ATÉ AS LOJAS DE DISCOS ESTÃO FICANDO RARAS: O FIM DA CASA LOMUTO
Não bastou a notícia do fechamento da loja carioca Modern Sound agora no fim de janeiro (embora, se bem entendi, ela vá reabrir/continuar um pouco diferente, mas isso já é outra mensagem), ontem fiquei sabendo de outra: o fechamento da Casa Lomuto em dezembro.
A Casa Lomuto já era o sebo paulistano mais antigo ainda ativo quando voltei a Sampa em 1978, e sempre foi referência para toda e qualquer música de antes do estouro do rock and roll - mas eu e amigos lá compramos muita coisa boa de rock a preços ainda melhores. Além disso, a Casa Lomuto me ajudou muito a construir belas coleções de discos 78 RPM de artistas como os Anjos do Inferno e os Quatro Ases & Um Coringa (e lá continuei comprando discos e livros até o fim de 2010), sem falar nas consultas e coletas de gravações raras para minha Enciclopédia das Músicas Sertanejas e meus livros sobre Adoniran Barbosa e Chiquinha Gonzaga.
Desde os anos de 1970 instalada em vários pontos do centro de Sampa (Páteo do Collegio, Praça da Sé, rua Quintino Bocaiúva), a Casa Lomuto, para quem não sabe, tem esse nome em homenagem indireta ao maestro argentino Francisco Lomuto (1893/1950 - por sinal, numa constatação típica de pesquisador blogueiro, a loja fechou no mês exato do cinquentenário de seu falecimento); digo "indireta" por ser Lomuto o apelido do proprietário anterior da loja, o saudoso José Cordillo. Seu sucessor, Roberto Gambardella, conseguiu manter a Casa Lomuto desde os anos 1980. Ao saber do fechamento da loja, falei ontem com ele, que resumiu tudo: "As coisas têm um fim..." Bem, algumas coisas permanecem, e quem sabe eu e/ou mais alguém até escreveremos um livro sobre a Casa Lomuto; só eu tenho mais de 30 anos de assunto...
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