Monday, April 16, 2018
Um de meus maiores orgulhos é ter
integrado a banda Magazine como contrabaixista, compositor e arranjador de 1998 a 2004, culminando
com Na Honestidade, segundo álbum da
banda com este nome (e o terceiro, se contarmos Xu-Pa-Ki, lançado como Verminose, nome que a banda usou nos começos
dos anos 1980 e 1990). O disco fez o sucesso de nossas menos otimistas
expectativas: não tocamos nas grandes emissoras de rádio, mas não amargamos o
vexame de encalhes enormes nos Carrefours da vida. E a grande imprensa deu
atenção moderada ao álbum. Só não tivemos resenha ou matéria na revista Bizz porque ela inventou de sumir de
circulação justamente durante a vigência comercial do álbum, embora este tenha
sido anunciado na revista em uma resenha (elogiosa) do primeiro show da banda com
a formação que gravou o disco.
Interessante foi a atenção dada a
este pela Folha de S. Paulo. Poucos
meses antes, o primeiro álbum do Magazine havia sido promovido a CD, e na
edição de 6 de novembro de 2001 a Folha
dedicou-lhe uma menção elogiosa (veja mais acima) numa matéria sobre reedições de discos da gravadora Warner.
E Na Honestidade foi julgado digno do
menor espaço do jornal para resenhas de discos no 15 de março seguinte (veja acima), sem
menção a ser este o primeiro disco brasileiro a ser vendido pela internet, incluir
uma resposta à canção “Kid Vinil” de Zeca Baleiro, ter na banda um (na ocasião ex-)
integrante de banda satírico-musical e outros detalhes julgados desimportantes
pelo jornal, inclusive elogiando nosso cover de “Boeing 723897” do Joelho de Porco
sem mencionar que era cover – e os “hits fofos” do primeiro disco na resenha
deste viraram “humor bocó” na comparação com este. Tudo isso resumido na
cotação “regular”, e Kid, calejado por quase 20 anos de críticas e elogios, me
disse: “Todos os outros jornais vão seguir a mesma linha.” Não deu outra: quase
toda a grande imprensa considerou o disco apenas mediano.
Por sinal, um jornal do Norte ou
do Nordeste (esqueço agora) proclamou que nenhuma faixa de Na Honestidade estava à altura de “Sou Boy” ou “Tic-Tic Nervoso” e implicou
com a “fórmula” de “Sou Boy” ter sido seguida por outra ode a subempregos, “Sou
Flanelinha”, comentando “Qual será o próximo? ‘Sou Lixeiro’?” Pois eu gostei da
sugestão e estou para compor uma canção com este mote; se o autor da resenha
estiver lendo, queira se manifestar para reivindicar parceria.
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