O agora saudoso cantor Agnaldo Timóteo, vítima de complicações do covid-19 neste 3 de abril aos 84 anos, é personagem dos mais interessantes. Como Jerry Adriani e Nelson Gonçalves, Timóteo era geralmente considerado bom cantor com repertório geralmente fraco. Como Tim Maia, era briguento, mas não porralouca nem destrutivo (por sinal, Timóteo gravou sua “These Are The Songs”). Como Wilson Simonal, era negro que batalhou para ascender da pobreza à riqueza, mas não era arrogante nem autodestrutivo. E resolvi trazer algumas curiosidades sobre sua obra que, a meu perceber, merecem ser mais lembradas - completas com notas de pé de página!
“MEU JEITO MEIO RUDE DE QUERER”: AGNALDO TIMÓTEO, SIMPLES, ESPONTÃNEO E OBJETIVO
“Meu Grito”, além de um dos maiores sucessos de Timóteo, talvez o maior, daria um título perfeito para uma sua biografia ou reedição de suas gravações. Cantar suave e baixinho não era com ele – exceto em raríssimas ocasiões – , mas soar autêntico e emocionado, sim. Sempre foi inevitável compará-lo a Vicente Celestino (1894/1968), que também não primava pela sutileza nem por fazer concessões, podendo interpretar de tudo mas sempre em seu estilo, não agradando a todo mundo mas agradando a muita gente. Considerar Timóteo um Celestino moderno é opinião respaldada no encarte do álbum promocional da Odeon Tesouro Musical (1) pelo jornalista, radialista e publicitário Borelli Filho (2) lá em 1968: “Agnaldo Timóteo também canta com o coração, dizendo a sua mensagem com um sentimento que se vitaliza em cada frase musical. Sua maneira de dizer as músicas se identifica, de pronto, com a ternura que escondemos no labirinto de nossa alma. Há, nele, muito daquela afinidade de Vicente Celestino com as gerações passadas. E quem consegue isso fica, para sempre, no bem-querer de sua gente.”
“AMA-ME OU ESQUECE-ME DEFINITIVAMENTE”: QUALIDADES E DEFEITOS
“Agnaldo Timóteo canta maravilhosamente bem, com uma naturalidade que dá inveja. No presente momento o melhor cantor é Agnaldo Timóteo.” Quem disse isso foi sua então colega de gravadora Elis Regina, em 1980, numa entrevista para o jornal O Pasquim, o mesmo lugar onde Timóteo foi chamado de “o Macunaíma que deu certo” por Haroldo Costa em 1983 e Wilson Simonal declarou em 1969: “Eu não julgo o bom cantor pelo repertório que ele canta, mas sim pelo que ele pode fazer com a voz. Então, Altemar Dutra, Agnaldo Timóteo, Cauby Peixoto, Agostinho do Santos, Lúcio Alves...”
É consenso que Agnaldo Timóteo primava pela naturalidade, sinceridade e espontaneidade e, como dissemos, tinha boa voz a serviço de repertório quase sempre ruim. Mas um dos passatempos/necessidades da humanidade é procurar motivo para “cancelar” pessoas, descobrir e divulgar alguma falha, por menor que seja, que possa invalidar tudo de bom que elas possam ter feito. Agnaldo Timóteo, de personalidade forte e expansiva, não podia ser exceção. Vejamos e comentemos as mais frequentes acusações feitas a ele.
“Agnaldo Timóteo era malufista.”
Mas ao longo da carreira também declarou ser fã de Lula (como atesta este recorte do Pasquim de 1978), defendeu os metalúrgicos, questionou a ditadura militar, dedicou um álbum a Dilma Roussef (A Força Da Mulher, 2011) e chegou a ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional. E ser malufista pode ser defeito mas não falha de caráter, pois muita gente, incluindo Hebe, acreditava que Maluf era do bem. Podemos dizer que Timóteo era como Luiz Gonzaga, apoiava todo mundo. (3)
“Agnaldo Timóteo colaborou para o empobrecimento da música brasileira ao gravar tantas versões.”
Engano ou mentira: ele lançou algumas composições de Roberto Carlos e gravou ou regravou muitas canções brasileiras, bregas ou chiques – inclusive álbuns tributos a música sertaneja, a artistas como Nelson Gonçalves e Roberto Carlos e às cidades de São Paulo e Rio, além de ele mesmo também compor pouco e bem (inclusive uma canção sobre a pandemia de Covid-19, “Deus Cuida De Nós (A Epidemia)” – e, ao contrário do que diz muita gente boa, sua primeira composição gravada não foi “A Galeria Do Amor”; há pelo menos uma precedente, “Fique Um Pouco Mais”, parceria com Nelson Ned lançada no lado-B do hit “Deixe-Me Outro Dia, Menos Hoje” em 1969 e regravada no álbum Presente De Deus em 1986.
“Agnaldo Timóteo era brega” (ou “cafona” ou ainda “cantor de música de zona”, antes do termo “brega” entrar em uso geral no começo dos anos 1980).
