Tuesday, December 27, 2016
Este tópico é dedicado a quatro pessoas.
Uma é Johnny Hansen, da banda Harry e aficionado da fase psicodélico do Status
Quo. A segunda é Peter McCray, grande fã australiano do grupo. A terceira é Roberto
Rached, colega de música de quando tentei cursar Engenharia lá em Lins. E a quarta só encontrei uma única vez, no
saudoso sebo Júpiter quando ficava na Rua Sete de Abril, e nem sei seu nome: ele
gostava tanto do primeiro LP do Quo que usava uma camiseta do grupo desenhada à
mão por ele mesmo com uma versão estilizada da
capa do disco; sim, um fã participante.
Com a morte do guitarrista Rick Parfitt
em dezembro de 2016 (capítulo final de um histórico de abuso de álcool e tabaco),
torna-se ainda mais difícil encontrar uma banda de rock importante dos anos
1950 a 1970 que não tenha perdido ao menos um integrante original. E me lembrei
de um artigo sobre o Status Quo que escrevi para a saudosa revista Metal Massacre,
editada pelo grande René Ferri, nos idos
de 2000. O artigo está no fim deste tópico, sem atualização mas revisado para
corrigir alguns errinhos. E aqui está um tributo ao Status Quo na forma de
alguns covers obscuros de canções compostas ou regravadas pelo grupo.
QUO-CIENTE DE BRASILIDADE
Lembro-me dê três covers de
canções do Status Quo de quando morei em Sorocaba, todos da segunda metade dos
anos 1970. Um é “Rollin’ Home”, por uma banda cujo nome esqueço, e que se
apresentou em pelo menos uma das lendárias noites de domingo na (hoje extinta!)
Concha Acústica no Largo de São Bento, Outro é “Drifting Away” com Vilmar (mais tarde dono do sebo Transasom)
acompanhado por Nei Carvalho (que ainda
tem isso em fita cassete). E o terceiro é “Daughter” com uma de minhas
primeiras bandas, Trânsito Maluco de Marte (gravação válida apenas como
curiosidade e não uma das melhores do grupo). Mas eu trouxe para cá dois covers
brasileiros de sucessos do Quo; um é “Retrato De Um Homem Sozinho”, versão de
Antonio Marcos (o grande nome do lado depressivo da jovem guarda) para
“Pictures Of Matchstick Men” lançada em 1968 num compacto do selo Beverly pela
banda Os Cardeais.
A outra é “Rockin’ All Over The World”, o hit de John
Fogerty conforme redefinido pelo Quo, no LP Excesso De Sucesso (Urbis, 1978)
sem crédito de intérprete mas produzido pelo grande Dick Danello com fonogramas
de sua produtora Central Park.
Outra das regravações de sucessos
do Status Quo que eu trago para cá talvez seja também brasileira: “Rain”, do LP
USA Click Volume 4 (AMC/Copacabana, 1976), produzido por Mister Sam, o Carlos
Imperial brasílico-portenho (ainda usando seu verdadeiro nome, Santiago
Malnatti). Consta que esta gravação é de The Rockin’ Boys e foi licenciada por “IHP,
França”.
POR VÁRIOS QUONTINENTES
Lembremos outros Quo-vers
legitimamente estrangeiros. Um é do grupo peruano Los Yorks: “When My Mind Is
Not Alive”, numa gravação muito interessante em espanhol, “Mi Mente En Ti”. Temos
aqui outra versão do Quo em castelhano, “Twenty Wild Horses”, transformada em
“Toda La Noche” pela banda mexicana Barrio Pobre. E que tal uma rara oportunidade
de ouvir o Quo numa voz feminina, e das afinadas? É o caso da dupla vocal norueguesa
Dolli De Luxe, cujo álbum Rock Contre Opéra, de 1985. feito de medleys de temas
populares e eruditos (sim, foi deste álbum que Edson Cordeiro tirou a ideia de
seu medley da ária “A Rainha Da Noite” Mozart e “Satisfaction” dos Rolling
Stones); no caso, juntou-se “Whatever You Want” à ária “Vilia” da opereta A Viúva
Alegre de Franz Lehar.
