricardo/Luhli), gravação de 1973
Patricia
Ahmaral – “Mulher Barriguda” (João Ricardo/Solano Trindade) , ao vivo em 2007
Agora
É Samba – “Flores Astrais” (João Ricardo/João Apolinário),
gravação de 1974
Os
Motokas - “Amor”
(João Ricardo/João Apolinário), gravação de 1973
Móbile – Delírio (Gerson Conrad/Paulinho Mendonça), gravação de 1974
Luhli
e Lucina – “Fala” (Luhli/João Ricardo), gravação de 1991
Cidade
Negra – “Primavera Nos Dentes” (João
Ricardo/João Apolinário), gravação de 2007
Banda
Alunte – “Assim Assado” (João Ricardo), ao vivo
Akundun
– “Rosa de Hiroshima” (Gerson Conrad/Vinicius de Moraes), gravação de 2000
Banda
El-Rey – “O Patrão Nosso De Cada Dia” (João Ricardo), ao vivo em 2011
Zurawski
Ensemble – “Medo Mulato”
(João Ricardo/Paulinho Mendonça), gravação de 2011
Nem
Secos Nem Molhados – “Toada & Rock & Mambo & Tango & Etc.” (João Ricardo/Luhli), ao vivo em 2009
Tianastácia
– “Prece Cósmica” (João Ricardo/Cassiano Ricardo), gravação de 2011
Os Caretas – “Que Fim Levaram Todas As
Flores” (João Ricardo), gravação de 1978
Pode-se ouvir aqui o programa e baixar aqui as gravações. E, além deste blog, outra boa sugestão para leitura de fundo é o livro 1973 - O Ano Que Reinventou A MPB, que está sendo lançado pela editora Sonoras e inclui dezenas de autores, cada um escrevendo sobre um álbum importante lançado nesse ano - é claro que o primeiro do Secos não poderia faltar, num bom texto de Emílio Pacheco (e participei escrevendo sobre outro álbum, procurem o livro para saberem qual, rerrerre).
(1) Até brinquei sobre Paulo Ricardo ser filho de João Ricardo porque, além da semelhança de nomes artísticos, ambos gravaram a mesma canção, fizeram megassucesso com sua respectivas bandas mas não o conseguiram manter...
1 Comments:
E quem escreveu sobre os Secos e Molhados? He he he...
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