Sim, e daí? Ele gravou obras de pessoas autoras notoriamente não bregas como Gonzaguinha, Chico Buarque e Carlos Gomes, mesmo bregando-as (gostaram?), e, afinal, se-cantar-o-amor-é-ser-brega-então-eu-sou-brega.
“Era homossexual trancado a sete chaves no armário, chegando a fazer declarações homofóbicas.”
Mas aos poucos ele foi se soltando e assumindo, pelo menos, ter tido romances de mesmo sexo.
E muita gente pratica o oposto, respeito exagerado póstumo: depois de morto Agnaldo Timóteo passou a ser “o maior”, “a última voz do Brasil” – o que fica bem em música do Joelho de Porco mas não pega muito bem para os ainda ativos Moacyr Franco e o outro Agnaldo, o Rayol. (4)
“SEM DRAMA NEM TRAGÉDIA NOS SEPARAMOS”: AS PRIMEIRAS GRAVADORAS ANTES DO SUCESSO
Antes de se tornar grande sucesso na gravadora EMI (então chamada Odeon no Brasil), Agnaldo Timóteo gravou três discos de pouca repercussão. Os dois primeiros foram um 78 RPM e um compacto duplo de carnaval dividido com outras pessoas para a gravadora Caravelle; o terceiro foi um compacto duplo na Philips. Desta trinca obscura o mais lembrado é o primeiro, com o samba-canção “Sábado No Morro” (de Mário Russo e Sebastião Nunes) e o rock-balada “Cruel Solidão” (de Renato Gaetani); pouca gente se lembra do disco momesco de Timóteo, embora uma das faixas, “Na Base do Amendoim”, seja composição do grande Wilson Baptista (em parceria com Jorge de Castro) (5). (Lembremos que Timóteo gravou muitas outras composições de MPB mesmo, como “Rio Antigo” de Nonato Buzar e Chico Anysio em arranjo de samba dos anos 1990, e um CD quase inteiro nessa linha, Feitiço do Rio, em 2002.)Agnaldo Timóteo imitava tão bem Cauby Peixoto que a Caravelle impôs tal condição para seu primeiro disco. Timóteo acabou se revoltando: “Eu não queria mais ser uma cópia do Cauby. Eu queria ser eu mesmo.” E acabou rescindindo o contrato, dizendo que preferia não gravar do que gravar mal (o disco de carnaval deve ter sido a gota d’água). Este primeiro disco de Timóteo foi lembrado tão de passagem quanto possível no texto (não assinado; seria de Milton Miranda, o produtor?) de contracapa do primeiro LP de Timóteo, Surge um Astro, lançado em outubro de 1965: “Faz algum tempo (4, 5 anos?) tive a oportunidade de receber uma gravação em 78 rotações – ainda não se falava em compactos – de um novo cantor. A marca era desconhecida: acredito que nem mais exista.” Mais adiante o texto diz com segurança: “[,,,] a fábrica fechou.” Belo exemplo de “só que não”: a gravadora Caravelle (6) estava muito ativa e demonstrou isso com o sucesso de Paulo Sérgio, Elizabeth, Fredson, Marcos Moran – e uma coletânea que inclui uma das faixas do primeiro disco de Timóteo, justamente o samba “Sábado No Morro”. A coletânea chama-se As 13 Da Sorte (com a capa aproveitando o mote da grande novidade que era a loteria esportiva), foi lançada em 1971 e na contracapa ficamos sabendo que o arranjo de “Sábado No Morro” foi o maestro Pereira dos Santos, detalhe faltante no selo do disco 78 rotações original.
O terceiro disco de Agnaldo Timóteo foi um compacto duplo no selo Philips em 1963 – ignorado no texto do primeiro LP e assim lembrado por Agnaldo mais tarde: “O disco era bonzinho mas a capa saiu horrível.” Uma das faixas é regravação de “Tortura De Amor”, sucesso do já então famoso Waldik Soriano (1933/2008); oito anos depois Timóteo regravou outro hit waldikiano, “Paixão De Um Homem”, em espanhol; numa entrevista para O Pasquim (7) disse que esta sua gravação ficou, “tecnicamente falando, muito superior à do Waldik”, e nem pensou em parar aí: “[...] eu e o Waldik Soriano como cantor, pelo amor de Deus! É a diferença entre o olho do Sol e o olho do c(*)!”
Por sinal, a coletânea As 13 Da Sorte da Caravelle teve um precedente: o LP Seleções Favoritas Do Público, lançado pela Philips em 1966 e que incluiu “Tortura De Amor”, do compacto duplo de Agnaldo Timóteo, aproveitando o sucesso que ele começara a fazer no ano anterior em outra gravadora, a Odeon.