Não pouca gente se contenta em
ter canções de que gosta em regravações, sejam em novos arranjos por artistas
estabelecidos ou em “covers” os mais fieis possíveis aos originais. Álbuns de
regravações por artistas “fantasmas”, não creditados, tornaram-se verdadeira
instituição nos EUA e Inglaterra. Aqui vão quatro de tais regravações:
“Ice In the Sun” – LP England’s
Top 12 (Studio 33, 1968)
“In My Chair” – LP Top Of The
Pops Vol. 14 (Hallmark, 1970)
“Paper Plane” – LP 12 Tops Volume
8 (com o crédito “A Damil
USA Production”; Stereo Gold
Award, 1973)
“Rock And Roll” – LP Solid Gold –
20 Non-Stop Chart Hits Volume 2 (creditado a Sound Sensation; Solid Gold, 1983)
OS QUOMPOSITORES
Todo mundo sabe que a discografia
do Status Quo tem uma primeira fase pop. Pois bem, na transição para a fase
hard-boogie a banda chegou a ser popíssima, inclusive fazendo shows com a
cantora Vera Lynn (como lembrei no texto sobre a banda) e, vejam só, compondo
canções como o simpático brega “How Does It Feel”, não lançado pelo Status Quo
e sim pelo cantor Engelbert Humperdinck, havendo ainda uma versão em português
(“Podem Falar”) gravada por nosso Jerry Adriani – e que podemos ouvir aqui não
na versão normal (do LP Jerry Adriani, CBS, 1972) ma num dos LPs promocionais da
gravadora (CBS (uma imitação da série Música E Alegria Kolynos da Odeon) com artistas
atuando como apresentadores.
QUO, QUO,
QUO: HOMENAGENS E BOM HUMOR
Para terminar
esta introdução a meu artigo sobre o Status Quo, aqui vão três homenagens
musicais à banda. Uma é francesa: “The Quo’s In Town Tonite” do francês Jean-Jacques Goldman
(ex-integrante da banda de pop-prog Tai Phong), lançada em 2001. Os outros dois
tributos são mais bem-humorados. Um é meu quase-sucesso “Fã Do Status Quo”, que
lancei em 2004. O outro é “Boring Song”, de 1981. do grupo inglês HeeBeeGeeBees,
formado por integrantes das trupes de humor Radio Active e Spitting Image. O
próprio Status Quo não só levou a brincadeira na esportiva: gostou tanto que
citou os Heebeegeebees em sua “My Old Ways”, de 2011. Sim, o “sense of humour” inglês
chegou aí, parou e saiu tocando hard-boogie...
Quase
todas as gravações acima podem ser ouvidas aqui. E meu já famoso artigo sobre o
Status Quo segue abaixo – “down, down, deeper down...”
STATUS
QUO
por Ayrton
Mugnaini Jr.
Muito bem, prezados e prezadas
ouvintes, está entrando no ar mais um artigo da série “artistas em que todo
mundo metia o pau mas dos quais eu, que não sou ‘todo mundo’, gostava na época
e continuo gostando”. O grupo inglês Status Quo nunca foi exatamente queridinho
da crítica, para quem todos seus discos se resumem a “sempre os mesmos quatro
acordes e quatro andamentos”, “vocal sempre igual, o Ray Conniff do heavy”, "heavy-metal leve para sala de espera", e
“Canned Heat dos pobres”) – inclusive eu mesmo, enquanto músico em estado
crítico, os incluí na Minilista dos Cinco Artistas Mais Repetitivos, no número
anterior da MM. Mas isso não quer
dizer que eu não goste do Status Quo; eu mesmo, desta vez enquanto musicômano,
sempre afirmei: o Quo pode ser sempre igual, e é por isso mesmo que eu gosto
sempre. Afinal, em qualquer música dançante – seja rock, foxtrote, samba de
roda, mambo, reggae – o que importa é a repetição sem tédio, e qualquer gênero
ou estilo musical soa “sempre igual” para quem não é fã; toda disco-music é
tum-tum-tum, toda acid-house é tum-tiqui-tum-tiqui-tum (ou “putz-putz-putz”),
todo rap é só fafafafafafafalação em cima de um ritmo bababababababate-estaca,
todo chorinho (ou, mais apropriadamente, choro) é tim-tim-tim, breganejo se
resume a “te a-a-a-amo, volta pra mi-i-inha cama-a-a-a-a”, rockabilly é uma
eterna sucessão dos mesmos solos e acordes...
Por sinal, o Status Quo, salvo
engano, é o único grupo de hard rock a admitir ser repetitivo com muito orgulho
já no próprio nome – para quem não é do tempo em que se lecionava latim no
primeiro ou segundo grau, “status quo” significa “estado ou situação onde
estava”, ou seja, “do mesmo jeito que antes” – por extensão, “situação ou lugar
onde nada muda”, inclusive sinônimo de “establishment”. Interessante é que o
Quo, aparentemente mantendo estilo musical sempre imutável, na verdade teve
mais de uma fase, embora permanecendo em cada uma o maior tempo possível! Sim,
é como dizem os velhos provérbios: tudo precisa mudar para tudo ficar sempre na
mesma, e, quando mais muda, mais fica igual...
(E quem melhor respondeu à
crítica foi o baterista do Quo durante os primeiros vinte anos, John Coghlam:
“Não ligo para o que escreverem sobre nós, contanto que escrevam os nomes
direito.” Falei dos primeiros vinte anos? Pois é, o tempo passa mesmo, o Quo
completa mais vinte anos de atividades em 2002!)
QUASE, MAS NÃO TODO LÁ
Tudo começa em 1962, em
Beckenham, Kent, na velha e boa Inglaterra, quando Alan Lancaster (nascido em
1949), que toca trombone na banda da escola, faz amizade com Alan Key,
trompetista. Não demora para os dois ficarem amigos e resolverem formar uma
banda de rock, e logo Lancaster abandona o trombone por um instrumento de
timbre ainda mais grave e barulhento – contrabaixo elétrico; Alan Key assume a guitarra-base,
e para tocar guitarra-solo chama um amigo, Francis Rossi (da mesma safra de
1949), que, por algum motivo, prefere ser chamado de Mike.. (O grande sonho de
Francis era montar uma dupla no estilo dos Everly Brothers, e numa época de
Natal ele combinou com o irmão que ambos pediriam aos pais um violão para cada
um – “mas”, lembra Francis, “na última hora o cagão pediu um trem elétrico!”
Como vingança é prato que se serve frio, Francis, quando já famoso no Status
Quo, fez questão de regravar “The Price Of Love” dos Everlys.)
O trio ainda consegue convencer
um colega de escola, Jess Jaworski, não só a entrar para o grupo, mas ainda
trocar sua nova guitarra por um órgão elétrico. Sim, falta um baterista; após
vários ensaios e showzinhos em ginásios esportivos, associações operárias e
bares com outros tantos candidatos, finalmente conseguem um fixo, John Coghlam
(nascido em 1946). E também se decidem por um nome: The Spectres. Dois anos
depois, é a vez de chamarem a atenção do primeiro empresário, o frentista Pat
Barlow. Então as coisas começam a acontecer. Jaworski sai do grupo, substituído
por Roy Lynes (nascido em 1943), e Alan Key dá lugar a Richard Parfitt (1948/2016), que, ao contrário de Mike Rossi, mudou de sobrenome,
preferindo atender por Rick Harrison (mas logo assumiu seu verdadeiro sobrenome), e que vinha da banda que acompanhava as
Highlights, duas gêmeas cantoras (tá bom, aí vão os nomes delas, Gloria e Jean
Harrison) que cantavam sucessos do momento em bares e clubes.