“A CASA DOS MEUS SONHOS”: SUA MELHOR GRAVADORA, A EMI-ODEON
Ah, a Odeon, filial brasileira da gravadora multinacional inglesa EMI e que na metade dos anos 1970 passou a atender por EMI-Odeon. Durante quase todo o século 20 a Odeon foi, de modo geral, a gravadora multinacional que melhor tratava a melhor música brasileira — boa divulgação, boas gravações e capas, ecletismo de elenco, liberdade de criação, discos em catálogo por mais tempo (8) – um de tantos exemplos sendo o já e sempre lembrado Surge um Astro, primeiro LP de Agnaldo Timóteo.
Um estudo interessante sobre a contratação de Timóteo pela Odeon está no livro Canção De Massa – As Condições Da Produção, de Othon Jambeiro (editora Pioneira, 1975). Diz Jambeiro que em 1965 a Odeon procurava artistas para participar dos mesmos nichos de mercado de Roberto Carlos, rei do rock na gravadora CBS, e Nelson Gonçalves, baluarte do samba-canção na RCA, ao mesmo tempo que buscava um cantor especializado em versões de canções estrangeiras. A Odeon teve suas preces atendidas com, respectivamente, Eduardo Araújo, Altemar Dutra e Agnaldo Timóteo; no caso deste, a Odeon cuidou que seu primeiro LP, Surge Um Astro, fosse inteiramente de versões. (Obviamente, em 1967 Timóteo já não era mais apenas cantor de versões, com sucessos compostos localmente como “Meu Grito” e “Quem Será”. E o texto de Jambeiro é bom, cometendo apenas o errinho de dizer que Timóteo gravou “A Casa Do Sol Nascente” ainda na gravadora Philips.)
Em maio de 1968, enquanto a França pegava fogo e o Brasil gestava os álbuns Tropicália e Os Mutantes, a revista Melodias assim falava de Agnaldo Timóteo.
Falámos em ecletismo de elenco. Pois bem, se nos anos 1970 a Odeon podia lançar Clube da Esquina, Egberto Gismonti, Claudya, Edu Lobo, Sá, Rodrix & Guarabyra, João Donato, Som Imaginário, Nelson Cavaquinho, Luiz Claudio e outras estrelas de classe, era porque o faturamento estava garantido pelas vendagens dos discos de basicamente uma trinca: o sambeia-eia-eia de Clara Nunes, o ska-sofrência dos Fevers e o romantismo sensual, sentimental e desgarrado de Agnaldo Timóteo.
Timóteo gravou na EMI de 1965 a 1985, e em 2012 seus álbuns dos anos 1970 na casa foram reeditados em duas belas caixas de CDs (incluindo faixas bônus de compactos) pelo selo Discobertas, de Marcelo Fróes, cujos lançamentos são exceções no país dos CDs de no máximo 14 faixas, letras tiradas de “orêia” e capas censuradas por tudo ou por nada.
A EMI lançou também muitos belos discos promocionais incluindo Agnaldo Timóteo; aqui estão os selos e capas de alguns.
Curiosidade: “Quem Será?”, um dos maiores sucessos de Agnaldo Timóteo, lançada em compacto e também no álbum O Sucesso É O Astro, teve em seu lado-B uma gravação que não está no LP mas se tornou grande sucesso, “Verdes Campos Da Minha Terra”, enquanto este compacto promocional trouxe no acoplo outra faixa desse LP, “Não”.
E são da EMI as gravações do compacto duplo que integrou o fascículo da revista Sétimo Céu dedicado a ele e lançado em 1969 (9) – por sinal, neste fascículo Timóteo fala de sua vida e carreira com tanta abertura e sinceridade quanto era possível na segunda metade dos anos 1960 no Brasil, inclusive não esquecendo de agradecer a seu violonista, compositor e diretor musical Wagner Montanheiro (embora apenas pelo primeiro nome), que trabalhou com ele século 21 adentro.
Neste fascículo Timóteo comenta também sobre lançamentos de gravações suas no exterior, inclusive uma bela edição inglesa do LP Obrigado, Querida (lançado em março de 1967) com outra capa e outro título, The Golden Voice Of Brazil (apenas alguns meses após o lançamento brasileiro), além de um texto em inglês sobre Timóteo na contracapa (10), e Timóteo comete um pequeno engano ao dizer que foi “o primeiro artista brasileiro a ser editado em Londres”; outros grandes nomes da música brasileira a terem discos “made in England” antes de Timóteo incluem Carmen Miranda e João Gilberto. (Outra curiosidade: o texto da contracapa deste LP inglês menciona o sucesso de “A Casa Do Sol Nascente”, não incluída no disco...)
The Golden Voice Of Brazil foi lançado na série de LPs Worldwide, equivalente da EMI inglesa das séries estadunidenses Capitol Of The World da Capitol – filial da EMI nos EUA – e Four Corners da Kapp/Decca; curiosamente, este disco inglês de Timóteo foi mencionado na revista Billboard com um ano de atraso.