Enquanto os Spectres acertam sua
formação, Barlow consegue-lhes um contrato com a Piccadilly, selo da Pye, uma
das maiores gravadoras inglesas do momento (por onde gravam os Kinks, os
Searchers, Donovan, Sandie Shaw e outros campeões das paradas de sucesso).
Falando em Donovan, os primeiros compactos dos Spectres incluem uma “Hurdy
Gurdy Man” que é composição própria e não aquele grande sucesso do Dylan
escocês, lançado no ano seguinte, 1967.
Por sinal, chega 1967 e os
Spectres já gravaram três discos que não aconteceram. Ainda bem que nesta época
as gravadoras costumam ser bem mais pacientes com elenco novo e talentoso. Após
algumas reuniões, decide-se que o culpado é o nome do grupo; urge arrumar um
nome melhor, menos “careta” e “fora de moda”; afinal o psicodelismo está
comendo solto. Que tal Traffic Jam (“engarrafamento de trânsito”)? Legal! Mas,
depois de alguns shows e um compacto, “Almost But Not Quite There” (que não faz
sucesso, mas é censurado pela emissora de rádio BBC só por causa do título,
“viajandão” demais), aparece alguém que não gosta: o multiinstrumentista Steve
Winwood, ora despontando nas paradas com seu novo grupo, chamado Traffic. Tudo
bem, não é preciso brigar nem processar ninguém, muda-se novamente o nome do
grupo (por sinal, décadas depois o Quo lançou um CD intitulado Heavy Traffic).
As primeiras sugestões – The Muhammad Alis, The Queers – não parecem muito
melhores. E cabe a Pat Barlow salvar a pátria, sugerindo The Status Quo. (Sem
dúvida, deve ter sido esta a inspiração para tantos grupos paulistanos da
virada dos anos 1960 para 1970 terem escolhido nomes em latim como Vox Deorum,
Sic Sunt Res e SPQR (sigla que originalmente significa Senatus Populusque
Romanus, “O Senado e o Povo Romano”, mas desta vez queria dizer “São Paulo Quer
Rock”!). Para completar os votos de sorte, o grupo foi transferido da
subsidiária Piccadilly para a matriz, Pye. Deu certo: o disco seguinte,
“Pictures Of Matchstick Men”, voa para o sétimo lugar nas paradas e se torna
grande hino do psicodelismo light, ao lado de “California Dreamin’”, “Let’s Go
To San Francisco” e “Mellow Yellow”.
O primeiro LP do Status Quo, Picturesque Matchstickable Messages From The
Status Quo, sai em 1968 e segue a típica receita de artista que hoje é
quente, mas vai saber se esfria amanhã, incluindo o sucesso (“Pictures Of
Matchstick Men”), o lado-B (a vaudevillanesca “Gentleman Joe’s Sidewalk Café”),
o compacto seguinte, igual-ao-sucesso-porém-diferente (“Black Veils Of
Melancholy”), o sucesso seguinte (“Ice In The Sun”, composição bem modernosa do
rockabileiro Marty Wilde) e material tapa-buraco de diversos tipos (incluindo
regravações interessantes de “Spicks And Specks” dos Bee Gees, “Sheila” de
Tommy Roe e até “Green Tambourine” do grupo bubblegum Lemon Pipers – estas duas
últimas ausentes da edição estadunidnse do LP). De fato, neste disco o Quo soa
como o tipo do grupo competente porém paraquedista, o-que-for-moda-nóis-toca:
psicodelismo, rock pesado, bubblegum, balada sentimental com violinos e tudo...
Mas, como sói acontecer, tanta apelação foi castigada: o Quo só voltou as paradas
em meados de 1969, e ainda assim para um modesto quadragésimo-sexto lugar, com
a bregona “Are You Growing Tired Of My Love”. (Aviso às pessoas diabéticas: muita
cautela ao se aproximar do segundo LP do Quo, Spare Parts.) Desta vez a salvação vem do próprio grupo, ou melhor,
de seus ensaios.
É ROCK AND ROLL, E ROCK, E ROCK
AND ROLL...
O Quo, como aliás desde quando
atendia por Spectres/Traffic Jam, vem compensando as fases de insucesso
discográfico fazendo muitos e muitos shows, inclusive como banda acompanhante
de artistas os mais diversos, como Madeleine Bell (grande cantora de soul-pop)
e Vera Lynn (cantora da velha guarda inglesa; para tentar entender, imagine
Emilinha Borba acompanhada pelos Pholhas). E, como todo grupo pop que se preza,
o Quo vem caprichando nas roupas, sempre bufantes e multicoloridas. Mas, na
hora de ensaiar, eles usam camiseta e calça jeans mesmo, que é a roupa de que
mais gostam, e para esquentar, antes das bregas e pops, mandam brasa no blues,
boogie, heavy metal e rock and roll, desde sempre seu tipo de música preferido.
Um dia, no fim de 1969, eles se enchem das roupas cheias de fricotes, penteados
caprichados e repertório bregão e... surpresa: na hora de um show, sobem ao
palco de jeans, cabelo solto e tocando blues, boogie, heavy metal e rock and
roll. Sim! Acaba de nascer – ou melhor, se revelar – o verdadeiro Status Quo,
um dos mais bem-sucedidos grupos de hard e heavy.. E, ao começar o segundo
semestre de 1970, o Quo se despede de vez dos anos 1960 e de seu passado pop
com o compacto “Down The Dustpipe” e o LP Ma
Kelly’s Greasy Spoon, que inclui clássicos do Quo como “Junior’s Wailing” e
“Shy Fly” (e, acredite se quiser, saiu no Brasil, com capa diferente e
intitulado simplesmente Greasy Spoon).
Ma Kelly’s Greasy
Spoon foi o primeiro disco do Quo sem o tecladista Roy Lynes, que saiu
quando o grupo estava em viagem à Escócia, segundo Francis Rossi: “Ele
simplesmente desceu do trem e foi a última vez que o vimos.” Se Lynes foi
abduzido, não demorou muito para voltar à Terra, mais exatamente à Austrália,
onde vive bem, lançando discos solo, mantendo dois grupos, The Quotations (que,
apesar do nome, não toca nada do repertório do Quo) e Quo Vadis (este toca) e
preparando um livro sobre o Quo. Para compensar a saída do
tecladista, o grupo estreou um integrante não oficial, Bob Young, que, além de
roadie, toca gaita e compõe boa parte do repertório do grupo em parceria com
Francis Rossi: “In My Chair”, “Caroline”, “Paper Plane”...
Em 1971 o Quo passou por mais uma
mudança, ou melhor, de uma eternidade a outra: vencido o contrato com a Pye, assina
com um selo novo que até parece criado sob medida para o grupo, Vertigo,
subsidiária progressiva (leia-se avessa ao pop-rock) da PolyGram, por onde já gravam Black Sabbath,
Aphrodite’s Child, Jade Warrior e outros, e com melhor distribuição em nível
internacional. E 1973 começa com o disco Piledriver,
de onde saem sucessos como “Paper Plane”, “Big Fat Mama” e uma dos Doors,
“Roadhouse Blues”, blues boogie que realmente parecia música do próprio Quo.