E Timóteo teve também um LP lançado nos EUA nessa mesma época, mais exatamente 1968, intitulado (prepare o fôlego) Songs By Brazil’s Internationally Famous Agnaldo Timóteo – título longo para um álbum curto, pois se trata do álbum O Sucesso É O Astro com uma faixa removida, “Foi Deus”, seguindo o maldito costume da Capitol de reduzir álbuns para 11 faixas (o que desgraçou, por exemplo, quase todos os LPs dos Beatles lançados nos EUA de 1964 a 1966).
“CAMINHANTE DAS NOITES PERDIDAS”: GRAVAÇÕES PÓS-ODEON
É consenso que a fase áurea de Agnaldo Timóteo terminou quando ele saiu da EMI. Mas ele nunca se entregou nem perdeu a garra, passando por muitas outras gravadoras, como a Sony, a Som Livre, Continental, as independentes Nova Estação, Coqueiro Verde e Atração, a promissora mas efêmera 3M (cujo elenco e acervo acabaram indo para a Continental) e, ao brigar com as grandes gravadoras, selos menores como Unimar Music e Radar. Empreendedor no verdadeiro sentido da palavra, nos anos 2010 não se acanhou a vender seus novos discos ele mesmo na Praça da República, em Sampa – tal como fizera com seu compacto na Philips lá em 1963, pois, ao que consta, a gravadora não divulgou como podia/devia e o disco vendeu menos de 200 cópias. Outro detalhe a ser lembrado é que, mesmo gravando para selos minúsculos ou mesmo “matéria paga” (jargão jornalístico para discos superindependentes, financiados pelo/a próprio/a artista), Agnaldo Timóteo nunca descuidou da produção, sempre trabalhando com maestros e instrumentos de verdade sem apelar para a tecladeira típica de grandes restrições orçamentárias (ao contrário dos últimos discos de, por exemplo, Wilson Simonal), além de posar para as capas com trajes caprichados; brega talvez, mas tosco jamais.
E para promover o álbum Presente, lançado no final de 1989, a Continental lançou um LP especial para as rádios com uma entrevista de Timóteo; as perguntas vinham na contracapa do disco, para serem feitas por pessoas locutoras ou apresentadoras como se Timóteo estivesse na emissora. Pois você também pode entrevistar Agnaldo Timóteo, bastando seguir as perguntas abaixo e ouvir as respostas aqui.
(Outra curiosidade: alguns álbuns de Agnaldo Timóteo usam nos títulos as palavras “astro”, “obrigado”, “com carinho” e “presente”, sendo esta última o caso neste seu álbum na Continental e de Presente De Deus, lançado pela 3M em 1986.)
“DESCOBRINDO O PARAÍSO”: OS PRIMEIROS SUCESSOS
Ultimamente Agnaldo dizia que seu primeiro sucesso foi “Meu Grito” – o que, a rigor, não era verdade. Seu primeiro sucesso composto no Brasil, não versão de canção estrangeira, e lançado por ele, ou seja, primeiro sucesso dele neste sentido, pode ser. E, sem dúvida, é sua “Conceição” ou “A Volta Do Boêmio”, seu carro-chefe, sua canção-assinatura, seu maior sucesso. Mas antes de “Meu Grito” Agnaldo Timóteo emplacou outros hits pelo menos quase tão grandes. Um deles foi “Mamãe”, versão de “La Mamma” de Charles Aznavour (essa mesma, ”os olhos meigos diiiiiii mamãe”, e uma das muitas odes maternas gravadas por Timóteo), lançado em abril de 1966, quatorze meses antes de “Meu Grito”. Estre estes dois compactos tivemos o primeiro LP de Timóteo, Surge Um Astro, que se revelou um daqueles raros álbuns (como o primeiro do Secos & Molhados e o único dos Mamonas Assassinas) que fazem grande sucesso a ponto de nem ser preciso extrair faixas em compactos para incentivar maiores vendas ou aproveitar menores. (O álbum permaneceu em catálogo até meados dos anos 1980, quando a gravadora submeteu a um pogrom seus próprios produtos e passou a privilegiar coletâneas.). O maior sucesso de Surge Um Astro foi a já mencionada “A Casa Do Sol Nascente”.
Sim, é a famosa versão de “The House Of The Rising Sun”, adaptação de canção folclórica estadunidense, uma das gravações icônicas de todo o rock e o maior sucesso da banda inglesa The Animals. Timóteo sempre contava que conheceu a canção interpretada por uma banda de rock no programa Rio Hit-Parade, apresentado por Jair de Taumaturgo (1920/1970). “A música era linda. Eu vibrava e dizia a mim mesmo: preciso cantá-la”, disse Timóteo em sua Edição Sonora da Sétimo Céu. “Fiquei irritado porque os caras cantavam como se fossem cadáveres. Minha Nossa Senhora! A música dá pra fazer uma tremenda cena”, detalhou ele a O Pasquim três anos depois. Timóteo foi pedir a Jair para cantar essa canção no programa; Jair aceitou, Timóteo ensaiou o quanto pôde (em inglês – “canto em qualquer idioma, desde que me deixem cantar”, disse ele a Taumaturgo), foi ao programa (11) e tanto agradou que, além de aparecer na TV com cada vez mais frequência, despertou interesse de gravadoras e, por indicação de Taumaturgo, assinou contrato com a Odeon.Um detalhe curioso. “The House Of The Rising Sun” fez tanto sucesso que a Odeon, além de lançar no Brasil a gravação dos Animals, providenciou uma versão em português, encomendando-a ao infalível versioneiro Fred Jorge para um novo contratado da casa, o cantor paulista Teddy Milton (1943/2005); o disco saiu em abril de 1965 e fez sucesso. Ao contratar Agnaldo Timóteo, a Odeon resolveu apostar no certo e, como já dissemos, preparou para Timóteo um LP inteiramente de versões, incluindo “A Casa Do Sol Nascente”. Nesta página dedicada a TeddyMilton (12) consta que este “ficou magoado porque ‘A Casa Do Sol Nascente’ foi oferecida pela Odeon para que Agnaldo Timóteo gravasse – embora sua versão seja muito melhor”. Há, ao menos para mim, uma dúvida: “sua” seria a de Timóteo ou Teddy? Ambas, a meu ouvir, são boas, a de Teddy Milton soando mais “garageira”, com acompanhamento de apenas uma banda de rock, enquanto a de Agnaldo Timóteo traz banda de rock com coral e orquestra, já no estilo grandiloquente que o tornaria famoso. Notemos que Teddy e Timóteo eram bons cantores mas nenhum encarou o mesmo tom de lá menor do pequeno grande Eric Burdon; Teddy cantou em mi menor e Timóteo chegou bem mais perto da raia, sol menor.Dá para fazer um álbum curto com as gravações de Agnaldo Timóteo que entraram em trilhas de telenovelas, especialmente a partir dos anos 1980, quando começaram a sumir as fronteiras elitistas entre “brega” e “chique”. (Não, a novela Brega & Chique não tem gravações dele, embora o título bem o sugerisse.)
A primeira novela a incluir na trilha interpretações timoteanas foi A Grande Viagem, exibida pela TV Excelsior de 1 de novembro de 1965 a 26 de fevereiro de 1966; Agnaldo Timóteo cantou duas baladas-rock de Theotonio Pavão e Zaê Junior, “Calunga” e “Canção Do Desencontro”, lançadas num compacto em novembro de 1965. Agnaldo voltou a ser ouvido em telenovelas em outra década e outra emissora. Na novela Duas Vidas (no ar de 13 de dezembro de 1976 a 13 de junho de 1977) ele traz sua versão de “Olhos Nos Olhos” de Chico Buarque (esta canção esteve na trilha da telenovela Tchan! A Grande Sacada com Maria Bethânia de 29 de novembro de 1976 a 4 de junho de 1977)Em Guerra Dos Sexos (6 de junho de 1983 e 7 de janeiro de 1984) Agnaldo Timóteo cantou “Dançar Com Você”; Água Viva, no ar de 4 de fevereiro a 8 de agosto de 1980, trouxe “Grito de Alerta”, que Gonzaguinha compôs inspirado em uma história amorosa vivida por Agnaldo Timóteo. E tivemos dois duetos de Timóteo com a amiga Ângela Maria interpretando a mesma dupla de compositores, Evaldo Gouveia e Jair Amorim. Uma foi o bolerão “Brigas”, gravado originalmente por Altemar Dutra em 1966 e regravada para a novela Marrom Glacê de 6 de agosto de 1979 e 29 de fevereiro de 1980; a outra foi “Tango Pra Tereza”, sucesso com Ângela em 1975 e regravada para a novela Vira-Lata, que mostrou o focinho na tela de 1 de abril a 28 de setembro de 1996.
“BICHO LIVRE, SEM RUMO, SEM LAÇOS”: AGNALDO TIMOTEO GRAVA ROBERTO CARLOS
Agnaldo Timóteo ganhou de Roberto Carlos nada menos que quatro canções exclusivas: “Meu Grito (lançada em junho de 1967), “Deixe-Me Outro Dia, Menos Hoje” (janeiro de 1969), “Os Brutos Também Amam “ (novembro de 1972) e “Frustrações” (março de 1974), as três últimas em parceria com o grande Erasmo Carlos; anos depois ele gravou um álbum tributo a Roberto, Em Nome Do Amor, lançado pela Columbia em abril de 1998.