Daí em diante é aquela velha
história: a crítica malhando, dizendo que os discos são todos iguais e pouco
criativos (sem falar na equipe britânica de humor HeeBeeGeeBees, que lança um
disco de paródias de artistas pop; o título da faixa dedicada ao Quo diz tudo,
“Boring Song”), mas o público se torna cada vez mais numeroso, e os discos
vendem como cerveja: Hello (1973, com
“Caroline”), Quo (de 1974, aquele que
no Brasil saiu sem título, pois este saiu meio escondido na capa, nas raízes de
uma árvore de onde saem as cabeças dos membros do grupo), On The Level (1975, com um dos maiores hits do grupo, “Down Down”),
Blue For You (1976, cujo hit foi
“Rain”), Live (duplo ao vivo, 1977), Rockin’ All Over The World (1977, onde
se destacou a faixa-título, regravação da carreira-solo de John Fogerty), If You Can’t Stand The Heat (1978, com
“Again And Again”), Whatever You Want (1979,
com dois hits, a faixa-título e a balada “Living On An Island”), Just Supposin’ (1980, com “What You’re
Proposin’”), Never Too Late (1981,
com “Something ‘Bout You Baby I Like” do guitarrista Ricjhard Supa), 1+9+8+2
(1982, título genial para comemorar os 20 anos de carreira do Quo, basta
efetuar a soma), Back To Back (1983,
com “Margherita Time”, balada bem pop e alegre que até lembra o grupo no fim
dos anos 1960), In The Army Now
(1986), Ain’t Complaining (1988), Perfect Remedy (1989), Live Alive Quo (1992), Thirsty Work (1994), Don’t Stop (1996, cujo sucesso foi
aquela mesma do Fleetwood Mac, que, isso mesmo, parece feita de encomenda para
o Quo), Rock Til You Drop (1997), Famous In The Last Century (2000, só de
clássicos do rock and roll; a edição australiana inclui faixas ao vivo nesse
país no ano anterior – se inclui canja
de Roy Lynes é que não sei – , incluindo
nova versão de “Pictures Of Matchstick Men”). Em meados dos anos 1990 o Quo
havia amealhado nada menos de cinqüenta sucessos nas paradas britânicas.
DE NOVO E DE NOVO E DE NOVO
Tudo bem que o Status Quo seja
imutável por natureza, só que desde meados dos anos 1980 a maioria ds novidades
mais interessantes talvez tenham tido pouco a ver com as gravações do grupo. Em
1982 John Coghlam resolve sair, e seu substituto é Pete Kircher (nascido em
1948), que nos anos 1960 integrara a grande banda Honeybus e mais tarde foi um
dos Original Mirrors. Dois anos mais tarde chega a vez de Alan Lancaster cair
fora (sua saideira do Quo é participar do megashow Live Aid, e o novo
contrabaixista é John Edwards), e ele ainda entra na justiça tentando impedi-los
de continuar usando o nome Status Quo, mas perde bonito. (Em 1996 Lancaster
usou parte do nome de seu antigo grupo no título de seu primeiro disco-solo, Life After Quo.) E Kircher mal esquenta
o banquinho, saindo em 1985; em seu lugar entra Jeff Rich, ex-Climax Blues
Band. Com tudo isso, os guitarristas Rossi e Parfitt arrumam tempo para
participar do disco beneficente “Do They Know It’s Christmas?”.
Em 1992 o Quo comemora 25 anos de
idade mostrando que só fica no mesmo lugar musicalmente, ao tocar em quatro
locais (a arena de Wembley e auditórios em Birmingham, Glasgow e Sheffield) num
único dia. Em 1994 o Quo chegou ao primeiro lugar na Inglaterra com “Come On
You Reds”, homenagem ao time de futebol Manchester United. Com tanto pique, é
lamentável que o Quo seja vítima do que chamo de “idadismo” por parte da
emissora BBC, que em 1996 se recusa a tocar o novo compacto do grupo, “Fun,
Fun, Fun” (a mesma dos Beach Boys, com canja dos próprios) só porque o Quo é
“velho demais”... Velha demais é a BBC, oras!
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