E ninguém comentou que “Quando”, lançada por Roberto em novembro de 1967, repete um trecho da melodia de “Meu Grito”; experimente cantar “ai, que vontade de gritar/seu nome bem alto no infinito” junto com “se alguém vier me perguntar/nem mesmo sei o que vou falar”... (13)
“NÓS PRECISAMOS SORRIR”: AGNALDO TIMÓTEO INSPIRA IMITAÇÕES, PARÓDIAS E BOM HUMOR
Humor que se preza não perdoa nada nem ninguém, ainda mais num país irreverente como o Brasil, que não respeita nem a si mesmo, e Agnaldo Timóteo não tinha como escapar. Muita gente deve ter se lembrado do humorista e músico paulistano Serginho Leite (1955/2011) e seus dois números onde gozava Timóteo: sua espetacular imitação dele e de Cauby Peixoto ao mesmo tempo, que pode ser conferida aqui (lembremos que o próprio Agnaldo Timóteo começou a carreira imitando Cauby), e sua transformação de “Conquistador”, sucesso onde Timóteo apenas fala, em um dueto onde ele, Serginho, é o “conquistado” (“mas só tem disco teu aqui, Timóteo?”).
A carreira política de Agnaldo Timóteo, sua fase mais equivocada, provocou humor já começando pelo próprio Timóteo. Ao ser eleito deputado federal, em 1983, seu discurso de posse na Câmara incluiu uma simulação de telefonema à sua genitora, começando pela frase “Alô, mamãe”; isso gerou polêmica e, além de muita gozação, inspirou o samba-enredo de 1984 da escola Imperatriz Leopoldinense, em tom de protesto bem-humorado (“Alô, mamãe/Assim não aguento/Almoçar pirão de areia/E jantar sopa de vento”), completo com Agnaldo em pessoa participando do desfile como destaque num carro abre-alas em forma de telefone. (14)
Não foi à toa que o quadrinhista Ziraldo (nasc. 1932), co-fundador d’O Pasquim e emérito conterrâneo de Agnaldo Timóteo, havia se referido a ele afetuosamente já num artigo de 1970 sobre Caratinga, terra natal de ambos, como “o inventor da mãe”, de tantas canções e menções musicais de Agnaldo à figura materna. Ziraldo foi até profeta, em vista do que Agnaldo aprontou em sua posse como deputado quase dez anos depois. (E já que citei o Joelho de Porco, imaginei Agnaldo Timóteo cantando uma versão abolerada de “A Lâmpada De Edison”, aquela que fala de “Sigmund Freud e sua mãe, mãe, mãe...”). E imaginem se o jornal O Pasquim, irreverente como ele só, não iria fazer a festa, embora geralmente fosse simpático a Timóteo (exceto quando este se aliou politicamente a – peço desculpas ao leitorado pelo inevitável baixo calão – Paulo Maluf). Este artigo poderia ter sido feito só com as menções d’O Pasquim a Agnaldo Timóteo (15); fiquemos por ora com outra amostra, onde outro ilustre pasquineiro, Roberto Moura, comentou sobre Agnaldo Timóteo ter regravado “Olhos No Olhos” de Chico Buarque com o verso “tantos homens me amaram” para “tantas mulheres”: “Bobagem, bem. Tu já não tinha gravado um disco chamado Os Brutos Também Amam?”
E Jorge Ben Jor foi bem-humorado ao falar de Timóteo para o mesmo O Pasquim em 1969: “Agnaldo Timóteo é o rei do disco. [...] eu não compro. Mas a minha mãe gosta.” Inclusive, Bem Jor chegou a jogar com Timóteo numa preliminar da final do campeonato brasileiro de 1980, no Maracanã em 1 de junho de 1980, incluindo artistas e grandes jogadores de outras eras como Félix e Garrincha.
“QUAL UM ESPELHO A REFLETIR”:
IMITAÇÕES A SÉRIO
Um artista tão popular quanto Timóteo havia de inspirar não somente imitações humorísticas mas também a sério, “covers” até desde antes de surgir esta palavra.
E até o momento nada descobri, além este disco, sobre outro imitador, José Timóteo – mas parece não ser o mesmo José Timóteo Filho (1950/2010), irmão de Agnaldo, cantor e compositor que usava o nome artístico de Majô, inclusive com obras gravadas pelo mano.
“A ESCOLA DA VIDA É QUE ENSINA”: PARA CONCLUIR
Para terminar, lembro que Agnaldo Timóteo está presente em outros assuntos de meu grande interesse, como o rock brasileiro (sim, ele foi roqueiro de muitas baladas-rock, fossem em compasso 4/4 como “Meu Grito” ou 12/8 como “Quem Será?” e “A Casa Do Sol Nascente”), o circo e a música brasileira (“Quando o circo chegava em Caratinga, eu participava de todos os concursos que eles promoviam, cantava e fazia sucesso”, relembrou Timóteo no fim dos anos 1960. “Era fácil, fácil. Todos os pacotes de marmeladas e macarrão de prêmio acabavam na minha casa.”) e a repercussão de James Bond no Brasil (ele gravou pelo menos duas versões de baladonas dos filmes de 007: “From Russia With Love” e “Thunderball”).
Agradecimentos às páginas da internet Fundaj, 45cat, Discogs, Brazilian Show Business (de Carlus Maximus), Dicionário Cravo Albin e Sanduíche Musical, além da Rádio Gazeta, a Edson Mendes e Thiago Marques Luiz e ao grupo Brazil By Music do Facebook.
(1) Curiosamente, Vicente Celestino faleceu em agosto de 1968, pouco tempo após o lançamento deste álbum Tesouro Musical, por volta de junho. E Celestino não conheceu o ostracismo, tendo inclusive seu sucesso “Coração Materno” – canção sobre mães num estilo trágico e até punk que Agnaldo Timóteo jamais gravaria – resgatado pelo tropicalismo ainda em 1968. E Celestino se divertia quando o jornalista e humorista Stanislaw Ponte Preta se referia a ele como “Berro”.
(B (2) Borelli Filho (sobre quem ainda quase nada sei) foi redator em publicações como Mundo Ilustrado e chefe de redação da Revista do Rádio (além de redigir a coluna “Mexericos Da Candinha”), e também autor de um famoso jingle para a rede de supermercados Casas da Banha nos anos 1950. Ainda sobre Vicente Celestino, uma curiosidade é ele ter falecido no mesmo ano em que Borelli comparou Timóteo a ele.
( (3) Paulo César Pinheiro (nasc. 1949) além de grande letrista da MPB, foi produtor na gravadora de Timóteo, a EMI-Odeon, como contou ao blogue A Nova Democracia: “Fui contratado pela Odeon e fiz um disco em 72. Comecei a entender o funcionamento das gravadoras, e via como elas mandavam as músicas para a censura. Num determinado momento, a censura nem aceitava mais a letra escrita, queriam a gravação, porque na gravação poderia conter uma segunda intenção. Então eu disse: "Olha, eu vou fazer uma malandragem. Vou mandar essa música no meio de um bolo que a Odeon sempre manda." Era um período em que havia muito material para mandar. Tinha um disco do Agnaldo Timóteo, com aquelas canções derramadas, e outras coisas românticas. Pedi a um funcionário da casa que enfiasse ‘Pesadelo’ no meio desses discos. Assim, a música veio liberada. E o MPB-4 a gravou.” Consta que Agnaldo nunca soube desta história – certamente, se veio a saber, bem deve ter gostado.
(4) Por sinal, ambos os Agnaldos, junto a Angela Maria, cantaram pela primeira vez em trio ao vivo no show Vozes em 25 de julho de 2013 no Teatro Municipal Trianon, na cidade fluminense de Campos; e ainda nos anos 1960 Timóteo regravou “A Praia”, um dos carros-chefes de Rayol. E Agnaldo Timóteo era grande torcedor do Botafogo; teria sido homenagem ao time disfarçada de canção de romantismo agressivo a canção “Bota Fogo”, composta para ele por Moacyr Franco? Lembremos também que Moacyr teve três de suas canções gravadas por Timóteo – seu clássico da guarânia “Ainda Ontem Chorei De Saudade” e duas inéditas, “Saudade De Joelhos” e “Cadê Você, Meu Amor?” – no CD Agnaldo Timóteo Em Sertanejo (Unimar Music, 2006).
(5) Wilson Baptista (1913/1968) é aquele mesmo em que você pensou: grande compositor fluminense, autor ou co-autor de clássicos da MPB dos anos 1930 a 1960 como “Acertei No Milhar”, “Mundo De Zinco”, “Oh! Seu Oscar”, “Louco (Ela É O Seu Mundo)”, “O Bonde São Januário”, “Chico Brito”, “A Mulher Que Eu Gosto”, “Pedreiro Waldemar”, “Você Já Foi A São Paulo?”, “Cowboy Do Amor”, “Meu Mundo É Hoje”; foi ele quem deu uma de Lobão para cima de Noel Rosa e armou aquela polêmica que resultou em “Palpite Infeliz”. No fim da vida Wilson praticamente só fez sucesso com “Meu Mundo É Hoje”, apesar de tentar fazer boa-vizinhança com novos gêneros musicais de sucesso com canções como “Garoto Bossa Nova” (1961) e “Sou Fã Da Jovem Guarda” – por sinal, a jovem guarda como assunto da MPB é mais um dos aspectos que estudo, inclusive sobre rock brasileiro.
(6) Sobre a gravadora Caravelle, é menos misteriosa que Borelli Filho e o que sei até o momento cabe numa nota não muito grande. Ela foi fundada por Renato Gaetani (nasc. 1930?), que parece ser o mesmo M. P. Gaetani que nos anos 1950 e 1960 assina canções como “Mestra Júlia”, parceria com Rômulo Paes, “Final”, com o maestro Peruzzi, e “Cinzas”, com Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito. No fim dos anos 1950 ele fundou a gravadora Consórcio Eletro-Musical, usando a marca de fantasia Caravelle. O selo Caravelle existiu até 1972, quando foi comprado pela Beverly/Copacabana. Gaetani era tio de Alvaro Menezes, que, além de integrar a banda Os Selvagens, era olheiro da Caravelle, tendo inclusive sido ele o incentivador de um jovem cantor chamado Paulo Sergio, que chegou a se tornar sócio da gravadora e um dos primeiros artistas brasileiros a produzirem seus próprios discos. A gravadora lançou ainda discos de artistas como Elizabeth, Marcos Moran, Blow-Up e Fredson e Jadir de Castro (“Gênio da Batucada”), e ficou na História por ter sido a primeira casa de Agnaldo Timóteo e Paulo Sérgio.
(7) Agnaldo Timóteo foi entrevistado pelo jornal O Pasquim na edição 177, 21-27/11/1972 – e a capa da edição lembra livro de cordel). A entrevista foi republicada (sem o trecho final, onde o jornal pergunta e Timóteo responde sobre Wilson Simonal ser ou não delator e o defende; lembremos que Timóteo foi uma das pessoas que mais ajudaram Simonal quando este se afundou, inclusive usando sua influência de deputado para lhe conseguir em 1993 um show-tributo em Natal que chegou a ser considerado o maior evento musical na cidade até então, e providenciando um carro com motorista para levar e trazer Simonal, já debilitado pelo álccol, ao evento de lançamento de seu primeiro CD, a coletânea A Bossa E O Balanço De Wilson Simonal, em 1994) no livro O Som Do Pasquim, coletânea de entrevistas ilustres, lançado pela Codecri (editora do Pasquim) em 1976 e reeditado pela Desiderata/Agir em 2009; nesta reedição Timóteo autorizou republicarem sua entrevista (coisa que Roberto Carlos e Maria Bethânia não fizeram) mas fez questão de incluir uma retratação, dizendo que seus atraques a artistas como Chico, Caetano e Milton Nascimento resultaram de “uma análise ignorante e preconceituosa de décadas atrás”.
(8) Pena que por volta de 1985 a EMI-Odeon contraiu um vírus comercialóide que a levou a dilapidar impiedosamente todo seu catálogo em coletâneas, vírus ainda hoje não de vez erradicado, mesmo com João Gilberto e outros artistas protestando na Justiça contra tais mutilações.
(9) Sétimo Céu era uma revista de variedades e fotonovelas, na linha de Capricho ou Contigo, publicada pela editora Bloch de 1958 a 2000, quando a editora faliu (ou melhor, conseguiu falir; a Bloch foi um império de comunicação entretenimento multimeios que durou bem menos do que seria de se esperar); no fim dos anos 1960 a revista teve a série Edição Sonora de fascículos sobre grandes astros da música popular com bons textos, belas fotos e um compacto duplo em cada edição; tivemos fascículos dedicados a Roberto Carlos, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, Agnaldo Timóteo e Paulo Sérgio. E outras revistas da Bloch, como Manchete, Pais & Filhos e Fatos & Fotos, também tiveram suas belas séries Edição Sonora.
(10) O LP The Golden Voice From Brazil, lançado na Inglaterra pela Parlophone em 1967, saiu apenas em mono e com número de catálogo PMC 7053 (por sinal, é quase certo que tu tenhas por aí pelo menos uma edição/variação – mono, estéreo, brasileira ou de outro país, ou até em cassete ou CD – do disco PMC 7027).
(11) Na Sétimo Céu Timóteo relembrou que estreou na televisão cantando “House Of The Rising Sun” no programa Rio Hit-Parade “numa terça-feira, lembro-me bem”; já no Pasquim ele recordou ter estreado em outro programa de Taumaturgo na TV-Rio, Hoje É Dia De Rock, aos sábados.
(12) Curiosidade: esta (boa) página jundiaiense se refere aos Animals como “londrinos”, mas eram de Newcastle.
(13) “Meu Grito” tem melodia do mesmo tipo de “Green, Green Grass Of Home”, composição de Claude “Curly” Putman lançada em 1965 por Johnny Darrell mas muito, muito mais conhecida a partir da gravação do cantor Tom Jones no ano seguinte, lançada aqui (“Green, Green Gras Of Home” – notem o errinho de digitação no selo) pela mesma Odeon onde Agnaldo Timóteo gravou a versão, “Verdes Campos De Minha Terra”, que se tornou outro de seus grandes sucessos, embora lançada como lado-B de outro seu sucesso, “Quem Será?”
(14) Este bordão de Timóteo deu nome a uma coletânea em LP que é realmente “uma mãe”, com 16 faixas, e em 1995 lançou (pela Sony Music) um CD cujo título diz tudo, Obrigado, Mãe. E quase podemos dizer que Timóteo “roubou” o bordão “alô, mamãe!” de Bugu, o famoso amigo exibido do cachorrinho Bidu da Turma da Mônica, surgido em 1972.
( (15) A atenção do Pasquim a Timóteo passou automaticamente do amor e do respeito pelo menos à sua pessoa ao achincalhe e ao ódio quando o cantor declarou seu apoio a Paulo Maluf... Seguem abaixo duas amostras.
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